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Algemas e perseguição: o que Abel Ferreira já falou da arbitragem

Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, no jogo contra o Cerro Porteño, pela Libertadores - Ettore Chiereguini/AGIF
Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, no jogo contra o Cerro Porteño, pela Libertadores Imagem: Ettore Chiereguini/AGIF
Lucas Musetti Perazolli e Gabriela Brino

Do UOL, em Santos (SP)

01/05/2023 04h00

O técnico Abel Ferreira voltou a proferir palavras duras contra a arbitragem após a vitória do Palmeiras por 2 a 1 sobre o Corinthians no último sábado, no Allianz Parque.

Abel falou que vai precisar de algemas para não gesticular na área técnica e levar cartões. Ele foi advertido com um amarelo no clássico.

O português já havia reclamado anteriormente do árbitro Wilton Pereira Sampaio. A discussão ocorreu logo nos primeiros minutos do Allianz.

O auxiliar Jorge Martins fez um protesto e colocou um esparadrapo verde na boca, num gesto simulando censura.

"Você precisa perguntar a quem decidiu. Não quero falar mais dos árbitros, já chega. Eu fui torcedor e quando via o treinador de braços cruzados, quieto, eu falava para gesticular, mexer os braços. Não corre sangue? Mas são as leis, então o errado sou eu. Preciso de algemas, que me amarrem nas costas. Não posso fazer o que o João fez pois preciso falar. É para vocês debaterem., verem os lances", disse Abel, em entrevista coletiva.

Outros episódios

Novembro de 2020: Abel se revoltou ao ser expulso pelo árbitro Bráulio da Silva Machado na vitória por 3 a 0 sobre o Ceará, no Allianz Parque:

"Sou religioso, na igreja tenho que estar calado, mas não estou na igreja, estou num campo de futebol, onde há emoção. Hoje eu dirigi uma palavra ao árbitro e falei por emoção. Na minha opinião, o lance do Rony era pênalti e este não era. Entretanto, para mim, pior do que o vermelho, foi eu ter tido a humildade de falar de homem para homem e ele se recusar a se falar comigo, porque antes de sermos profissionais, somos homens. E como homem, não gostei deste comportamento".

Junho de 2022: o português afirmou que estava sendo perseguido pelos árbitros depois do empate em 0 a 0 com o Atlético-MG, pelo Brasileirão. Ele levou amarelo de Wilton Pereira Sampaio.

"Aí realmente começo a sentir que é perseguição. Sinto-me perseguido pelos árbitros brasileiros, especialmente por este senhor [Wilton]. Não tenho nada contra ele, mas hoje senti intencionalidade na ação dele. Eu não quero que nos ajudem, só não quero que nos prejudiquem", afirmou.

Julho de 2022: Abel criticou o árbitro Anderson Daronco após a vitória por 2 a 1 sobre o Ceará, no Castelão. Houve reclamação pelo pênalti dado ao Vozão. A eliminação para o São Paulo na Copa do Brasil também reverberou nessa entrevista. No clássico, a queixa foi por impedimento de Calleri no gol do rival.

"Na última entrevista coletiva eu disse que queria que esse campeonato fosse decidido por duas equipes dentro das quatro linhas, mas começo a ficar com algumas dúvidas. Sinto mágoa, tristeza dentro de mim porque esse senhor [Daronco] é um dos melhores árbitros brasileiros. Levamos um soco por trás na Copa do Brasil, não foi pela frente", disparou.

Setembro de 2022: após a eliminação do Palmeiras para o Athletico na Libertadores, Abel criticou o árbitro Esteban Ostojich (URU). Murilo foi expulso no primeiro tempo, enquanto Alex Santana acertou Rony com o cotovelo e só levou amarelo:

"O sentimento é de revolta. Revolta. É isso que sentimos. Revolta. Queria ter saído da competição de maneira limpa. Não merecíamos sair assim. Meus jogadores cumpriram o que tinham que cumprir. Só que houve um fator extra que não controlamos e hoje foi muito mal. Teve interferência direta no resultado. Acredito que são erros. Somos humanos e cometemos erros, mas esses custam muito. É duro sair da forma como foi. O árbitro teve um dia ruim, tenho que acreditar nisso, mas são erros muito graves. Não merecíamos".

Abril de 2023: após a derrota do Palmeiras por 3 a 1 para o Bolívar, Abel reclamou de falta em Naves no primeiro gol dos bolivianos e contestou a expulsão de Jailson:

"Há vários fatores que explicam a derrota. Um jogo de muitos acontecimentos aleatórios, algo que não controlamos: a expulsão e os gols perdidos. Houve demérito nosso, mas não contava que enfrentaríamos três adversários. Esperava enfrentar o Bolívar e a altitude, não a arbitragem".

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