Como é um dia em busca por informações sobre Pelé na porta do hospital

A internação de Pelé alterou a rotina do Hospital Albert Einstein, na zona sul de São Paulo. A calçada em frente ao local foi tomada por carros, câmeras de televisão e por jornalistas ávidos por notícias.

O hospital recebeu pedidos de informação até da imprensa chinesa. Todos querem saber sobre a saúde do Rei do Futebol. Só saiu um boletim oficial e nada mais. O hospital é rígido no protocolo de sigilo e apenas poucos funcionários sabem das notícias.

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Pelé chegou de helicóptero na tarde de terça-feira (29). Edinho, seu filho, usou um acesso alternativo para entrar no hospital sem ser visto pela imprensa. Há várias maneiras de se entrar discretamente no hospital que costuma receber celebridades, políticos e artistas.

As pessoas que passavam pela porta, entrando ou saindo, queriam saber o motivo da aglomeração na porta do hospital. Anônimos começaram a perguntar quem estava internado para os profissionais que faziam plantão em frente ao local. Ao saber que era Pelé, lamentavam, pediam informações sobre a saúde do Rei, e saíam resignados, mas confiantes na recuperação do maior camisa 10 da história.

O torcedor Marcolino Olímpio de Oliveira foi até o hospital e saiu frustrado ao não conseguir realizar a visita planejada. Trajado com a camisa branca do Santos, número 10 às costas, ele queria ver o ídolo. Foi barrado na porta, mas prometeu voltar:

"Tinha esperança, mas infelizmente não pode. Vim aqui para ver se eu conseguia ver o Pelé, mostrar para ele alguma coisa. Mas não me deixaram. Falaram que ele estava fazendo exames. Só quem tem autorização são os parentes e os médicos. Enquanto ele estiver aqui, eu venho".

Funcionários do estacionamento disseram que a curiosidade de pacientes e pedestres só surgiu por causa da presença da imprensa. Um médico que deixava o plantão e falou com a reportagem afirmou que a rotina do dia a dia no hospital não é alterada com as internações de pessoas famosas.

Assim, nenhum funcionário ou médico que não faça parte da equipe médica do ex-jogador do Santos tem acesso a ele ou ao prontuário, para saber o motivo da internação, o tratamento ou os remédios que Pelé toma.

Por enquanto, o único boletim médico divulgado pelo Einstein diz que Pelé está "estável, com pleno controle das funções vitais". E que a internação foi feita para "reavaliação do tratamento de quimioterapia".

Pelé tem um tumor no intestino, diagnosticado em setembro do ano passado. Ele passou por uma cirurgia para a retirada e depois passou a fazer quimioterapia. A família explica que a internação foi por causa da rotina desse tratamento.