Quem é Rodrigo Santana, auxiliar vetado no Corinthians por ato golpista

O Corinthians esteve perto de contratar o auxiliar técnico Rodrigo Santana, mas o acerto foi desfeito ontem (6), após o UOL Esporte revelar uma foto dele participando de um ato golpista na porta de um quartel. O Alvinegro seria sua primeira oportunidade em um clube grande desde a saída do Atlético-MG, há três anos.

Aos 40 anos, Rodrigo Santana estava longe do futebol desde a saída do Confiança-SE, no meio da Série B do ano passado. Ele tem experiência como treinador de outros três clubes (Atlético-MG, Avaí e Coritiba) e no Corinthians seria assistente de Fernando Lázaro, o técnico escolhido para 2023.

Relacionadas

Corinthians desiste de contratar auxiliar técnico que foi a ato golpista

Casagrande: Não há espaço para golpista no clube que sempre defendeu a democracia

Opinião: Rodrigo Santana deveria estar preso

A contratação foi suspensa em meio à repercussão da selfie de Santana na porta de um quartel de Belo Horizonte, durante um ato marcado por cartazes e cantos golpistas. A foto foi tirada em 2 de novembro, três dias após Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vencer Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno da eleição presidencial do Brasil. O ato era formado por apoiadores do atual presidente, que perdeu a eleição, e tinha cartazes e cantos que pediam "intervenção militar" por uma suposta e nunca comprovada "fraude eleitoral".

Segundo o Instagram, Rodrigo Santana também compartilha mentiras sobre a eleição. A rede social avisa a quem quiser segui-lo que ele "publicou repetidamente informações falsas que foram analisadas por verificadores de fatos independentes ou que eram contra as diretrizes da comunidade".

Questionado, Santana diz "ver a política como algo muito pessoal" e não quis comentar em detalhes a presença ao ato que defendia desrespeitar o resultado das eleições.

A carreira no futebol

Santana foi jogador profissional e se aposentou de forma precoce, aos 28 anos. Ele se recuperava de uma lesão grave na mão quando recebeu o convite para ser auxiliar, e em seguida técnico, do Camboriú-SC. Começou a carreira em competições de base do futebol catarinense, passou pelo interior paulista e ganhou projeção com boas campanhas do URT no Campeonato Mineiro, em 2017 e 18. Foi depois de chegar à semifinal estadual que foi contratado pelo Atlético-MG para comandar as categorias de base.

Ele treinou o sub-20 do Galo por seis meses, inclusive na Copinha de 2019, e depois assumiu o time principal como sucessor de Levir Culpi. Começou como interino, depois foi efetivado. Perdeu as finais do Campeonato Mineiro, seus dois primeiros jogos na função, e ficou seis meses no cargo. Foi demitido após seis derrotas seguidas, em outubro daquele ano.

Em 2020 Santana foi treinador de Avaí e Coritiba, somando apenas 11 jogos nos dois clubes. Foram cinco no time catarinense, mas durante a parada pela pandemia de covid-19, e outros seis no Coxa, de onde saiu após quatro derrotas e dois empates. Seu último trabalho foi no Confiança, por 14 rodadas da Série B de 2021.