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Danilo elogia Tite e diz que seleção jogou como City de Guardiola na quinta

Danilo durante partida da seleção brasileira contra a Colômbia; ele superou mil minutos jogados nas Eliminatórias - Ettore Chiereguini/AGIF
Danilo durante partida da seleção brasileira contra a Colômbia; ele superou mil minutos jogados nas Eliminatórias Imagem: Ettore Chiereguini/AGIF

Gabriel Carneiro

Do UOL, em São Paulo

14/11/2021 14h13

Jogador mais frequente da seleção brasileira nas 12 rodadas já disputadas das Eliminatórias da Copa do Mundo do Qatar — que já garantiram classificação para 2022 —, o lateral-direito Danilo disse em entrevista coletiva na tarde de hoje (14) que a equipe replicou uma estratégia do Manchester City comandado por Pep Guardiola na vitória por 1 a 0 sobre a Colômbia, na última quinta-feira. Este jogo selou a vaga no Mundial.

"O Manchester City joga muitas vezes num 3-2-5, onde você vê laterais que jogam por dentro, alguns jogam por fora, algum faz terceiro zagueiro, e isso é extremamente valorizado, todos falam 'puxa vida, que futebol bacana é esse', e é exatamente o que fizemos no segundo tempo contra a Colômbia", afirmou o jogador da Juventus, antes de explicar seu ponto de vista:

O Alex Sandro fazia terceiro zagueiro, eu me transformei em meio-campista junto com Casemiro e fizemos um 3-2-5, com Paquetá de meia-direita, Ney meia-esquerda, abertos Vini e Raphinha e Gabriel como 9. É exatamente aquela postura do City do Guardiola. Essa leitura é bacana de se fazer porque aqui dentro tem trabalho de qualidade e coragem."

O lateral-direito da seleção deu outra resposta que partiu de elementos táticos quando questionado sobre a solidez defensiva da seleção brasileira nas Eliminatórias. São 11 vitórias e um empate em 12 jogos, com apenas quatro gols sofridos e a marca de nove partidas sem sofrer gols. O técnico Tite acabou sendo elogiado numa comparação de Danilo ao que é feito no alto nível do futebol europeu.

"Uma coisa muito importante no futebol e aqui na, seleção, com o trabalho do Tite, se equipara aos grandes clubes e grandes ligas do mundo, que é o trabalho sem bola. Que é quando os jogadores que não estão envolvidos na ação ofensiva têm trabalho grande em pensar o que pode acontecer se perdemos a bola. É um fator muito importante que trabalhamos incansavelmente no campo e com vídeo para aprimorar. Quando estamos atacando os atacantes têm que ter a tranquilidade de que se perderem não haverá um contra-ataque importante. No momento seguinte estamos preparados para roubar a bola, evitar corridas longas para trás e que o jogo fique aquela coisa de bêbado e equilibrista, para lá e para cá. São muitos fundamentos que representam essa solidez defensiva."

Danilo - Lucas Figueiredo/CBF - Lucas Figueiredo/CBF
Danilo tem 43 jogos pela seleção
Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

O próximo desafio da seleção brasileira é na terça-feira (16), às 20h30 (de Brasília), contra a Argentina. O jogo será na cidade de San Juan.

Leia outras respostas da entrevista de Danilo:

Daniel Alves no Barcelona

"Eu vim pensando um pouco sobre essa resposta, sabia que seria um tema. Como apaixonado por futebol é muito bacana ver o Daniel Alves de volta ao Barcelona, tem jogadores que parecem que foram feitos para determinadas camisas e o Alves, apesar de tudo o que fez por outros clubes que passou, combina com a camisa, a história e o DNA do Barcelona. Quanto à concorrência, já falei várias vezes que Daniel é um cara que ressurge, que está sempre ali, e essa concorrência desse nível ao longo dos anos foi sempre muito importante para eu manter meu foco e estar sempre no melhor, me dedicar e buscar melhorar cada detalhe e corresponder à altura. Para o futebol brasileiro é benéfico ter o Alves de volta ao Barcelona. Falamos muito sobre futebol. Ele numa perspectiva mais de diretor, eu mais de campo, de parte tática. Ele traz muita visão enriquecedora e eu só vejo pontos positivos na volta dele ao Barcelona, desejo sorte e que possa continuar sendo feliz."

Relaxamento pós-classificação

"Na minha opinião tem dois lados já estar classificado para a Copa do Mundo e depende muito de nós. Uma situação onde podemos tomar como coisa positiva, de ter leveza nas atuações e foco no melhoramento de detalhes e coisas do nosso jogo que podem e devem ser melhoradas. E tem o lado negativo do relaxamento, mas não acredito nisso em nossa parte, porque nosso trabalho é profissional e visa melhoria, planejamento, próximos objetivos. Sempre vamos levar por lado positivo. É importante já ter garantido a qualificação para a Copa e agora temos objetivos curtos e concretos de melhorar nosso jogo a cada momento."

Nível das Eliminatórias

"Na última rodada das Eliminatórias Europeias tivemos resultados bem elásticos, 9, 8, 7. Na América do Sul não é impossível, porque é futebol, mas seria muito difícil ter resultado dessa maneira. Na minha análise de futebol acho muito difícil dizer que Brasil x Colômbia não foi um jogo de uma intensidade altíssima, de duelos físicos e técnicos de alto nível, duelos por ocupação de espaços... Muitas vezes valorizamos o que não é de casa, o que não está próximo da gente, mas para quem analisa de futebol da maneira que eu analiso Brasil x Colômbia foi um jogo difícil de encontrar espaços e a ocupação de espaços boa vem com estudo da comissão técnica, é um exemplo claro de que na América do Sul temos grandes duelos e isso precisa ser valorizado."