Palmeiras estuda medidas legais contra diretor do São Paulo por falas xenofóbicas a Abel e critica Casares

As confusões que mercaram o empate de 1 a 1 entre São Paulo e Palmeiras, neste domingo, no Morumbis, seguem rendendo. Nesta segunda-feira, o Verdão afirmou que estuda medidas legais contra o diretor de futebol do Tricolor, Carlos Belmonte.

O Verdão alega que o dirigente foi flagrado "xingando de forma xenófoba o técnico Abel Ferreira após o jogo".

"Não há justificativa para as palavras baixas e preconceituosas escolhidas pelo dirigente são-paulino com o intuito de depreciar um profissional íntegro e vitorioso, que vive no Brasil há mais de três anos. O Palestra Italia nasceu pelas mãos de imigrantes que resistiram à intolerância para que o clube não morresse. A nossa história foi construída com o amor e a dedicação de jogadores, profissionais e torcedores de diferentes nacionalidades e etnias, sem distinção. Repudiamos, portanto, qualquer tipo de discriminação, quanto mais ofensas que incitem a aversão a estrangeiros", escreveu o time em nota.

"Não é segredo que o futebol brasileiro atravessa um momento perigoso, com casos cada vez mais frequentes de violência, como o brutal ataque ao ônibus da delegação do Fortaleza, há menos de duas semanas, e a morte de um torcedor em Belo Horizonte (MG), no último sábado (2). Neste cenário complexo e desafiador, cabe a quem comanda o compromisso com a responsabilidade, não com o ódio", ampliou.

O Palmeiras ainda criticou o posicionamento do presidente do São Paulo, Julio Casares, na zona mista do Morumbis. O mandatário reclamou da arbitragem do clássico e indicou que o Abel apita os jogos do Paulistão.

"Lamentamos também a postura do presidente do São Paulo, Júlio Casares, que, em um pronunciamento raivoso na zona mista do estádio, desrespeitou gratuitamente o técnico Abel Ferreira. Trata-se de um comportamento inadequado e incompatível com quem ocupa um cargo de tamanha relevância. O desequilíbrio, a insensatez e a histeria somente potencializam a violência que todos, juntos, deveríamos combater", comentou o Alviverde.

O clima foi bem quente após o empate. O árbitro Matheus Delgado Candançan relatou na súmula que foi xingado por jogadores e membros da diretoria do Tricolor no corredor dos vestiários no Morumbis.

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"Foram proferidas as seguintes palavras pelos dirigentes Fernando Bracalle Ambrogi, Carlos Belmonte Sobrinho, Julio César Casares, 'safados, que pênalti foi esse? Sem vergonhas, filhos da p*', vai tomar no c*, você não vai ficar em paz, desgraçados, o Abel apitou o jogo hoje'". escreveu o juiz.

O lateral direito Rafinha e o atacante Wellington Rato, que ficaram de fora do embate por lesão, também protestaram.

Para conter os ânimos, Matheus Delgado Candançan solicitou a intervenção do policiamento com escudos. As autoridades, então, retiraram os dirigentes e jogadores tricolores.

O VAR foi o protagonista do clássico ao marcar um pênalti do goleiro Rafael no zagueiro Murilo. Depois, sugeriu a revisão por um possível pênalti de Piquerez em Luciano, mas Matheus Candançan manteve sua decisão de campo. Outro lance polêmico foi a não expulsão de Richard Ríos após entrada em Pablo Maia, jogada que não foi revisada pelo árbitro de vídeo.

O técnico Abel Ferreira não concedeu entrevista coletiva após o empate, pela 11ª rodada do Campeonato Paulista. A decisão se deu após o São Paulo barrar a sala de coletiva do estádio para o treinador falar.

Veja a nota do Palmeiras na íntegra

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A Sociedade Esportiva Palmeiras estuda as medidas legais cabíveis contra o diretor de futebol do São Paulo, Carlos Belmonte, flagrado xingando de forma xenófoba o técnico Abel Ferreira após o jogo de ontem, no Morumbis. Não há justificativa para as palavras baixas e preconceituosas escolhidas pelo dirigente são-paulino com o intuito de depreciar um profissional íntegro e vitorioso, que vive no Brasil há mais de três anos.

O Palestra Italia nasceu pelas mãos de imigrantes que resistiram à intolerância para que o clube não morresse. A nossa história foi construída com o amor e a dedicação de jogadores, profissionais e torcedores de diferentes nacionalidades e etnias, sem distinção. Repudiamos, portanto, qualquer tipo de discriminação, quanto mais ofensas que incitem a aversão a estrangeiros.

Desse modo, lamentamos também a postura do presidente do São Paulo, Júlio Casares, que, em um pronunciamento raivoso na zona mista do estádio, desrespeitou gratuitamente o técnico Abel Ferreira. Trata-se de um comportamento inadequado e incompatível com quem ocupa um cargo de tamanha relevância. O desequilíbrio, a insensatez e a histeria somente potencializam a violência que todos, juntos, deveríamos combater.

Reiteramos que estamos analisando as medidas judiciais cabíveis para proteger o nosso treinador e o próprio Palmeiras.

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? SE Palmeiras (@Palmeiras) March 4, 2024

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