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Fabián Bustos justifica titularidade de Bryan Angulo, alvo de críticas

Fabián Bustos, técnico do Santos, durante jogo pelo Campeonato Brasileiro - Isabela Azine/AGIF
Fabián Bustos, técnico do Santos, durante jogo pelo Campeonato Brasileiro Imagem: Isabela Azine/AGIF

Colaboração para o Uol, em São Paulo

22/05/2022 00h31

Após empate sem gols contra o Ceará, em jogo válido pela 7ª rodada do Campeonato Brasileiro, o técnico Fabián Bustos justificou a titularidade de Bryan Angulo.

O equatoriano de 26 anos foi criticado devido suas últimas duas atuações com a camisa do Peixe. Para o treinador, o atacante fez uma boa partida.

"Eu não sei se é para o torcedor, eu acredito que você está me perguntando. Eu trabalho todos os dias, todos os dias eu vejo quem está melhor para cada jogo, não quer dizer que um é melhor que o outro. Eles são diferentes, um é 9 e o outro é ponta, um 10. Depois o que nós vemos no trabalho diário e como vamos chegando, Ricardo fez um bom jogo no outro dia, Julio quando entrou fez bem."

"Agora se você ou outro comunicador, ou algum torcedor pensam diferente, está tudo bem, é uma liberdade admirar o futebol e analisar. Agora, eu que estou todos os dias, todos os dias trabalhando e para este jogo estava melhor o Angulo. A bola pegou na trave e saiu, não pegou na trave e entra, se entra ganhamos com gol dele. Não importa quem faz o gol, ganha o time, o conjunto. É um bom grupo, todos sabem o rol que tem, às vezes tem que trocar pelo desgaste dos jogos seguidos, às vezes tem que trocar pelo tático, pelo que a gente quer. Para mim, fizemos um bom jogo, Angulo fez um bom jogo. Respeito o que você possa dizer ou outro comunicador."

Confira outros trechos da coletiva

Torcida presente e análise do jogo

"A torcida é espetacular, é incrível, como vibrou, como torceu todo o tempo. Uma festa, um aplauso para a torcida, porque foi o mais lindo da noite. O jogo foi com uma grande equipe, com um grande treinador, que está muito bem na Sul-Americana, fazendo as coisas bem, não arrancou bem no torneio, mas é uma boa equipe, com muito trabalho e bons jogadores. Creio que merecíamos ganhar, não sei se amplamente, mas comodamente, pois parece que fomos superiores, merecemos ganhar, criamos as situações mais claras, faltou situações para terminar, faltou o passe a gol. No segundo tempo criamos o gol, convertido pelo Santos, incrivelmente legítimo. Não entende como o VAR chama quando o árbitro está há dois metros da jogada. O VAR não tem que intervir em algo, uma interpretação do árbitro de uma jogada de dois metros de distância. Vejam as imagens, está Julio, o jogador do Ceará, o árbitro há dois metros. Foi uma transição no círculo central do outro lado e anulou um gol incrivelmente mal anulado, não tem que anular. Me lembro que contra o São Paulo, nos privaram de somar por uma jogada claríssima que era lateral para nosso time e terminou para eles e gerou um pênalti. Não entendo porque o VAR chama o árbitro nessa jogada, quando se vê pela televisão que o árbitro disse siga, continua. Incrível. Depois um monte de coisas aconteceu com o goleiro e com o tempo. O Ceará não tem culpa, fez o seu trabalho, seu negócio, ficou com um jogador a menos e queriam que passasse o tempo. Faltou qualidade para terminar de converter, porque parece que era para ganhar pelo que fizemos dentro de campo, com coisas para melhorar. Temos que seguir melhorando, porque nos faltou melhores triangulações para fazer dano."

Angulo e Marcos Leonardo podem jogar juntos?

