Promotor diz que dois jogos do Paulistão 2023 foram denunciados por fraude
O promotor de Justiça do Estado de Goiás, Fernando Cesconetto, prestou depoimento na CPI sobre a manipulação de resultados de partidas de futebol, nesta terça-feira. Ele afirmou que partidas dos Campeonatos Paulista e Gaúcho de 2023 foram denunciadas na Operação Penalidade Máxima II, do MP-GO.
O promotor declarou que são dois compromissos do Paulistão, mas não revelou quais. Segundo ele, no entanto, estes embates não afetaram o resultado da competição, que terminou com o Palmeiras campeão. O vice foi o Água Santa.
"Denunciamos Campeonato Paulista e Gaúcho. Há indicativos de manipulação em outros estaduais de 2023, mas estamos investigando. As partidas específicas do Paulista e Gaúcho são na fase de classificação", disse.
"As partidas são específicas e não afetaram a competição de maneira generalizada, nem o resultado de quem deveria ou não ser campeão. Foram duas partidas. Em uma delas o atleta recusou a proposta", completou.
Fernando Cesconetto também aproveitou para explicar como funciona o esquema de manipulação. Conforme detalhou, é preciso uma cadeia de apostas para que os apostadores tenham lucro ao final da operação. Com isso, diversos jogadores eram aliciados para cometerem crimes em uma mesma rodada.
"Os apostadores não atuam de maneira isolada com relação às apostas. Um jogo manipulado não dará o lucro suficiente para ter o retorno desta aposta. Eles sempre procuram fazer apostas múltiplas e, para isso, precisam de mais jogadores. Os apostadores buscam casar apostas na rodada para aumentar o lucro", contou.
Jogos de 2022 investigados
Na primeira fase da Operação Penalidade Máxima II foram identificadas fraudes em quatro partidas da Série B do Brasileirão 2022. Três relacionadas a encomendas de pênaltis no primeiro tempo e um quarto evento de tentativa de convencer o jogador a ser expulso.
Na segunda fase, foram denunciados oito jogos da Série A do Brasileirão de 2022, um da Série B de 2022 e quatro de Estaduais de 2023.
Por fim, Fernando Cesconetto detalhou os quatro grupos de pessoas que participam do esquema. São eles: financiadores, apostadores, intermediadores e administrativo.
Veja a função de cada um
Financiadores - cuidam se há verba suficiente para corromper os jogadores e para que tenham contas em sites de apostas com saldo, de fazer apostas tentando enganar os algoritmos da casa esportiva para a aposta não ser cancela;
Apostadores - pessoas que aliciam jogadores, fazem promessas de vantagem indevida;
Intermediadores - fazem a ponte entre os jogadores profissionais e os apostadores;
Administrativo - que realiza transferências bancárias em título de sinal e cuidando do saldo das contas.
O promotor não descarta que há mais pessoas envolvidas, seja para realizar a aproximação entre apostadores e jogadores ou para realizar outros crimes nos jogos.
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