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Palmeiras: Abel compara futebol à Fórmula-1 e diz preferir ser o alvo

Abel Ferreira em entrevista ao "Canal 11" - Reprodução/YouTube
Abel Ferreira em entrevista ao 'Canal 11' Imagem: Reprodução/YouTube

Do UOL, em São Paulo

07/04/2023 16h52

Abel Ferreira, treinador do Palmeiras, comparou o futebol com a Fórmula 1, afirmou que prefere ser o alvo e mostrou a dificuldade dos campeonatos no Brasil em entrevista ao canal português 'Canal 11', no YouTube.

Futebol e fórmula 1: "Eu gosto muito de carros, vocês sabem, o livro tem a ver com fórmula 1 também, ou seja, falar de futebol, ele é feito por voltas. A partida, o Pit stop, porque eu gosto de fórmula 1 e o Verstappen dizia que 'eu sei que eu sou o alvo, eu sei que tenho o alvo nas costas, mas eu prefiro ser o caçado do que o caçador", o caçado porque eles tem que vir atrás de mim, e o desafio é esse".

Paulista poderia ser o campeonato Português: "Quando nós falamos do estadual, do Paulista, eu comparo ao nosso campeonato português. É o que eu comparo. Nós temos aqui quatro equipes tops, São Paulo, Corinthians, Palmeiras. Quando falamos top, são equipes que lutam para ser campeãs não só do estadual, mas no Brasileiro, e o Santos também. São quatro candidatos sempre a ganhar o Paulista. Pode aparecer o Bragantino, porque realmente é um clube muito estruturado e organizado. (...) Mas para vocês terem uma ideia, só o estado de São Paulo tem 22 milhões de habitantes. Portugal tem 11 [milhões]. E eu para fazer o estadual, às vezes tenho que ir de avião. Só no estado de São Paulo, temos que fazer a viagem de avião".

Veja a entrevista completa de Abel Ferreira:

Brasileirão é a Liga Europeia: "Quando falamos do Brasileirão, vocês sabem, tem existido muito na Europa está nova Liga Europeia. Nós já fazemos aqui a Liga Europeia, que é o nosso Brasileirão, que são os melhores de cada estado, competindo juntos. Que é como se fosse, a luz da Europa, eu pegar os três, quatro melhores de Portugal, e juntar os três, quatro, da Espanha, juntar os dois três de Itália, mais os dois três de França, mais os dois três de Alemanha, mais os dois três de Inglaterra, e fazer uma liga europeia. Nós fazemos aqui o Brasileirão. Por isso que é tão competitivo, são as melhores equipes de cada estado, num universo de 200 milhões de habitantes, que é o Brasil".

Difícil ganhar uma competição assim? "É preciso uma consistência, por isso que essa palavra eu gosto muito, que é preciso ter uma consistência, uma regularidade tremenda. Porque você vai ganhar, e ganhar a gente gosta de ganhar, o segredo está no momento da derrota e na desilusão, de você ter a capacidade de 24 horas e próximo jogo, e vamos continuar, e vamos perder e vamos ganhar. Nós temos que ser muito consistentes na nossa forma de jogar".

Dar o melhor independente do adversário: "Vão ter momentos que vão nos desafiar e nós sentimos isso agora, que todas as equipes jogam contra o Palmeiras, jogam no nível competitivo. Isso também nos desafia. E eu estou sempre a dizer isso, nós não vamos jogar em função do adversário, não é o adversário que nos pode motivar. A se vamos jogar contra o Flamengo, então estamos com um nível de motivação top, se vamos jogar contra o Nacional, não. Os atletas de elite, os jogadores de excelência, os melhores, não são assim que encaram".

O maior adversário está dentro de si próprio: "Os melhores olham para dentro, e seja contra quem for, jogue quem jogar, eu vou dar o melhor para ganhar. Não interessa quem está do outro lado, eu vou fazer o meu melhor, por isso eu costumo dizer muitas vezes 'o maior adversário que nós temos, está dentro de cada um de nós, é isso que eu digo a cada um dos meus jogadores. Não se preocupe em ser melhor do que o seu rival, se preocupe em ser melhor todos os dias, esse é o teu grande desafio".

"As vezes o jogador, e eu fui jogador, olhava muito pro lado, ah, ele cruzou três vezes, eu tenho que cruzar quatro. Não, procura melhorar tu. Procura tu ser melhor, se tu for melhor, nós seremos melhor"

Desafio de manter o time motivado: "E é esse o desafio quando chegamos a esse nível, depois de ganhar, você perguntar 'qual é o desafio?'. É eu dizer 'o que você fez, não adianta. O que nós fizemos, não vai adiantar para esse ano. Se formos iguais, será difícil ganhar. Cada um de nós tem que ter o desejo e a ambição interna de este ano querer ser melhor".

Mantra do ano: "E é isto que eu digo no início de cada ano, se vocês forem ver a frase "e agora? Vamos fazer o mesmo, mas vamos fazer melhor". (...) E é esse que é o nosso mantra. Eu gosto de criar uma história para cada ano, e esse foi o nosso mantra esse ano. Vamos fazer o mesmo, mas melhor. Se vai dar para ganhar? Não sei. Uma coisa eu posso garantir, se nós fizermos melhor, vamos estar mais próximos de ganhar títulos como já o conseguimos".

Como motivar a equipe: "Agora como é que eu consigo motivar essa gente. É eu sendo melhor que eu mesmo. É eu elevar a minha própria versão, se o meu nível era 7 eu tenho que passar para 8. É a única forma que nós temos para conseguir ganhar ou, porque eu não consigo garantir, mas nos aproximar de ganhar, é passar para o próximo nível, cada um de nós. Porque se não conseguirmos passar para o próximo nível, os nossos concorrentes estão mais fortes"

Times grandes na segunda divisão: "Nós estávamos a competir com Cruzeiro que subiu de divisão, o Vasco subiu de divisão, o Grêmio que subiu de divisão. Tu perguntas 'mas subiu de divisão?' Sim, são clubes do tamanho e do nível de um Porto, Benfica, Sporting, que no ano passado estavam a disputar a segunda liga. Você está pensando, mas isso é louco. É, é louco. Aqui é possível um clube da dimensão de Benfica, Porto e Sporting, cair de divisão se não abrir os olhos".

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