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Brasileiro diz que Uefa e Federação Ucraniana fizeram escolta até trem

Zagueiro Marlon Santos, do Shakhtar Donetsk, deixou Kiev acompanhado da família - Reprodução/Instagram
Zagueiro Marlon Santos, do Shakhtar Donetsk, deixou Kiev acompanhado da família Imagem: Reprodução/Instagram

Do UOL, em São Paulo

26/02/2022 15h13

O zagueiro Marlon Santos, do Shakhtar Donetsk, afirmou que a Uefa e a Federação Ucraniana de Futebol escoltaram o grupo de brasileiros que saiu do bunker de um hotel em Kiev, hoje, e foi até uma estação de trem da cidade, onde eles embarcaram para deixar a capital da Ucrânia.

No Instagram, Marlon publicou um vídeo de dentro do trem com destino a Chernivtsi, no oeste da Ucrânia, perto das fronteiras com a Romênia e a Moldávia.

"Todos nós que estávamos no bunker de um hotel em Kiev conseguimos sair de lá. A Embaixada brasileira deu essa opção de trem para nós. Quem deu toda a segurança de escolta até a estação de trem foi a Uefa, junto com a Federação Ucraniana de Futebol. Muito obrigado a todos. Sem palavras para agradecer!", escreveu o jogador.

"Agora estamos todos já no trem em uma viagem até a cidade de Chernivtsi, no oeste da Ucrânia, a 535 km de Kiev, nas proximidades das fronteiras com a Romênia e a Moldávia. Continuem nas orações por nós", acrescentou.

Hoje mais cedo, os cerca de 50 brasileiros deixaram o bunker onde estavam em um hotel de Kiev e foram em comboio até uma estação de trem da cidade. Parte do trajeto foi exibida em uma live no Instagram de Maria Paula Marinho, esposa de Marlon.

Em seu canal no Telegram, a Embaixada do Brasil em Kiev vem informando sobre trens que partem de diferentes cidades da Ucrânia com destino a locais perto da fronteira. Pouco antes das 9h (horário de Brasília), uma mensagem falava sobre trens partindo da capital.

Mais tarde, veio a confirmação de que os brasileiros conseguiram embarcar em um dos trens. Na sequência, eles pegarão um ônibus disponibilizado pela Embaixada para cruzar a fronteira. A viagem deve levar cerca de 11 horas.

Temor em sair do bunker

O grupo de jogadores brasileiros, suas famílias e profissionais do futebol ligados ao Shakhtar Donetsk e ao Dínamo de Kiev teve uma primeira oportunidade de deixar o bunker ontem à noite. Eles foram avisados pelo Itamaraty, com pouca antecedência, de que um trem partiria com destino a Chernivtsi, de onde poderiam tentar chegar à Romênia. Porém, por falta de segurança, decidiram não seguir à Estação Central de Kiev e tentar pegar o trem oferecido pelo Itamaraty.

"Nós fomos avisados do trem muito em cima da hora e sem nenhuma estratégia de segurança. Não era viável sair, nos deslocarmos todos. Ainda mais naquele horário. Estamos aqui ainda", disse ao UOL Esporte o empresário Augusto Nogueira, que representa o lateral Vinicius Tobias, de 18 anos, que transferiu-se do Internacional para o Shakhtar no fim de janeiro.

"Temos crianças, desde bebês de 3, 4 meses, até crianças de 6, 7 anos. Não há a mínima segurança para sair à rua. Estamos ouvindo barulho de bomba aqui no hotel."

O empresário afirmou que começou a faltar alimento e água no hotel. "A situação está crítica, e estamos muito preocupados. Mas não pretendemos sair sem que tenha a mínima segurança. Acreditamos que o governo brasileiro vai achar uma forma de nos tirar daqui."

O contato do grupo de brasileiros com a representação diplomática brasileira se dá apenas por canais eletrônicos — pelo site ou pelo Telegram. Foi por meio do aplicativo de mensagens que o grupo foi informado, às 21 horas de Kiev de ontem, que o trem sairia apenas uma hora depois.

Ninguém da Embaixada do Brasil em Kiev os procurou ontem à noite. "Ninguém [nos procura]. Só nós e Deus", lamentou Nogueira. Eles, então, decidiram passar a noite no bunker e deixaram o local durante o dia de hoje,