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Alex Telles diz o que seleção terá de novo e prevê trote no interino Ramon

Alex Telles, em treino da seleção brasileira - Rafael Ribeiro/CBF
Alex Telles, em treino da seleção brasileira Imagem: Rafael Ribeiro/CBF

Do UOL, em Tânger (MAR)

22/03/2023 16h52

O lateral-esquerdo Alex Telles é um dos remanescentes na seleção brasileira depois da Copa do Mundo e contou como o técnico interino, Ramon Menezes, está armando o time para enfrentar o Marrocos, no sábado. Em um ambiente rejuvenescido, com jogadores que não estavam na Copa do Mundo com Tite, até Ramon deve passar pelo famoso trote na seleção, que é a recepção aos novatos no jantar.

"Tivemos dois dias de trabalho, percebemos que é um cara que gosta muito de jogar, de construção, laterais subindo com bastante intensidade. Além disso, o equilíbrio necessário. Conhecemos o trabalho e nos sentimos confortáveis. Temos um leque de opções para formações e formas de jogar. Tenho certeza que faremos grande jogo contra o Marrocos", disse Alex Telles, que depois engatou sobre o trote:

"A vai ter. A gente vai organizar uma noite para ele poder falar, com certeza."

Conversa entre jogadores sobre novo técnico. "Na concentração estamos mais focados nos trotes, os novos jogadores. Três ou quatro por noite. Brincadeira à parte, entramos em assunto de indefinição, futuro, mas o Ramon está aqui para esse trabalho, que está sendo muito positivo e temos gostado bastante. O futuro deixamos para quem cabe responder. A gente fala quem pode vir, se Ramon fica ou não, mas deixo para falar a quem cabe isso e focamos nos treinamentos".

Derrota na Copa e lesão. "Foi um golpe duro, particularmente falando, ainda mais pela lesão. Foi um golpe forte, a competição que tínhamos, o foco era muito grande, e tínhamos perspectiva e confiança altos no time e no trabalho. Foi um baque a todos, demorei semanas para digerir. Foi uma mudança de emoção em segundos. Acredito muito que o futebol dá oportunidades no dia, na semana seguinte. Começamos um novo processo e podemos repetir o que deu certo. O baque foi grande, mas é um impulso maior para conquistarmos coisas grandes na frente".

Outras respostas de Alex Telles

Recuperação

"Foi o processo mais duro que eu tive na carreira, a nível psicológico. Tive lesões mais sérias, mas a nível mental foi mais difícil. Foram dois meses e meio, quase três, de recuperação e foco. Meu principal objetivo após deixar o Qatar foi voltar à seleção brasileira. Acredito no esforço, dedicação, e pude voltar ao meu clube e agora à seleção".

Voltar antes do fim da Copa

"Houve conversa, falamos logo após até por logística, tinha muito jogador. Comissão, staff e fisioterapia precisavam de atenção total com quem estava lá e eu precisava de um tempo para mim. Fiquei mais um jogo contra a Coreia, mas tive que voltar, tinha risco de fazer a operação. Estudei isso em Sevilha e agora estou feliz e recuperado".

Convocação pós-Copa

"Sentimento de muita alegria, de recompensa pelo trabalho nesses dois meses e meio. Não foi fácil esse trabalho mental e físico, readaptação e ser lembrado na primeira convocação pós-Copa pelo Ramon. Mostra que meu trabalho é bem feito e recompensado, recompensado por um trabalho de anos, um trabalho que confio muito. Quero aproveitar esse novo projeto para ajudar a seleção da melhor forma possível".

