Corinthians: VP encontra time-base pela 1ª vez e ganha tempo para evoluir

Foram meses de rodízio, lesões e saídas, mas o Corinthians de Vítor Pereira finalmente encontrou um time-base para o restante do ano: os 11 que começaram jogando contra o Fluminense, há dois dias. Agora, com algum tempo para treinar, a tendência é que a equipe seja mantida nos próximos três jogos.

Por várias semanas, o rodízio promovido por VP deixou dúvidas se este ou aquele jogador seria titular ou reserva nos planos do técnico. Agora é diferente. O foco na Copa do Brasil desfez alguns mistérios e deixou claro desde a última semana quais são os 11 mais bem cotados.

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A base é Cássio; Fagner, Gil, Balbuena e Fábio Santos; Du Queiroz, Fausto Vera e Renato Augusto; Adson, Róger Guedes e Yuri Alberto.

Este time demorou para ser formado. São três reforços que chegaram nesta janela de transferências (Balbuena, Fausto e Yuri), quatro veteranos que até outro dia estavam lesionados (Fagner e Renato) ou são sempre poupados para não estourar (Gil e Fábio Santos) e um atacante que ganhou espaço com a saída do titular anterior (Róger Guedes).

"O time-base só é possível quando o espaço entre os jogos permite, tenho certeza absoluta. Se tivéssemos ido a Fortaleza com a mesma equipe, não teríamos hipótese nenhuma de responder ao Fluminense."
Vítor Pereira, sobre a importância de ter poupado titulares dias antes

Uma ou outra dúvida

Dá para argumentar que alguns nomes não estejam nesta escalação por problemas de força maior, mas é um time-base, não necessariamente um "time ideal". Maycon, por exemplo, é um desfalque importante por contusão. Na defesa, Raul Gustavo está lesionado, e Bruno Méndez não pode jogar a Copa do Brasil. No ataque, Gustavo Mosquito é uma sombra importante para Adson. No geral, no entanto, a escalação que está na ponta da língua do torcedor é a que começou contra o Fluminense.

Quatro titulares foram embora em 2022

Entre rescisões e negociações, Vítor Pereira já foi forçado a mudar quatro titulares no Corinthians. O primeiro foi Jô, que era peça importante até ser afastado por indisciplina em junho. Depois, João Victor foi vendido ao Benfica (POR), Gustavo Mantuan foi envolvido na troca por Yuri Alberto e há duas semanas Willian decidiu ir embora. As mudanças custaram tempo e entrosamento, e os substitutos têm tido que conhecer melhor os companheiros nos próprios jogos.

Desfalques atrasaram desenvolvimento

Vítor Pereira passou a maior parte de seus seis meses de Corinthians preocupado com desfalques por lesões ou pela falta de ritmo de quem voltava de contusão. Foi assim nos períodos mais importantes da temporada, nas oitavas e nas quartas de final de Libertadores e Copa do Brasil. Com a maioria dos principais jogadores de volta, finalmente o time ganhou uma cara.

A maré de azar das lesões começou com a de Paulinho, ainda em abril. Dali em diante, o Corinthians nunca mais teve força máxima à disposição de VP, ou seja, sempre teve jogadores importantes no departamento médico. A certa altura foram dez desfalques, e na quarta-feira (24) foram seis: Raul Gustavo, Rafael Ramos, Maycon, Roni, Giuliano e Júnior Moraes.

Agora há mais tempo para treinar

O Corinthians tem mais 16 jogos para fazer na temporada (ou 18, se chegar na final da Copa do Brasil). Nesta reta final, tem mais tempo para treinar do que nos meses anteriores. Depois da visita ao Flu no Maracanã, são três jogos em 18 dias. Todos eles na capital paulista, sem precisar viajar, até a volta da semifinal na Copa do Brasil.

A sequência tem RB Bragantino nesta segunda-feira (29) e Internacional no domingo seguinte (4), ambos na Neo Química Arena, depois São Paulo no outro domingo (11), no Morumbi. Só então é que reencontra o Fluminense, em uma quinta-feira (15).

As pessoas acham ser possível jogar a cada três dias, mas não é possível. Temos que ter consciência porque temos vários jogadores acima dos 30 anos. É a sensibilidade de perceber que um jogador não pode jogar cansado contra adversários rápidos que jogam curto. Jogar cansado contra esta equipe [do Fluminense] não teria hipótese nenhuma. Teríamos tomado de três ou quatro, e a eliminatória estaria decidida."
Vítor Pereira, defensor de seu rodízio quando os jogos são seguidos