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São Paulo: Ceni diz que pensou em pôr Reinaldo no jogo para bater o pênalti

Rogério Ceni comanda o São Paulo contra o Ceará, pela Sul-Americana - Ettore Chiereguini/AGIF
Rogério Ceni comanda o São Paulo contra o Ceará, pela Sul-Americana Imagem: Ettore Chiereguini/AGIF

Thiago Braga

Do UOL, em São Paulo

03/08/2022 22h47

O São Paulo saiu do Morumbi com a vitória sobre o Ceará, por 1 a 0, na abertura das quartas de final da Copa Sul-Americana, na noite desta quarta-feira (3). Mas a vantagem que o Tricolor construiu poderia ter sido maior se Jonathan Calleri não tivesse perdido um pênalti no segundo tempo. Na coletiva pós-jogo, Rogério Ceni disse que pensou em uma substituição na hora da penalidade.

"Me passou pela cabeça colocar o Reinaldo [para bater o pênalti] sim. Mas ele vinha de 30 dias sem jogar. Me coloquei no lugar dele. Eu não gostaria de bater um pênalti [nessas condições]. Ele entrar e bater sem sentir o peso da bola. Avaliei, pensei e voltei atrás", admitiu Ceni.

O pênalti perdido por Calleri é o segundo que o camisa 9 tricolor desperdiçou neste ano. Pelo Brasileirão, contra o Avaí, o centroavante também perdeu. Na ocasião, o São Paulo permitiu a reação da equipe catarinense, e deixou de ganhar a partida, saindo de campo com o empate em 1 a 1.

"Na palestra [antes do jogo], definimos que o Calleri era o primeiro batedor, e o Luciano, o segundo. Como o Luciano já tinha saído, e vi o Calleri sendo atendido, pensei que o Nikão fosse bater. A determinação era para que ele ou o Nikão batessem. O Calleri se recuperou, colocou a bola debaixo do braço, bateu, e a bola não entrou. O que nós temos é dar apoio a ele. Ele já resolveu muito para nós. Assim que você demonstra que é um time, quando alguma coisa de ruim acontece com o jogador, nós temos de demonstrar como um time que no próximo jogo temos a chance de nos recuperar de um erro que poderia nos dar uma vitória mais tranquila para a gente no dia de hoje", enfatizou Ceni.

Com a vitória pelo placar mínimo, o Tricolor pode jogar pelo empate no Castelão, na próxima quarta-feira (10), que se classifica para a semifinal da Copa Sul-Americana. Antes disso, porém, enfrenta o Flamengo, sábado (6), no Morumbi, pelo Campeonato Brasileiro.

Confira mais da coletiva de Rogério Ceni

Cuidados com a velocidade de Mendoza

"No lado em que ele jogar, temos de proteger mais. O Ceará é um time alto. Talvez o melhor fosse jogar com uma linha de quatro jogadores atrás. Mas temos de nos defender das bolas paradas, que são perigosas. E para abrir mão de três zagueiros, não temos tanta altura. O lado do Mendoza, temos que proteger melhor e atacar por outro lado, requer a atenção pela velocidade que tem."

Gramado do Castelão

"Estamos vendo os jogos no Castelão, que é um estádio fantástico. Mas o principal, que é o gramado, infelizmente tem muito jogo. Todos os times jogaram ali, Campeonato Cearense todo jogado naquele estádio. Não há gramado que aguente. Vamos ter que pensar, pois isso entra na estratégia de um jogo. É difícil um gramado ruim para quem constrói. Para quem constrói, ter um gramado bom é sempre melhor. Para quem vai se defender, o gramado até ajuda em algumas coisas. Vamos tentar montar um time com características que sejam boas, e vamos observar o gramado no fim de semana."

"O jogo contra o América-MG eu fiquei satisfeito porque criamos pouco. Hoje contra o Ceará, equipes que competem muito, mas hoje poderíamos ter levado uma vantagem maior. Saímos felizes por termos conseguido no mínimo ter a vantagem no jogo da volta"

