Kleiton Lima nega acusações de assédio em retorno ao Santos: 'levianas'
Nesta terça-feira, o Santos apresentou Kleiton Lima como novo treinador da equipe feminina em entrevista coletiva realizada na Vila Belmiro, com a presença de Thaís Picarte, gestora de futebol feminino do clube. Alexandre Gallo, coordenador de futebol, também participou. No fim do ano passado, o técnico foi acusado de assédio por jogadoras do antigo elenco santista e acabou demitido.
Na época, as atletas escreveram cartas anônimas com relatos pessoais e assinaturas contra o treinador. O documento foi enviado a Andrés Rueda, então presidente do clube.
Gallo iniciou a coletiva afirmando que a contratação de Kleiton foi avaliada pelo compliance do clube. Ele ainda disse que apurou o episódio com a Polícia Civil de Santos e que o Peixe se sente "feliz" por tê-lo de volta. Já Thaís disse que o clube possui um compromisso "com a verdade".
"O compliance do clube, que é bastante atuante e não é de hoje, desde o ano passado também, ele indeferiu qualquer situação negativa em relação ao Kleiton. A Polícia Militar, estive com eles também e, até agora, não trouxe nada. Eu, inclusive, fui um dos depoentes. Então a gente fica bastante tranquilo em relação a isso, seu caráter, a sua conduta, e desejo os parabéns por esse retorno. O Santos se sente feliz de ter você de volta", disse Alexandre Gallo.
"Nós temos uma responsabilidade com o clube, com as atletas, com o futebol feminino no Brasil. E como Gallo disse, o clube apurou todas as informações e eu, pessoalmente, como mulher e atual gestora do departamento, apurei com pessoas que aqui estão e com atletas que saíram do clube. Nada foi provado, pelo contrário, foram argumentos fracos e frágeis, que trouxeram uma mancha desnecessária para a história do Santos, um clube vitorioso. Tivemos não só as apurações, como o pedido de atletas que aqui estão, da inverdade desses fatos e o pedido do retorno do treinador que aqui está, o Kleiton Lima. O clube tem muita responsabilidade com a verdade e por isso ele está de volta", completou Thaís Picarte.
Questionado sobre o tema, Kleiton negou todas as acusações e as classificou como "insanas e levianas". Ele também afirmou que abriu investigação no 2º Distrito Policial de Santos para que o caso fosse apurado.
"Satisfação estar novamente aqui, representando essa grande instituição, esse grande clube o qual eu tenho uma vida de serviços prestados em diversas categorias, uma identidade muito grande com a modalidade, o futebol feminino. E em relação ao que ocorreu ano passado, quero deixar de forma bem clara e transparente que eu não cometi nenhum tipo de assédio. Aquelas cartas anônimas com descrições insanas, levianas, não me pertencem. Sempre presei minha vida profissional dentro de uma ética, tendo como riqueza os princípios e valores dados pelos meus pais, é isso o que passo para os meus filhos e para a minha família, com a esposa a qual sou casado há 27 anos. E é claro que aquilo me causou muita repulsa, muita revolta, indignação, mas eu, naquele momento, saí do clube para esperar essa apuração do Santos, esse processo administrativo, o compliance trabalhou. Não tem nenhuma acusação formal contra mim em nenhuma esfera judicial, pelo contrário, eu que abri uma investigação judicial no 2º DP de Santos para que apurasse quem foram as autoras daquelas cartas anônimas, mentirosas. Nada foi encontrado", declarou o treinador.
"Eu que busquei a Polícia, eu busquei a verdade o tempo inteiro. E é por isso que o Santos está me contratando, para fazer justiça àquilo que nesses seis meses ficaram no silêncio", acrescentou.
Kleiton ainda disse que quer colocar "uma pedra" sobre o assunto e projetou os desafios que terá pela frente. O técnico agradeceu ao presidente do clube, Marcelo Teixeira, que acreditou no seu trabalho e na sua inocência.
"Em relação à insatisfação, nós tínhamos um elenco de 32 ou 33 atletas, às vezes acontece de algumas atletas ficarem insatisfeitas com a metodologia dos treinos, ou muitas vezes pelas exigências físicas que tínhamos como metas, e isso era cobrado não só por mim, mas por toda a comissão. Às vezes isso acaba gerando outras insatisfações, mas até hoje não sei quantas meninas participaram, nem quero saber. A minha ideia é colocar uma pedra nisso. Quero falar sobre futebol, fazer um trabalho novo com essa gestão, com a essa nova diretoria. E agradeço a oportunidade do presidente Marcelo Teixeira, da gestora Thaís e do coordenador Alexandre Gallo de me recontratar, porque acreditam em mim e no meu trabalho, na minha ética profissional. O que passou, passou, mas olhamos para frente, um cenário promissor de algo significativo que queremos fazer aqui no Santos. É um ano importante, de Libertadores, e procuro olhar para frente, com esse perfil de busca por novas conquistas", comentou.
O treinador retorna ao Santos após a demissão de Bruno Silva, devido a um começo ruim no Campeonato Brasileiro. Em quatro rodadas na competição, o Santos ocupa o 12º lugar e está à beira da zona de rebaixamento do torneio.
À frente das Sereias da Vila, o treinador ajudou nas conquistas do bicampeonato da Libertadores (em 2008 e 2009), da Copa do Brasil (2008 e 2009), do Campeonato Paulista (2007 e 2010), da Liga Nacional (2007 e 2009) e de uma Mercosul (2006).
Em má fase, o Santos busca a reabilitação no Brasileiro feminino nesta sexta-feira A equipe recebe o Corinthians na Vila Belmiro, a partir das 21h30 (de Brasília), pela quinta rodada da competição.
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