"Eu creio que sim, que podem jogar juntos. Quantas situações de gol teve o Marcos Leonardo? Três, quatro boas. Isso se fala de como se entende. A presença de um dá liberdade ao outro, já não tem que brigar com dois centroavantes, tem que brigar com um no mano a mano. O Marcos teve quatro situações de gol, Angulo teve duas. Aos atacantes tem que dar situações, tem que criar com o conjunto situações para que se converta. Lamentavelmente não convertemos e quando não convertemos, obviamente, está tudo bem que tenham distintas opiniões, é normal, é futebol. Mas para mim, tranquilamente podem jogar. Não digo que vão jogar sempre juntos, mas podemos jogar, algumas vezes assim. Baptistão, quando eu cheguei, todos os comunicadores, 90, 95% o criticavam e hoje é um dos mais queridos, é fruto do trabalho, seu esforço e de um posicionamento que ele entendeu o que nós pretendemos, onde ele se sente cômodo, sendo um atacante, algumas vezes pela direita e é disso que se trata, levantar o nível de cada um e ser competitivo. Não ganhando não ficamos contentes, a torcida também não está contente, escapou um triunfo que era importante para seguir pensando e competir da melhor forma possível no torneio."

Mudança do mando de jogo

"É difícil essa hora, porque essa gente é espetacular. Como se comportaram hoje, como torceram, nos alentou, foi uma festa bonita. Eu que não sou brasileiro e sempre quis estar aqui, é uma linda festa, sentir o amor incondicional. Quando se fazem os planos, não é de um dia para o outro, visando a nossa gente, porque é Santos do Mundo, não é Santos de Santos ou de Vila Belmiro. A nossa casa é essa, mas o Santos em São Paulo tem muitos torcedores. Não quero tirar responsabilidade à direção, é uma responsabilidade de todos, nos programamos quando começou o torneio e antes de começar o Brasileirão, já estava programado em que dia iria jogar e tentando priorizar que a nossa torcida sinta que é parte disso. Agora buscar desculpa, obviamente justo quando tínhamos 7 triunfos seguidos em casa, lamentavelmente, teríamos uma alegria. Primeiro porque necessitamos dos pontos, segundo porque nos sentimos cômodos pelo ambiente que tem na Vila. Hoje o ambiente foi espetacular, nos apoiaram, torceram, alentaram os jogadores até o último e crio que merecíamos. Lamentavelmente não pudemos dar uma alegria a eles."

Substituições de Zanocelo e Léo Baptistão

"Não, graças a Deus. Saíram cansados, é normal. Como estamos muito parelhos no nível, Sandry jogou quarta-feira muito bem. Rwan entrou muito bem, Barbosa entrou muito bem. Às vezes as substituições dão triunfo, hoje não deu, mas para mim entraram bem, buscamos ter gente com mais intensidade física. Creio que no segundo tempo o Baptistão foi muito bem, melhor que no primeiro. Faltavam 15 minutos quando saiu, é normal pelo desgaste que estamos tendo. Não foi nada por lesão, todos foram por mudança tática para tentar por gente mais fresca, tentar fazer dano e ganhar o jogo."

Atuação de Jhojan Julio

"Jhojan começou muito bem, nos primeiros 25 minutos parece que foi importante para o time, aí teve dois erros seguidos que custaram, mas depois no segundo tempo estava levantando o seu nível. Não concordo com o que dizem, lamentavelmente eu sou novo, vocês tem muito mais anos assistindo o futebol daqui. Para mim fez um bom jogo e a partida anterior foi bem. Não sei, teria que ver, o jogo de quarta-feira não jogou, a partida anterior foi bem. Agora a jogada do gol legítimo de Baptistão, ele briga, ele luta, tem uma intensidade e uma atitude. Cada jogador tem característica distintas, alguns com mais explosão, outros mais fortes, alguns com mais equilíbrios. Hoje, para mim, a torcida pode pensar diferente, mas fez um bom jogo até quando o tiramos. Depois vou ver outra vez o vídeo e vou ver se ele não esteve tão bem, porque para mim fez um bom jogo."

Santos vai liberar os jogadores para a Seleção Sub-20?

