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Falta de reforços e R$ 200 mi causam turbulência entre Palmeiras e torcida

Torcedores do Palmeiras picham entorno do Allianz Parque em protesto após empate contra o São Paulo - Reprodução/Arquivo pessoal
Torcedores do Palmeiras picham entorno do Allianz Parque em protesto após empate contra o São Paulo Imagem: Reprodução/Arquivo pessoal

Do UOL, em Santos (SP)

27/01/2023 04h00Atualizada em 27/01/2023 10h26

Há menos de três meses, o Palmeiras levantou a taça de campeão brasileiro, mas bastaram três rodadas na nova temporada para subir a pressão da torcida com o time de Abel Ferreira. As vendas recentes de Endrick e Danilo deram ao torcedor mais de '200 milhões de motivos' para cobrar reforços — ainda que o dinheiro não entre em sua totalidade nos cofres do clube neste ano.

O que aconteceu

  • A bilheteria do Allianz Parque amanheceu pichada depois do empate no clássico contra o São Paulo. O protesto era direcionado à presidente Leila Pereira e pedia reforços ao time. O Verdão venceu o Ituano por 3 a 1 no jogo imediatamente após o episódio.
  • O principal motivo do descontentamento da torcida é a falta de reforços. O torcedor viu Endrick se tornar a segunda maior venda da história do futebol brasileiro e esperava investimento em contratações.
  • Os quase R$ 100 milhões que entram na conta do Palmeiras em janeiro se tornaram motivo suficiente para estremecer a relação entre Verdão e seu torcedor. O palmeirense entende que, com o dinheiro, o alviverde teria capacidade de reforçar seu elenco. Vale lembrar que 30% do montante pertence ao jogador.
  • A temperatura subiu mais ainda após a venda de Danilo ao Nottingham Forest (ING). Os ingleses pagaram 20 milhões de euros (R$ 111 mi) pelo volante e o torcedor cobra uma reposição. O valor foi parcelado: 2 milhões de euros (R$ 11 mi) à vista, 8 milhões de euros (R$ 44 mi) em outubro, mais 8 milhões de euros (R$ 44 mi) em 2024 e outros 2 milhões de euros (R$ 11 mi) em 2025.
  • Nem todo o dinheiro já está em caixa. No total, o Palmeiras vai receber 44,5 milhões de euros (R$ 245 milhões na cotação atual). Esse montante se divide em 24,5 milhões (R$ 135 mi) fixos por 70% da venda de Endrick, sem contar os 25 milhões de euros por metas, e 20 milhões de euros (R$ 110 mi) por Danilo. Do total, R$ 122,5 milhões entram nos cofres ainda em 2023, R$ 111,5 milhões em 2024 e R$ 11 milhões em 2025.
  • Anderson Barros é alvo de descontentamento do torcedor já há algum tempo e a demora na reposição após a perda de Danilo aumentou o tom da cobrança. Leila Pereira, porém, é o principal alvo.
  • O histórico recente de reforços também desagrada. Nomes como Atuesta, Navarro e Merentiel não passaram nem perto de agradar o torcedor. Jailson, Flaco López e Tabata (que chegou para recompor Scarpa) ainda não convenceram.

O que está por trás

  • O Verdão afirma que não está nadando em dinheiro. O clube renovou recentemente com alguns dos principais jogadores do time e vê a manutenção de suas referências como um investimento.
  • O Palmeiras não comprou a pressão após as pichações. O clube viu o episódio como uma reação desproporcional após apenas três jogos.
  • O Verdão vê motivação extracampo no protesto. Nenhuma torcida organizada assumiu a autoria do protesto, mas o fato da Crefisa ter recentemente confirmado o corte do patrocínio ao carnaval da Mancha Verde é visto como explicação internamente.
  • As pichações não criaram um senso de urgência no clube. A campanha de dois empates e duas vitória no ano é vista como suficiente para este início de temporada.
  • O Palmeiras irá repor a saída de Danilo e a comissão técnica sabe disso. Abel e seus auxiliares estão tranquilos quanto ao tempo transcorrido após a saída de Danilo, vendido ao Nottingham Forest (ING).
  • A pichação "queremos jogadores" não altera o planejamento interno. O Palmeiras entende que conhece o caminho e sabe o que tem que fazer. A saída de Scarpa, por exemplo, já foi previamente reposta com a contratação de Bruno Tabata.
  • Endrick foi negociado com o Real Madrid (ESP) por 72 milhões de euros (R$ 400 mi). O valor será pago ao Palmeiras em duas parcelas iguais de 17,5 milhões de euros, em janeiro deste ano e de 2024. Os demais valores serão pagos por metas a serem alcançadas.

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