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Cássio bate na trave pela 2ª vez e segue sem título da Copa do Brasil

Arthur Sandes e Alexandre Araújo

Do UOL, em São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ)

20/10/2022 04h00

Por um pênalti Cássio não conquistou seu décimo título pelo Corinthians na noite de ontem (19), no Maracanã, onde o Alvinegro acabou derrotado pelo Flamengo por 6 a 5 nos pênaltis após 1 a 1 no tempo normal. O goleiro fez a parte dele, mas o troféu não veio, e a Copa do Brasil segue sendo o último título de primeira importância que o camisa 12 ainda não levantou no clube.

Cássio foi fundamental nesta temporada do Corinthians, sendo o líder de sempre, mas vive seu maior jejum na passagem pelo clube: o último título conquistado foi o Paulistão de 2019. O goleiro defendeu a cobrança de pênalti de Filipe Luís ontem, mas Fagner e Mateus Vital desperdiçaram suas cobranças, e o Flamengo acabou campeão.

Pelo Corinthians, Cássio já venceu um Mundial de Clubes e uma Libertadores (ambos em 2012), além de uma Recopa Sul-Americana (2013), o Brasileirão duas vezes (2015 e 17) e o Paulistão quatro vezes (2013, 17, 18 e 19). O que falta nesta coleção é a Copa do Brasil.

A decisão de ontem foi a segunda final de Copa do Brasil que Cássio disputou pelo Corinthians e acabou derrotado. Em 2018, o primeiro vice-campeonato aconteceu em derrota para o Cruzeiro na Neo Química Arena, e neste ano o título esteve ainda mais perto, mas escapou nos pênaltis. O camisa 12 foi eleito pela CBF como o melhor goleiro da competição.

"Trabalhamos muito, nos dedicamos, fizemos uma grande partida, no meu ponto de vista. Infelizmente, perdemos nos pênaltis. Mas não faltou entrega, dedicação, empenho. Mas é duro. Para mim, um dos golpes mais duros aqui no Corinthians perder esse título, mas temos de seguir em frente. Temos sete decisões [no Brasileiro]. Hoje é um dia difícil, amanhã é erguer a cabeça novamente e pensar nas rodadas que restam no Brasileiro", disse.

"[Sentimento de um] Funeral. Teve dedicação, empenho. É duro porque teve muita entrega, passamos por muitas situações para chegar a essa final. Fizemos dois grandes jogos. Frustração e chateação é pela dedicação e empenho, e não ter chegado ao objetivo. (...) Perdeu lutando, mas perdeu, né? Dói perder um título, mas é olhar para frente", completou.

Ano de ameaças e volta por cima

Cássio tem pouco mais de dez anos no Corinthians e esta tem sido uma temporada bem diferente de todas as outras. Ainda em abril, o goleiro e a família foram alvos de ameaças tão graves que sua esposa disse rezar para que ele deixasse o Alvinegro. "Matar eu não sei, mas nós vamos achar e esculachar", dizia uma das ameaças.

Três meses depois, Cássio foi herói na Libertadores contra o Boca Juniors. Em seguida se tornou o goleiro que mais defendeu o Corinthians na história, com mais de 600 jogos. Nesta final de Copa do Brasil, fez defesas importantes no jogo de ida e pegou pênalti na volta, além de uma grande defesa em chute de Arrascaeta no segundo tempo, mas não foi o suficiente para ser herói mais uma vez.

Taça também falta a Fábio Santos

Assim como Cássio, o lateral esquerdo é outro que ganhou de tudo no Corinthians, menos a Copa do Brasil. Ele foi campeão brasileiro ainda em 2011 (e depois de novo em 2015). Também faturou Mundial e Libertadores, além da Recopa e o Paulistão, ambos em 2013. Ele não esteve presente no tricampeonato estadual recente pois saiu em 2015 e só voltou ao Corinthians há dois anos. O lateral tem mais de 300 jogos pelo clube e está perto de alcançar o Top 30 de jogadores que mais vestiram a camisa alvinegra.

Aos 37 anos, o lateral tem sido bem útil apesar das limitações físicas. Ele tem sido um dos principais beneficiados pelo rodízio de Vítor Pereira e quase nunca foi titular em dois jogos seguidos, mas ganhou a posição de Lucas Piton e contribuiu muito nas decisões que jogou. Ontem, desviou de calcanhar o lance do gol de Giuliano.

Agora, a conversa é por renovação: Fábio Santos tem contrato apenas até dezembro, mas o presidente Duílio Monteiro Alves já disse publicamente que "a intenção é renovar por mais um ano".

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