Ramon interino

"Os jogadores novos… Eu me vejo neles, vivi isso em 2019 na primeira convocação. Acredito que todos chegam pela qualidade, mas também ambição. Trabalho de renovação é normal depois de uma Copa do Mundo. Há um leque de opções, muita qualidade, Ramon passa sua qualidade como ex-jogador e técnico, nós acolhemos todos e que eles se sintam cada vez mais confortáveis para dar o melhor. São destaques nos seus clubes e merecem estar aqui. Vamos nos conhecendo a cada dia, mas o futebol não tem muito mistério. É trabalhar, ajudar o companheiro e quem chegou está com muita sede para ajudar a seleção".

Estar na seleção sem saber sobre o novo técnico

"Ficamos pensativos, não sabemos o que vai acontecer, mas eu gosto de pensar no presente. O presente é o Ramon, que está de corpo e alma conosco. Teve um trabalho longo do Tite e que nos ajuda, muitos se conhecem, e agora temos nova filosofia com Ramon e novos jogadores. Depois do Marrocos, veremos o que vem pela frente. O trabalho compensa tudo".

Alicerces

"Eu acredito muito em Deus, tenho muita fé e sou grato por tudo que tenho. Quem me conhece sabe o poder da minha família para me ajudar. Minha filha está com dois meses e meio e foi meu maior presente. Saí da Copa frustrado, mas dia seguinte ela nasceu e renovou tudo, me deu forças, dedico minha convocação à ela. Trabalho com profissionais da parte mental, é muito importante para superar baques como o da Copa. Não será o último, a carreira é difícil, mas temos sempre que buscar a perfeição".

Pacto pelo hexa

"Os percalços têm que ser superados, passamos muitas desilusões, até semanais perdendo alguns jogos. Não podemos parar neles, temos que continuar. Temos três anos e meio até a próxima Copa, todos aqui querem estar nesse processo. É um caminho que só começa durante uma ferida aberta. Que sirva de lição, os atletas estão cada vez mais importantes. Esse calo ainda doerá, mas serve de força para o futebol brasileiro que merece esse título".

Indefinição no Sevilla

"Não me incomoda, são coisas que fogem do meu controle. Eu foco no meu trabalho, no dia a dia. Meu futuro é o Marrocos, dar o melhor para o Ramon e depois voltar ao meu clube e dar o máximo lá. O futuro eu deixo para quem resolve, quem me ajuda. E aí sim decidir da melhor maneira".

Saída do Sampaoli

"Pega a gente de surpresa, sempre assim quando há mudança de líder. Aconteceu também na seleção. Fiquei sabendo quando cheguei aqui no Marrocos. Acredito que as mudanças vêm por um novo caminho. Sampaoli é um grande treinador, ajudou muito, e espero que consigamos bons resultados com o novo treinador. Terminando aqui, voltarei para lá e darei meu melhor para ajudar o Sevilla".

Psicologia na CBF

"A parte da mente é fundamental hoje em dia, não só para atleta, mas no ser humano do jeito que o mundo está. Pedir ajuda não é vergonha, é para melhorar nível como pessoa e profissional. Ter na seleção cabe a quem diz sim ou não, mas os atletas têm essa consciência de trabalhar a mente no clube ou em casa, faço isso há um bom tempo e me ajuda demais. Não somos máquinas, queremos dar sempre o melhor e em alguns momentos precisamos de ajuda para dar 100%".

"Eu e todos esperamos. É um jogo duríssimo, Marrocos foi muito bem na Copa, tem jogadores de clubes grandes, fase boa. Esperamos jogo duro, forte, ainda mais como visitante e isso muda a atmosfera. Temos jogadores experientes, juntando com a juventude, podemos fazer uma grande mescla e sair com o melhor resultado".

Surpresa com a convocação

"Saí da concentração no Qatar focando na recuperação para voltar à seleção. Sabia que precisava dar meu melhor. Confesso que fui pego um pouco de surpresa com a convocação, mas sabia que estava preparado. Tinha contato na seleção sobre minha recuperação e estavam cientes da minha condição. Meu trabalho é bem feito e estou aqui por merecimento. Vou aproveitar ao máximo e só tenho a agradecer".