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Destaque do Inter escondeu ser colorado quando passou pelo Grêmio

Pedro Henrique, atacante do Inter, comemora gol no Beira-Rio - Ricardo Duarte/Inter
Pedro Henrique, atacante do Inter, comemora gol no Beira-Rio Imagem: Ricardo Duarte/Inter

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

09/02/2023 04h00

Não é preciso nem conversar com Pedro Henrique para saber como ele é apegado às coisas do Rio Grande do Sul. Seja nas brincadeiras que mantém com Alemão, colega de Inter, ou na identificação que carrega desde a infância com o clube. Colorado, logo de cara conviveu com a rivalidade Gre-Nal quando passou pela base do Grêmio.

Quem contou a história foi o tio e pai de criação de Pedro, Edgar Konzen, conhecido como Neca. Segundo ele, o atacante não podia comentar que torcia para o Inter quando vestia as cores do rival e mantinha tudo em sigilo.

Gremista ou Colorado?

Pedro Henrique teve na bola de futebol seu primeiro amor. Desde muito novo, aproximadamente aos dois anos, a bola era a companheira em todos os lugares.

Pedro Henrique hoje defende o Inter, mas passou pelo Grêmio - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

O atacante perdeu a mãe com apenas seis anos de idade, vítima de um edema cerebral. Ele foi criado pelos avós maternos (Osvaldo e Cecília) e pelo tio, Edgar, o Neca, que era solteiro na época. Posteriormente, passou a ser criado pelo tio, que construiu família.

O Inter surgiu em sua vida por força de Neca. Na família havia gremistas e colorados, mas foi ele o mais presente na escolha do pequeno PH.$escape.getH()uolbr_geraModulos('embed-foto','/2023/pedro-henrique-atacante-do-inter-mal-caminhava-e-ja-estava-sempre-com-a-bola-1675882157420.vm')

Depois de passar pelo Santa Cruz-RS, o Cianorte e o Avaí, Pedro Henrique foi contratado pelo Grêmio. Na ocasião, não podia contar que torcia pelo Inter e viveu a rivalidade de perto.

"Aqui todo mundo dava risada sobre ele ser colorado e jogar no Grêmio. Mas lá ninguém sabia, não podia falar nada. Ele ficava na dele, era melhor. Eu sou Pedro Futebol Clube, fiquei feliz quando ele foi pro Grêmio. Foi a primeira porta que se abriu, ele tinha que abraçar. Se ele ficasse lá, eu iria torcer da mesma forma. Mas hoje estou mais feliz. Sou colorado daqueles de chorar quando perde e dar risada quando ganha. Neca, tio de Pedro Henrique

Pedro Henrique (criança, de camisa do Inter) em aniversário  - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
Imagem: Arquivo Pessoal

Se não fosse jogador seria cantor de bailão

Pedro Henrique é muito ligado à cultura gaúcha. Está sempre brincando sobre bergamota (como é chamada tangerina ou mexerica, no RS), schmier (doce em pasta cremoso, semelhante a geleia) e cuca (bolo tradicional no RS).

Além disso, é aficionado de um estilo de música muito popular no interior gaúcho: as chamadas 'bandinhas', ou 'músicas de bailão', que fazem sucesso em eventos como a Oktoberfest.

Pedro levou ao vestiário do Inter a música 'Guardanapo' da banda Rainha Musical. Ele comemora seus gols com a coreografia da música e é amigo dos membros do grupo, como contou o UOL no ano passado.

Depois de passar pelo Grêmio, ele jogou no Avenida, no Caxias e seguiu carreira na Suíça, na França, no Azerbaijão, no Cazaquistão, na Grécia e na Turquia, até o Inter.

"A gente mora no interior, na mesma chácara que era do me pai, avô do Pedro (que morreu em 2018). As bergamotas são nativas do lugar, não é como as que se compra no mercado (risos). Mas a schmier e a cuca são de uma padaria daqui. Ele vivia cantando. Se não fosse jogador, seria cantor. Ele pegava o microfone e imitava todo mundo. Gostava muito do Mamonas Assassinas, mas o que ele gostava mesmo era bandinha, era música raiz". Neca

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