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Bustos lamenta falta de tempo e vê falhas na defesa: 'temos que melhorar'

Fabián Bustos gesticula durante partida entre Santos e Água Santa - Diogo Rei/AGIF
Fabián Bustos gesticula durante partida entre Santos e Água Santa Imagem: Diogo Rei/AGIF

Colaboração para o UOL, em São Paulo

19/03/2022 19h25

Logo após conquistar a primeira vitória em quatro jogos no comando do Santos, por 3 a 2 diante do Água Santa, o técnico Fabián Bustos avaliou que, apesar do bom desempenho de sua equipe na frente, o sistema defensivo continua falhando. Para o argentino, incomodado com a falta de tempo para trabalhar, a defesa precisa melhorar sobretudo na bola parada.

"Não podemos converter três gols todo jogo para poder ganhar. Temos que melhorar defensivamente, e isso só vamos melhorar com muito trabalho. Tivemos que jogar quarta-feira, fizemos três gols, sofremos três. Jogamos hoje, fizemos três e sofremos dois. O jogo de hoje era pra ganhar de 4 ou 5 a 1, e terminou 3 a 2", ponderou o treinador.

Os dois dias de treinamento entre o empate contra a Ferroviária, na quarta-feira (16), em Araraquara (SP), e o triunfo de hoje na Vila Belmiro, foram outro motivo de incômodo para Bustos, que não viu oportunidade para trabalhar nos erros que observou na equipe.

"Como não tivemos tempo de trabalho (três dias entre dois jogos), chegamos ao CT, descansamos o time que jogou, treinamos em espaço reduzido na quinta. Na sexta, com os jogadores, muito cansados, não se pôde trabalhar os erros que tivemos no jogo anterior", disse ele.

Agora, com três semanas até o próximo compromisso do Peixe, na primeira rodada do Brasileirão, o argentino acredita que terá mais chances de fazer o elenco santista evoluir antes de retornar aos gramados.

"Com mais tempo, vamos ensinar e corrigir os erros que estão saindo, como na bola parada. Isso se corrige trabalhando. Não ter tempo nos custou. Não podemos receber tantos gols. Temos que trabalhar mais para não precisar de fazer 3 gols para ganhar um jogo. Se fizermos, serão bem-vindos. Lamentavelmente, não pudemos dar mais um passo, mas vamos estar mais fortes para a Sul-Americana, Copa do Brasil e Brasileirão", assegurou.

Confira outras respostas de Fabián Bustos durante a coletiva

A evolução do time surpreende, apesar do desequilíbrio na defesa?

"Gostamos de trabalhar todas as fases do jogo, e creio que tentamos mostrar o que gostamos: ser um time intenso, dinâmico, que gere muitas situações, com jogo por fora e por dentro. Para alcançar isso, precisamos do equilíbrio tático que não nos leve a receber gols. Estamos contentes com a entrega e atitude dos jogadores, que se esforçaram para melhorar. Vemos uma evolução, mas queremos mais. Hoje o ponto débil foi de novo a bola parada."

Depois do jogo contra o Palmeiras, Bustos admitiu que queria Castillo. Precisa mesmo de mais um lateral-direito ou o usará mais à frente?

"Me perguntaram sobre dois jogadores que conheço bem. Assim bem como disse, ele é polivalente. Não estou dizendo que virá, mas é polivalente. E já jogou como lateral e como extremo pela direita. Se os dirigentes conseguirem trazer mais reforços, serão bem-vindos, que nos ajudem a crescer como grupo e equipe."

Kaiky como zagueiro e volante. Goulart como meia e falso 9. Essas variações são feitas para conhecer o elenco ou por necessidade?

"Não chamaria de improvisações. Em uma estrutura, poderia parecer uma improvisação. Mas trabalhando todos os dias vemos as características do jogador, vemos que em determinados jogos e momentos, pensando em algo estratégico, poderíamos usá-lo (Kaiky), pois tem qualidades que o fazem ser polivalente. Quando jogar na Europa, com melhores treinadores, deve evoluir ainda mais. Da minha parte, vou dar ferramentas para jogar como central ou primeiro volante. E com Ricardo, pensando na partida que vamos enfrentar, podemos aproveitar a variação tática. Às vezes jogará como 9, ou como falso 9."

Que lição o Santos leva para a temporada?

"Tivemos que chegar no final do Paulistão. Essa pressão que tem um clube tão grande, um dos maiores do mundo... não poderíamos chegar na última rodada com uma complicação pensando na história do clube. Graças a Deus pudermos passar adiante. Já arrancamos do zero, temos duas semanas para trabalhar e melhorar, é um bom momento para isso. Tivemos um montão de adversidades. Estou há 20 dias no país, com quatro jogos. Adversidades foram grandes para o Santos, mas o Santos soube se manter."

Quantos jogadores são necessários para ser competitivo e não brigar contra o rebaixamento?

"Se digo que faltam dois e chega um, depois vão fazer comentários. Dizer um número seria errado. Somos conscientes. Estamos buscando as possibilidades. Espero que sejam os jogadores que o clube precisa."

Reforço que chegar será uma indicação sua?

"Desde o momento que estou aqui, os jogadores que jogam e que chegarem são responsabilidade minha. Todos que estão falando são jogadores que estão em conversação, e que há uma comunhão entre a secretaria técnica e a presidência. Temos muitos meninos, há que ajudá-los com jogadores mais experientes."

Como analisa o período sem jogos até a estreia no Brasileiro?

"Na planificação, amanhã não vamos treinar. Não temos jogos programados nas duas semanas. Não será uma nova pré-temporada, mas de muito treino. Para isso, vamos estar juntos uma semana toda."