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'História tinha de continuar', diz Fernando Diniz no retorno ao Fluminense

Técnico Fernando Diniz é apresentado como novo técnico no Fluminense - Alexandre Araújo/UOL
Técnico Fernando Diniz é apresentado como novo técnico no Fluminense Imagem: Alexandre Araújo/UOL

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

02/05/2022 14h43

Técnico recém-anunciado pelo Fluminense, Fernando Diniz foi apresentado na tarde de hoje (2), no CT Carlos Castilho. O treinador se disse emocionado com o retorno ao clube das Laranjeiras, onde foi jogador e teve uma passagem à beira do gramado em 2019.

Diniz chega para ocupar a vaga de Abel Braga, que deixou o clube na última quinta-feira.

"Para mim é um sentimento, uma emoção muito singular. Fiquei muito emocionado com o convite. É um prazer enorme. Sempre soube, no meu coração, que voltaria à casa que eu adoro, que a história tinha de continuar. Muita felicidade que estou sentindo neste momento", disse.

O treinador comandou o Tricolor entre janeiro e agosto de 2019, contabilizando 44 partidas. Questionado sobre o que faria de diferente naquela passagem, Diniz fez elogios à atual estrutura do clube.

"Às vezes, tem perguntas que são simples de serem feitas e difíceis de serem respondidas. Foram três anos experimentando e treinando para voltar. É difícil de falar: 'se eu fizesse isso, daria certo'. Posso dizer que fiz tudo aquilo que podia, talvez, por isso, esteja voltando. Hoje posso fazer muito mais, e o Fluminense também entrega muito mais. As coisas melhoraram. O que posso garantir é que venho ainda com mais vontade, e entregar tudo aquilo que eu puder para que o Fluminense possa ter bons resultados", afirmou.

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Ganso

"Tentei levar para o Santos, ainda bem que não deu certo e está aqui (risos). Minha opinião sobre ele é que nunca oscilou. Ganso é um gênio do futebol. Eu joguei com muita gente talentosa, treinei muita gente talentosa, e ele faz coisas que ninguém faz. Por algum motivo, não conseguiu ter a carreira que o talento dele merecia. Tivemos contato naquela vez aqui no Fluminense. Acredito muito nele como jogador e como pessoa. Fico feliz que o Abel tenha consigo colocar ele para jogar antes de eu chegar"

O que fazer para melhorar a defesa

"Vamos fazer todo o possível para que a equipe fique cada vez melhor na transição defensiva. Quero aproveitar para dar parabéns ao Abel [Braga] por tudo que ele fez, o título recente, e a história que ele construiu aqui. Tenho facilidade para abordar os jogadores, tanto os mais experientes quanto os mais jovens, para passar a minha filosofia de jogo. Meu trabalho é direcionado para que os jogadores se sintam bem, à vontade"

Elenco

"Não gosto de comparar elencos. Eu sempre acho que o elenco que tenho é o melhor. Sem eu estar aqui, parece que o Fluminense montou um time com a minha cara. Tem sete jogadores aqui que eu já tentei levar para outros clubes. Não consegui, mas o Fluminense contratou. É um elenco bem montado".

Jogo contra Junior Barranquilla

"A base daquilo que pretendo fazer é que os jogadores se inspirem para dar o melhor para conseguirmos o resultado positivo, que todo mundo sabe que é fundamental para a Sul-Americana".

Nathan

"O Nathan é um jogador extremamente talentoso, que se encaixa perfeitamente no modelo do que eu penso de futebol. Vou fazer de tudo para poder ajudá-lo, para que ele atenda às expectativas que foram criadas com chegada dele aqui. É um jogador que tem um potencial enorme. Em 2019 a marca negativa daquele trabalho foi a campanha no Brasileiro, e não podemos ter uma campanha como aquela. Por mais que joguemos bem, temos que pontuar bem também. Mas, tirando isso, aquele foi um momento muito especial para o Fluminense".

Rendimento x resultado

"Acho que a gente discute uma coisa que, em minha opinião, se cria uma rivalidade totalmente sem fundamento que é rendimento versus resultado. O rendimento é uma coisa que te aproxima de ganhar. Quem tem mais rendimento, vai ter mais chances de ganhar. Não quer dizer que vai ganhar, mas ter mais rendimento te aproxima das vitórias. É muito difícil você pegar um time com pouco rendimento que vai ser campeão. Quando uma pessoa tem um rendimento bom e não ganha as partidas, a gente questiona como se render bem fosse uma coisa ruim".

Relação com jogadores e episódio com Tchê Tchê

"Falei uma vez sobre esse episódio do Tchê Tchê, e a minha relação com o jogador é muito mais do que aquilo que aparece. A minha vinda para cá tem uma participação dos jogadores, daqueles que jogaram comigo e daqueles que jogaram contra mim. O que eu faço com o jogador é uma relação amorosa que só quem fecha com o amor entende. A principal missão da minha vida é ajudar o jogador de futebol a ter uma vida digna por meio do futebol. Eu tenho uma preocupação com os jogadores que é uma preocupação de pai para filho".

"Aquilo com o Tchê Tchê é uma situação que faço com meus filhos, então essa é a melhor coisa que posso fazer. Não acho que fiz certo, mas a gente também erra com filho. Tudo que eu faço é para que os jogadores tenham uma vida digna jogando e, principalmente, quando eles vão parar. Quero que eles tenham uma vida como eu tenho, com filho estudando. Quando a gente vai fazer um julgamento, é muito fácil. A minha história com o Tchê Tchê é muito mais bonita do que aquilo. Eu tenho muita alegria de ser como eu sou".

Momento de pressão

"Quem está no ambiente do futebol vive pressão o tempo todo. O que diminui a pressão é ganhar, então precisamos ganhar e, para isso, precisamos ter um foco muito grande para isso. Não adianta olhar para fora e não poder fazer dentro. Precisamos saber o que estamos fazendo aqui dentro, ter convicção e seguir. E o torcedor está lá para aplaudir ou vaiar. Eu nunca reclamei de vaias da torcida, ela está lá para isso, e nós temos que prestar um serviço de qualidade e entregar vitórias. Esse é o compromisso que temos".

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