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O que a estreia de Paulo Sousa mostrou para animar a torcida do Flamengo

Leo Burlá

Do UOL, no Rio de Janeiro

03/02/2022 04h00

O Boavista não foi exatamente uma tarefa das mais difíceis, mas a o Flamengo fez o seu dever de casa e venceu por 3 a 0, pela terceira rodada do Carioca. Mais do que os três pontos na conta, o jogo em Volta Redonda indicou uma equipe cheia de possibilidades e que pode evoluir com Paulo Sousa.

Em seu primeiro desafio à beira do campo, o português deixou o conservadorismo de lado e mandou ao gramado um time que mostrou diferentes caras ao longo do jogo, mostrando que a capacidade técnica dos jogadores ganhará o acréscimo de novas ideias táticas.

Neste primeiro ensaio, o Rubro-Negro atuou com uma linha de três zagueiros, mas soube se mover para defender com um homem a mais compondo o setor. Por ali, o técnico usou Noga, Cleiton, Gustavo Henrique e David Luiz, que executaram funções na saída de bola e revezaram seus posicionamentos à medida que o time foi sendo mudado. Com a bola nos pés, laterais jogaram espetados nas alas, que também foram ocupadas por homens de criação.

Pelo lado esquerdo, por exemplo, Everton Ribeiro, que entrou na segunda etapa, começou atuando pelo corredor esquerdo, mas passou a atuar mais por dentro quando Rodinei foi acionado. Vitinho, o grande destaque individual do jogo, foi outro que não guardou posição e dificultou a marcação rival.

"O Everton é super inteligente, conhece os espaços, é tecnicamente evoluído. Ele dá ritmo, é bom no um contra um. Penso em poder utilizar ele em várias posições. Ele começou mais no corredor esquerdo, depois foi para o corredor de dentro", disse Sousa, que falou sobre a necessidade de fazer com que o grupo assimile diversas formas de jogar:

"É importante todos conhecerem seus posicionamentos com e sem a bola, eles têm de estar prontos para isso. O jogador que atua em mais de uma função nos dá mais opções no jogo. São jogadores extraordinários e prontos para o trabalho. Alguns percebem mais rápido e transferem para o jogo."

Na frente, o Rubro-Negro criou muitas oportunidades, embora Sousa tenha reclamado de uma aceleração demasiada do time em alguns momentos. Ele elogiou o jogo de Marinho, porém destacou algumas tomadas erradas de decisão e a necessidade de diminuir o ritmo para agrupar o time.

Para alegria de parte da torcida que quer ver Pedro e Gabigol juntos, o luso deu minutos para a dupla. O camisa 21 jogou de forma mais centralizada e ganhou a companhia do artilheiro na etapa final. Gabi circulou com liberdade pelo meio, pela ponta e a parceria deve se repetir inúmeras vezes na temporada.

"Hoje [quarta] já seu viu um pouco [de Pedro e Gabigol], mas precisamos do compromisso de todos. Nenhum time vive de aparecer só no momento ofensivo. Tem de haver maior clareza em termos posicionais para ajudar a equipe a defender melhor", avisou.

Após quebrar a ansiedade pela estreia, o treinador tem mais três dias de trabalho até encarar no domingo o rival Fluminense, às 16h, no Nilton Santos. No clássico, a tendência é que novas armas que ainda não foram usadas sejam acionadas. Com ideias renovadas, os rubro-negros esperam surpreender mais uma vez e apresentar outras novidades.