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Santos caminha para ter pior ataque dos pontos corridos e relembra anos 80

A seca de gols de Marinho é símbolo do ataque ineficaz do Santos - CAIO ROCHA/FRAMEPHOTO/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO
A seca de gols de Marinho é símbolo do ataque ineficaz do Santos Imagem: CAIO ROCHA/FRAMEPHOTO/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em São Paulo

20/10/2021 04h00

A pouca quantidade de gols coloca o Santos na berlinda desde que o técnico Fábio Carille assumiu o comando do time. O desempenho ofensivo do Peixe está abaixo das expectativas, entretanto, desde bem antes disso. Se continuar nessa toada, o Alvinegro terminará o Campeonato Brasileiro com seu pior ataque da história dos pontos corridos.

No momento, o Santos tem média de gols abaixo de 1 por partida, algo raro na história do clube conhecido pelo DNA ofensivo e que diz ser o time com maior número de gols em toda a história. São 23 gols em 26 jogos, o que representa média de 0,88 gol por partida.

Números baixos assim só podiam ser vistos na segunda metade da década de 1980, quando o Santos montou alguns dos piores times de sua história e, da mesma forma que em 2021, correu risco de rebaixamento. Em 1987, por exemplo, foram apenas sete gols em 15 jogos da Copa União. No ano seguinte, foram 19 tentos em 23 partidas. Já em 1989, o ataque marcou 13 em 18 jogos.

Já no Brasileirão de pontos corridos, os piores desempenhos do ataque santista aconteceram em 2014 e 2017, com 42 gols em 38 jogos (média de 1,11 por partida). E ficar na casa dos 40 gols também é algo raro para o Santos nos pontos corridos. Isso aconteceu mais duas vezes: em 2008 (44) e em 2018 (46). Nos campeonatos com 38 rodadas, os melhores times nesse quesito foram os de 2010, que tinha Neymar, com 63 gols, e o de 2019, treinado por Jorge Sampaoli, com 60 tentos. Em média de gols, o melhor de todos é o de 2003, quando foram marcados 103 gols em 46 partidas (média de 2,24).

Para o time atual pelo menos igualar as piores médias de gol do Brasileirão por pontos corridos, precisaria marcar 19 gols nos 12 jogos restantes (1,58 gol por partida). Essa meta, porém, não é tão realista se a base de comparação for o momento que a equipe vem atravessando. Considerando apenas os jogos do Brasileirão, foram três gols feitos nos sete jogos sob a gestão Carille. O Peixe zerou o marcador nas derrotas para o Juventude e nos empates contra Bahia, Ceará e Sport.

A crise no ataque alvinegro, porém, já está acentuada há algum tempo. Nas últimas 14 partidas, o Santos balançou as redes oito vezes (média de 0,57). Nem mesmo a Vila Belmiro tem servido para que o Peixe desenvolva seu tradicional poderio. São 12 gols em 12 partidas, e a equipe passou em branco em metade deles (empates por 0 a 0 com Sport, Juventude, Bahia e Corinthians e derrotas para Flamengo e Atlético-GO).

Dono do quarto pior ataque do Brasileirão -à frente de Sport, São Paulo e Atlético-GO-, o Santos também convive com uma crise de seus jogadores mais ofensivos. Marinho, sua principal estrela, não marca desde o dia 10 de julho e tem apenas quatro gols na atual edição do Brasileiro. Nos últimos três meses, apenas um atleta do ataque foi às redes: Raniel, na derrota por 3 a 1 para o Atlético-MG no Mineirão.

Mudar esse perfil virou uma urgência para o Santos. Beirando a zona de rebaixamento, o time de Fábio Carille entra na 27ª rodada apenas com um ponto sobre o grupo dos últimos quatro colocados (29 contra 28 de Juventude e Bahia). No próximo sábado (23), o adversário é o América-MG, que tem três pontos a mais que o Alvinegro e está na briga para não voltar para a Série B.

Apesar do desempenho ruim em seu último jogo, no empate sem gols com o Sport, o Santos não deve ter mudanças drásticas. Carille deve manter o esquema com três zagueiros, mas existe a possibilidade de Madson entrar na ala direita em lugar de Marcos Guilherme. A aposta na Vila Belmiro é grande para a reação, pois o Peixe fará em seu estádio quatro dos próximos cinco jogos do Brasileirão.