Mauro Cezar: Brasil e Argentina não foram devidamente testados para a Copa

A seleção brasileira e a da Argentina são apontadas entre as favoritas para a conquista da Copa do Mundo no Qatar, o que encerrará uma sequência de quatro títulos seguidos de países europeus. Mas o favoritismo é visto com ressalvas devido ao nível de competição que as seleções enfrentam na América do Sul, sem espaço para mais duelos com países de outros continentes.

Na Live do Mauro Cezar, transmitida pelo UOL Esporte, ele ressalta que Brasil e Argentina podem sim ser apontadas entre as favoritas, mas que na prática só dará para saber quando a bola rolar, já que acredita que as duas seleções não foram devidamente testadas no ciclo até o Qatar.

"Realmente eles não foram devidamente testados, porque são jogos apenas com tines sul-americanos, os dois são muito superiores aos demais, as eliminatórias aqui da América do Sul são de fato tecnicamente muito fracas, não desafiam adequadamente os times do porte da Argentina e do Brasil, acho que isso de fato compromete bastante", diz Mauro Cezar Pereira.

"A gente só vai saber realmente o poderio dessas equipes, os estágios técnicos para valer quando começar a Copa do Mundo e os confrontos contra times mais qualificados tecnicamente. Acho que são duas seleções que podem sim figurar entre as favoritas, entre as que têm maiores possibilidades de sucesso na Copa do Mundo, mas realmente medir mesmo a força desses times só quando começar de fato a Copa do Mundo", completa.

Mauro acredita que no formato atual em que são disputadas as Eliminatórias Sul-Americanas, Brasil e Argentina acabam prejudicadas pela falta de jogos em um patamar mais próximo do futebol que é praticado hoje na Europa.

"Claro que amistoso é amistoso, mas é melhor ter amistosos contra seleções minimamente desafiadoras do que ficar jogando só contra as Bolívias e Venezuelas da vida. O Tite tem perto de 70% dos seus confrontos como técnico da seleção contra times aqui da América do Sul, é um número muito alto e não é nem culpa dele, evidentemente".

Ataque sérvio preocupa na estreia do Brasil

A falta de confrontos do Brasil contra seleções europeias causa esta preocupação justamente por encarar logo na estreia da Copa a Sérvia, que é apontada como um time bem superior ao que a seleção venceu há quatro anos na Rússia. Mauro Cezar aponta o poderio ofensivo da equipe como um fator que deve complicar bastante o primeiro jogo, na quinta-feira (24), às 16h.

"É um time que tem bons jogadores, boa técnica, muita presença na área, jogo aéreo forte e tem um sujeito que cruza muito bem e bate muito bem na bola, que é o Kostic. É um time que deve ameaçar a seleção brasileira pelo alto, por baixo, e acho que vai dar trabalho, vai ser um jogo difícil esse, eu espero um jogo difícil, tomara que seja um bom jogo"

Número de zagueiros pode ser um problema

Não faltam opções ofensivas ao técnico Tite para a Copa do Mundo, com nove jogadores convocados para o setor, mas a quantidade de zagueiros é um fator que Mauro Cezar chama a atenção como um risco para o Brasil no Qatar, considerando também a idade de Thiago Silva.

"O pior na minha opinião é a zaga, são quatro zagueiros somente. É verdade que o Danilo é lateral e pode jogar como zagueiro, mas zagueiros mesmo só tem quatro e um deles tem 38 anos, que é o Thiago Silva. Se por ventura um zagueiro se machucar, ele fica com um suplente só para a posição e o Bremer, que foi convidado, bom jogador da Juventus, tem pouca rodagem na seleção".

A Live do Mauro Cezar vai ao ar uma vez por semana, analisando os destaques do futebol

Quando: Toda quinta-feira, às 10h30

Onde assistir: Ao vivo na home do UOL, no UOL no Youtube e Facebook do UOL.

Veja a íntegra do programa: