Visitamos o novo Reffis do São Paulo, modernizado ao custo de R$ 1,5 milhão
Felipe Marques trabalha no São Paulo desde janeiro de 2022. Chegou com a missão de comandar a renovação do Reffis (Núcleo de Recuperação Esportiva Fisioterápica e Fisiológica), outrora referência no Brasil. Com forte sotaque gaúcho, responde às duas primeiras perguntas - de estilo provocativo - com muita convicção.
Se o Reffis merecesse, hipoteticamente falando, nota cinco, quanto merece o Reffis Plus?
"Nota dez. Sem dúvida."
Ele está no nível do Palmeiras, que é considerado uma referência atual?
"Não acredito que eles tenham os aparelhos que temos atualmente. Muitos clubes têm alguma coisa da BTL, mas não como nós."
BTL é uma marca alemã que o São Paulo buscou para renovar o seu Reffis. São 15 aparelhos novos. O custo seria de R$ 1,5 milhão, uma parte delas em ações de marketing, como permutas com camarotes.
Lesões geraram críticas
O projeto de modernização chama atenção em um momento no qual o clube sofre duras críticas por lesões recentes de muitos jogadores. A equipe chegou a ter 14 desfalques na temporada, incluindo atletas que precisaram passar por cirurgias.
Mas a reformulação ainda não está completa. Depois da primeira etapa, já implementada, com foco na regeneração de tecidos, uma segunda, com compra de aparelhos físicos e de performance, virá, com custo entre R$ 2 milhões e R$ 3 milhões. Segundo Felipe Marques, é necessário uma revitalização a cada três anos, para evitar a obsolescência dos equipamentos.
Os novos aparelhos têm nomes complicados. O EPI significa Eletrólise Percutânea Intratisular, o SIS é Sistema Super Indutivo. O Tecar apressa a regeneração de tecidos com ondas de choque. Com eles e outros, o clube comemora a diminuição do prazo de recuperação de lesões musculares. "Estamos com 13 dias de média", explica Priscila Alvarenga, uma das fisioterapeutas.
E a câmara hiperbárica, tratada por muita gente como o mais moderno possível? O São Paulo não tem e não terá. Depois de estudos, foi considerada inadequada.
Monitoramento do elenco
O São Paulo instituiu também um acompanhamento personalizado de cada atleta. É feito um protocolo individual com todas as lesões que o atleta teve na carreira. O acompanhamento é feito e o treinador é avisado se o atleta está com bandeira vermelha - é proibido de jogar - ou amarela, quando o treinador é avisado que alguma lesão pode acontecer.
Wellington estava sob bandeira amarela quando teve lesão muscular contra o Água Santa. "Aí, é analisado o risco de jogar ou não, de acordo com as necessidades do elenco", diz Carlos Belmonte, diretor de futebol. O lateral, que havia feito sete jogos, teve lesão grave e foi operado.
A ideia é sempre optar por um tratamento conservador antes de cirurgia. No caso de Wellington, nem houve discussão, era grave. No caso de Calleri, a opção foi por tratamento convencional. Houve muitas críticas em relação a Igor Vinícius. O tratamento convencional não deu resultado e foi feita a intervenção cirúrgica. "É melhor perder 20 dias e tentar contar com o jogador rapidamente do que se precipitar e fazer uma operação", diz Belmonte.
Além de Wellington, houve três jogadores com lesões musculares: Orejuela e os recém-chegados Erison e David. Há sete jogadores que passaram por cirurgias recentes: Wellington, Ferraresi, Galoppo, Igor Vinícius, Moreira, Wellington e Talles Costa.
O médico Ricardo Galotti, que estava em Cotia e assumiu o cargo há três semanas, diz que não houve nenhum melindre por Galoppo haver preferido ser operado na Argentina. "Em todo lugar é assim, clube de futebol ou não, existe o diagnóstico e o paciente busca o lugar que preferir para fazer a operação. É normal".
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