"Eu sempre gosto de cumprir o regulamento. Me parece que a Seleção Brasileira tem que estar acima de todos os clubes. Obviamente que gostaria de ter, mas não vamos colocar nenhum entrave. Creio que é data FIFA e automaticamente tem que ir à seleção, representar o escudo da seleção do Brasil e fazer o melhor possível. São meninos jovens, que estão com um ano a menos que muitos dos que estão nessa seleção. Estão com méritos próprios, então eu não vou por nenhum entrave. Vou apoiar se tiver algum jogador convocado para a seleção maior ou Sub-20. O regulamento tem que ser cumprido e seguramente são datas FIFA. Se tivéssemos os jogadores, obviamente, usaríamos. Nenhum dos dois vão estar e temos que buscar outra alternativa."

Rodagem do elenco

"É feio dizer força máxima para um time e o outro time não ser força máxima. Para mim isso não é normal, para mim os que entram em campo é força máxima desse jogo por como estão. Alguns por desgaste físico, alguns por capacidade técnica, outros por estratégia. Vocês podem seguir dizendo, mas para mim, força máxima é pondo quem está melhor para os que estão em jogo. Primeiro tenho que ver como estarão amanhã, como estarão segunda-feira. Eu gosto de olhar, ver o tático, nem todos os rivais são iguais, então nesse sentido muitas escalações são por isso. Alguns por desgaste físico. Hoje não posso assegurar o que vamos fazer, porque tentaremos ganhar o jogo. O futebol brasileiro é muito difícil, a intensidade, o calendário, as viagens. É muito complicado. Agora começo a entender o que Abel e outros treinadores dizem. Temos que tentar buscar de cada forma, é muito importante o Brasileirão para o Santos, é muito importante a Copa do Brasil para o Santos e a Sul-Americana também tem que ser importante.. Lamentavelmente não podemos, os que entram no fim de semana, não vai entrar qual jogador. Os que estão com a camiseta do Santos tem que tentar conseguir a classificação. Hoje é isso que eu penso."

Arbitragem tem influenciado o desenvolvimento do time?

"Não sei se vocês se deram conta, quando estávamos no melhor momento do jogo, convertemos o gol. Essa situação pontual onde o árbitro diz siga, continua, não tem que intervir mais. Obviamente que afete emocionalmente, não teria que ser, não queremos que isso passe. Automaticamente abaixa a concentração, a intensidade e a parte emocional, que hoje é muito importante. O jogador de futebol pode ter capacidade física 10, capacidade técnica 10, mas mentalmente estar mais ou menos, não vai render igual. Agora se tem capacidade física 7, capacidade técnica 7 ou 8 e mentalidade 10, vai ter um melhor rendimento. Obviamente que essa jogada pontual termina afetando e antes de eu chegar, também tinha esse problema. Contra o Fluminense, um pênalti claro sobre o Angulo no minuto 90, eram dois pontos a mais se fizéssemos. Contra o São Paulo, que não tem a culpa, mas quando estávamos melhores, acabamos perdendo. Contra o Coritiba igual, um pênalti claríssimo. Hoje em uma jogada impossível que o VAR chame, não tem porquê, porque o árbitro está dizendo que continue, ele está há dois metros da jogada, está vendo. Então não entendo porque chamar o VAR, foi pela pressão do corpo técnico, dos jogadores rivais, nós faríamos o mesmo, mas fizemos com algo justo, como foi com São Paulo."

Dificuldade após a expulsão do adversário

"Porque nos equivocamos, porque ficamos nervosos, porque erramos o caminho quando podíamos estar tranquilos. Um pouco do que me perguntou um companheiro seu, quando um faz uma jogada tão clara, um lindo gol, baixamos a parte emocional, passam as situações. Todavia não vi se é para expulsão ou não, se vejo que tem uma agressão, porque vi um pouco na televisão, mas não vi toda a jogada. Isso não posso dizer porque não vi, mas o que passou foi que nos equivocamos na forma de como tínhamos que atacar, nós ficamos nervosos, começamos a saltar as linhas."