Casão comenta ausência em jogos da seleção após críticas a Neymar
Um dia após anunciar sua saída do Grupo Globo, Walter Casagrande falou sobre ter ficado fora da transmissão de jogos da seleção brasileira nos últimos anos. Ao UOL Entrevista, o ex-jogador disse que acredita que sua ausência foi definida depois de fazer diversas críticas a Neymar.
"O que aconteceu é que, de 2019 pra cá, saí dos comentários da seleção brasileira. Mas não posso falar com provas que foi isso. É escolha, perfil. Talvez a direção de esporte não queira alguém crítico e polêmico, talvez eles até queiram alguém que critique mas de forma mais branda. E eu não sou brando", comentou Casão.
Para exemplificar, o agora ex-comentarista da Globo relembrou quando, em 2017, disse que o camisa 10 brasileiro era "mimado". "Caiu o mundo, explodiu o país, como se mimado fosse uma agressão. Mimado é uma pessoa que não consegue amadurecer e tudo que acontece pede ajuda dos pais, isso é mimado", apontou.
"Mas, quando falei, eu percebi que muita gente, principalmente do staff do Neymar, não sabia o significado. Se soubessem, não iam ficar tão irritados com o que falei", acrescentou.
Casagrande assumiu que é "mimado até hoje", mas opinou sobre o que o diferencia do craque do PSG. "Não tenho vergonha nenhuma, mas aprendi a ser mimado de forma mais objetiva. Tenho o lado mimado, mas isso não interfere no meu dia a dia. Eu sou mimado, mas falo, me posiciono e participo", ponderou.
"Quando eu falei aquilo, parecia que eu ia ser pendurado por parte do jornalismo esportivo e da população. O palavrão é mais aceito que a palavra mimado. Fomos para a Copa [de 2018], e foi tudo aquilo que a gente viu", afirmou. Casão ainda complementou: "Neymar foi patético não tem como aliviar."
No entanto, ele destacou que "sempre elogiou" o astro quando jogava pelo Santos e pelo Barcelona. "As pessoas falam que eu só criticava, mas falei que ele jogou muita bola no Santos e no Barça. Só que falei que ele tinha errado em ir ao PSG. Ele escolheu ir com o pai dele por causa da grana, porque achou que ia ganhar a Bola de Ouro e a Champions, e não rolou nada", comentou.
Para Casagrande, o jogador de 30 anos foi "caindo com o tempo", mas os torcedores "não conseguem ver isso". Ele também se colocou reticente sobre o sonho da conquista do hexa na Copa do Mundo de 2022, no Qatar.
"Fico olhando parte do jornalismo esportivo e boa parte da torcida brasileira falando que o Brasil vai ser hexa e o Neymar vai arrebentar na Copa. Isso pode acontecer, mas com que propriedade se fala isso? O Brasil joga com as mesmas seleções na Copa América, e quando faz amistoso é Japão e Coreia. Qual é a base para falar que vamos ganhar a Copa do Mundo? Isso é ufanismo", disparou.
O ex-jogador do Corinthians ainda voltou a falar sobre o desempenho de Neymar nos últimos anos para reforçar sua visão. "Na última Champions ele não fez gols. Faz dois anos e meio que é só contusão, joga pouco por ano e não faz mais gols decisivos. Isso é fato, não tô inventando e pegando no pé dele.
"Eu não tenho propriedade pra falar que o Brasil vai ser hexa, porque nem a seleção nem o Neymar tão fazendo coisas que eu possa pensar que isso vai acontecer. Na minha opinião, não vai acontecer nada disso. O Brasil pode ser campeão, mas não será através do Neymar, será pelo lado coletivo", finalizou.
- Assista à íntegra da entrevista com Walter Casagrande, no Canal UOL:
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