Depois de 30 horas de viagem, Lucas Rangel, do Poltava, deixa a Ucrânia

Lucas Rangel, atacante do Vorskla Poltava, atravessou na tarde de hoje (27) a fronteira entre a Ucrânia e a Polônia depois de enfrentar uma viagem de mais de 30 horas de carro para atravessar metade do país, invadido pela Rússia na última quinta-feira.

O atleta, de 27 anos, morava na cidade de Poltava e chegou a pedir ajuda ao governo brasileiro para deixar a cidade, mas não teve resposta em tempo hábil e resolveu seguir para a fronteira por conta própria junto com alguns amigos.

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A cidade de Poltava ainda não havia sido bombardeada pelas forças armadas russas, mas fica a apenas 140 km de Kharkiv, cidade que sofreu fortes ataques antes de ontem.

O jogador de 27 anos, revelado pelo Londrina, conseguiu atravessar a fronteira depois de madrugar nos portões de acesso a Polônia, fechados parcialmente para dar prioridade a mulheres e crianças.

A informação da saída do jogador do país ucraniano foi confirmada pela sua assessoria de imprensa. "São duas etapas para sair do país e a primeira, que é a saída da Ucrânia em si ele já passou. Só está agora aguardando a vez dele para entrar na Polônia", informou.

Acordei e a sirene tocou

Ao UOL, o atleta chegou a contar como foram as primeiras horas do ataque ao país e como a população reagiu à investida russa nas primeiras horas da manhã. "Eu acordei com meus amigos me ligando, e logo que eu acordei fui lavar a cara e a sirene da cidade tocou, o alerta de emergência.".

"O clima na cidade é de pânico geral, as pessoas estão correndo aos supermercados que tão fechando, só alguns estão abertos. Gasolina você só pode abastecer 20 litros por carro e com 20 litros você não vai muito longe. Os bancos só dão 200 dólares por família e isso não é muito porque os preços aumentaram de uma hora pra outra, foi um escândalo. O clima é de tensão máxima aqui", afirmou.

Com a saída da Ucrânia, o atleta se junta ao grupo de brasileiros que já conseguiram deixar o país. Durante a manhã, os brasileiros Bill, Busanello e Felipe Pires, jogadores do SC Dnipro-1, desembarcaram no Brasil após atravessar a fronteira com a Romênia e pegar um avião, em Madrid.

Os jogadores estavam em Dnipro, quarta maior cidade do país e para chegar à Romênia, tiveram que atravessar metade da Ucrânia, em um percurso de cerca de 1.000 km até a fronteira vizinha.