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Chefe de La Liga espera que racismo não iniba negros a jogarem na Espanha

Javier Tebas, presidente de La Liga, durante entrevista coletiva - AFP7/Getty Images
Javier Tebas, presidente de La Liga, durante entrevista coletiva Imagem: AFP7/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

25/05/2023 12h50

Javier Tebas, presidente de La Liga, diz que o Campeonato Espanhol deve proteger seus jogadores.

O que aconteceu

O chefe de La Liga foi questionado se os episódios de racismo no futebol espanhol podem inibir jogadores negros de atuarem no país. Tebas concedeu entrevista coletiva nesta quinta-feira por mais de uma hora, respondendo perguntas sobre os ataques a Vinícius Jr. feitos por torcedores do Valencia.

"Eu espero que não", disse o cartola. Tebas reforçou que La Liga deve proteger seus jogadores de quaisquer tipos de ofensas.

O Real Madrid já investiu pesado para contratar mais um jovem negro e brasileiro. Endrick, do Palmeiras, foi contratado por 70 milhões de euros e irá para o futebol espanhol em 2024.

Eu espero que não (iniba jogadores negros). A gente tem que proteger o esportista de qualquer raça. Temos que proteger as pessoas de qualquer insulto. Para nós, os jogadores são importantes e La Liga é responsável por tudo. A gente cuidou deles durante a pandemia e temos que continuar fazendo agora. Se houver alguma dúvida, estou aqui para clarificar, e temos também os casos do passado" Javier Tebas

Preocupação com a imagem de La Liga

O chefe de La Liga declarou estar preocupado sobre a percepção mundial em relação ao Campeonato Espanhol. O cartola afirmou que a instituição já trabalha e segue trabalhando para resolver este problema.

Tebas reafirmou que La Liga, Espanha e seu futebol não são racistas. O dirigente respondeu Vinícius Jr. duas vezes nas redes sociais após os ataques racistas no último domingo, negando que o campeonato não aja contra o racismo.

Claro que estou preocupado, seria maluco se não estivesse. Trabalharemos para dar solução a essa imagem. O futebol espanhol não é racista, a Espanha não é racista e a La Liga continua trabalhando. Na vida a gente recebe golpes, a gente tem que tentar se reestabelecer. O que a gente não pode fazer é ficar chorando. A gente vai lutar contra esse contratempo" Javier Tebas

O que mais Tebas disse

Relação com Vinicius Jr

"Gostaria que vocês soubessem da minha relação pessoal com o Vinicius. Eu lembro que, quando ele começou a jogar no primeiro time, e o Messi estava saindo, pergutaram quem poderia substituir o Messi, e eu respondi que sem sombra de dúvidas seria o Vinicius. O Vinicius é original, diferente".

Vini Jr é alvo por seu bom futebol

"Eu entendo perfeitamente que o Vini esteja frustrado, Estamos muito sonscientes na luta contra o racismo e no fato de que o Vini está recebendo insultos, e por que? Por que ele é um grande jogador. Os grandes jogadores, como Messi, Cristiano Ronaldo, são aqueles que mais são insultados. Faz parte da malícia humana de insultar"

Manifestação nas redes sociais

"Todos os dias a gente luta contra o racismo. Para mim, o racismo é um tema fundamental. O erro pode ter sido meu. Não queria criticá-lo. Estava dando uma informação. Eu entendo perfeitamente que o Vini esteja frustrado, ele não entende de competências. Eu estou pouco satisfeito, porque entendo as competências e a gente não tem soluções".

Preocupação com imagem da La Liga

"Claro que estou preocupo, seria maluco se não estivesse. Trabalharemos para solucionar essa imagem. O futebol espanhol não é racista, a Espanha não é racista e a La Liga continua trabalhando contra o racismo. Na vida, a gente recebe golpes, a gente tem que tentar se reestabelecer. O que a gente não pode fazer é ficar chorando. A gente vai lutar contra esse contratempo".

O que falaria para Vini Jr

"Eu falaria 'desculpa se ficou ofendido, eu não tinha a intensão de te acusar'. Eu explicaria o 'X' da qestão e tudo o que estamos fazendo. Falaria que estou frustrado como ele. A gente não está indo para a procuradoria porque achamos divertido, mas porque queremos que acabe no tribunal. Fiquei muito irritado no clássico entre Real Madrid e Barcelona, com as pessoas gritando 'macaco'. Eu ouvi de uma pessoa que isso é rivalidade. Eu pensei: 'esse procurador não entende'. Fiquei muito insatisfeito".