Avaliação do momento

"Não gosto de remontar times no meio da temporada, é raro não fazer isso no Brasil. E são pouco os times que não fazem isso. O que ele [Nikão, que estava ao lado de Ceni na coletiva] aprendeu aqui desde o começo do ano, o Galoppo que chega aqui, não vai conseguir aprender no mesmo tempo. A parte tática, o jogar futebol, cada tem a sua qualidade e sabe executar. Mas os movimentos, e a parte defensiva, cumprir papéis defensivos, é difícil para o Galoppo. O André Anderson, quando chegou, sentiu dificuldades. Hoje está lesionado, mas sentiu dificuldades. Isso requer tempo e treinamento. E o que menos temos hoje, é tempo e treinamento. Fica mais difícil ajeitar um jogador em campo, com as contratações que chegam ao longo do ano. São importantes e ajudam os reforços, por exemplo os zagueiros que precisamos. É difícil chegar, embora seja a posição mais simples, onde você tem de defender. Mas na hora de criar, sair jogando [é difícil]. Remontar time não é simples. O ideal é ter um grupo e levá-lo até o fim do ano. Aí vende, faz o dinheiro que tem de fazer. Mas existe janela de transferências. E a gente não vive no mundo ideal."

Balanço da temporada

"Nas duas próximas quartas-feiras posso te dizer como foi o balanço. No futebol brasileiro, o balanço não se faz pelo que você joga, e sim se você se classifica, ou não. Se classificar, fantástico. Se não classificar em nenhuma das duas, terrível. No futebol brasileiro não tem avaliação sobre trabalho. Posso fazer a minha, eu sei. Para mim, é um prazer trabalhar todos os dias evoluir. Vai ser bom se classificar. Vai ser mais ou menos se classificar só em uma, e vai ser tenebroso se não classificar em nenhuma das duas."

Vantagem nas copas

"A vantagem é muito pequena. Você a tem, faz com que o adversário às vezes se exponha um pouco mais. Corra risco, porque se tomar um gol a vantagem aumenta. Mas é muito pequena. O América-MG esses dias virou um jogo que estava perdendo para 3 a 1. O Ceará virou um jogo contra o Corinthians que estava perdendo para 3 a 1. Quer dizer, o Ceará contra o Palmeiras, até o último minuto pressionando o Palmeiras. Imagine então como será difícil, dois jogos bem complicados. Nas duas competições. Além do Brasileiro, que temos dois jogos contra Flamengo e Red Bull."

Bola parada e trio de zaga

"As cobranças não foram bem executadas, erramos as batidas, a bola não cai no lugar que era determinado para cair, aí fica mais difícil."

"Sobre os três zagueiros, em alguns momentos, em algumas construções, são melhores os três zagueiros. Em alguns momentos, te trazem dificuldade. temos de fazer adaptações, porque não nos dão espaço e temos de aprender a criar esses espaços. Para sábado não dá. Podemos mesclar o time. Aí na segunda e na terça a gente tem chance de treinar alguma coisa no sentido da construção."

Elenco tem fôlego x priorizar as copas

"Chegam mais dois jogadores, é isso? Eu desconheço a chegada dos jogadores. Sobre o zagueiro, ainda fui consultado. Mas sobre o outro, não fui comunicado. Eu acho que o São Paulo tem um elenco grande. Temos um bom elenco. Sentimos falta do Arboleda, que não volta. Agora com o Reinaldo voltando, temos as peças na esquerda. Nós temos um bom elenco, que até dificulta para o treinador fazer as escalações. Do meio para frente, são 21 opções para cinco vagas. Atrás é que as opções são bem curtas. Para três zagueiros temos três zagueiros, mais Beraldo e Luizão, que ainda estão em formação. Que temos usado uma hora ou outra, o Luizão um pouco mais. Na frente, tem a briga saudável, que cada jogador vai brigando por espaço. O que estimula, por um lado. Mas que também deixa triste um jogador porque não está começando a partida. E cada um vai contando pontos, a cada jogo, a cada treinamento, e eu levo isso em consideração. Infelizmente não está inteiro porque está desequilibrado. Sobra peças em um lugar, e falta em outras. Nós estamos tentando ganhar o próximo jogo. Sempre falei que a prioridade era o Campeonato Brasileiro. Pelo número de lesões. Chegou um momento em que estivemos que repetir muitos jogadores. E as lesões de tornozelo, lesões por trauma, se tornaram lesões musculares pela repetição de muitos jogadores. Se eu colocar daqui a 60 horas os mesmos jogadores para jogar contra o Flamengo, o Atlético-GO fez isso, ganhou do Corinthians e repetiu os jogadores no Maracanã [e perdeu por 4 a 1]. Temos de ter energia. E é isso que vamos tentar fazer para esse jogo. As copas foram encaixando de uma maneira melhor, mas não podemos abrir mão do Brasileiro. O Brasileiro é o que mantém todos. Ninguém quer brigar por rebaixamento. E temos uma sequência muito difícil. São dois jogos difíceis, contra Red Bull, que só joga uma competição, e o Flamengo, que tem três times"

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