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Cruzeiro troca quase todo elenco na nova era SAF, mas trinca sobrevive

O zagueiro Eduardo Brock é um dos poucos remanescentes no elenco cruzeirense após a chegada de Ronaldo - Gustavo Aleixo/Cruzeiro
O zagueiro Eduardo Brock é um dos poucos remanescentes no elenco cruzeirense após a chegada de Ronaldo Imagem: Gustavo Aleixo/Cruzeiro

Victor Martins

Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte (MG)

27/07/2022 04h00

O Cruzeiro de 2022 faz Série B do Brasileiro muito diferente das duas temporadas anteriores. Líder isolado, com 16 pontos de vantagem sobre o quinto colocado, o sucesso do time estrelado está diretamente ligado à gestão de Ronaldo Nazário, que, em dezembro, comprou 90% da SAF do clube. Ao assumir o controle do futebol, o Fenômeno promoveu reforma quase total no elenco e somente três atletas que estavam em 2021 permanecem na Toca da Raposa.

O zagueiro Eduardo Brock e os laterais Geovane Jesus e Rômulo são os três remanescentes da temporada passada. A saída mais recente foi do volante Adriano, que, até então, era o atleta do atual elenco com mais partidas pelo clube, com 96 jogos. O jovem jogador foi negociado com o Santa Clara, sem custos para o clube português, que terá de repassar ao time mineiro um percentual em caso de venda futura.

Ao contrário do que aconteceu nos anos anteriores, quando o Cruzeiro apostou em alguns jogadores caros para a Série B e fracassou, Ronaldo e sua equipe fizeram uma espécie de choque de gestão nos últimos meses. O orçamento para 2022 era de R$ 90 milhões, elaborado pela antiga diretoria, mas caiu para R$ 35 milhões tão logo que o Fenômeno assumiu o controle.

Com a política de conter gastos e trabalhar dentro da realidade financeira do clube, muita gente deixou a Toca da Raposa. Teve ídolo que foi embora, caso do goleiro Fábio. Teve até quem estava contratado, mas nem sequer vestiu camisa, como o lateral direito Pará e o goleiro Jailson. Teve também quem saiu durante a temporada e até mesmo casos de reforços que chegaram e já saíram, como foi o zagueiro Maicon, que seguiu para o Santos. Ao todo, 36 jogadores deixaram a Toca da Raposa desde dezembro passado.

O desafio de Ronaldo era reduzir a folha salarial e ao mesmo tempo montar uma equipe mais competitiva do que nos anos anteriores. Por isso, ao invés de apostar em alguns medalhões como o Cruzeiro fez em 2020 e 2021, a nova gestão cruzeirense optou por um estilo de jogo capaz de potencializar os atletas. Foi quando Paulo Pezzolano surgiu como uma das opões para o cargo de treinador, ocupando a vaga que era de Vanderlei Luxemburgo, que teve o contrato renovado pela diretoria anterior, mas foi desligado por não ser capaz de entregar o futebol desejado por Ronaldo.

"É gratificante ver que a opinião de alguns torcedores e alguns membros da imprensa mudou, mas sei que preciso continuar evoluindo. O Paulo tem uma parcela de responsabilidade grande nisso. Enxergou que eu poderia crescer. Agradeço bastante ao Paulo Pezzolano pela evolução do zagueiro Eduardo Brock em 2022", disse o zagueiro Eduardo Brock, um dos remanescentes de 2021.

Criticado pelos torcedores, apontado como os dos motivos para a fraca campanha na Série B do ano passado, o defensor se tornou um dos pilares e o capitão da equipe dirigida por Pezzolano.

"O Cruzeiro vive um ótimo momento. Isso se reflete no desempenho de cada atleta. Sei que fui criticado, mas em função de muito trabalho e dedicação, do entendimento do Paulo, que enxergou a minha qualidade e do clube, que acreditou em mim e renovou o meu contrato, hoje posso retribuir com um bom futebol", completou o zagueiro.

A volta de Stênio

Autor do gol da vitória do Cruzeiro sobre o Bahia, pela 20ª rodada, o atacante Stênio não se encaixa como um dos remanescentes do elenco celeste em 2021, apesar de ter disputado algumas partidas da temporada passada. Mas o garoto de 19 só retornou à Raposa nas últimas semanas, após ficar um ano no Torino, da Itália. A negociação foi feita pela gestão anterior. Quando Ronaldo assumiu o futebol celeste, o atacante já estava no futebol europeu.

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