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Deyverson fez 2 no Fla em última vitória do Palmeiras: "Melhorou ambiente"

Deyverson faz seu segundo gol no jogo entre Palmeiras e Flamengo - ALE CABRAL/AGIF
Deyverson faz seu segundo gol no jogo entre Palmeiras e Flamengo Imagem: ALE CABRAL/AGIF

Diego Iwata Lima

De São Paulo

10/09/2021 04h00

Na última vez que venceu o Flamengo, o Palmeiras tinha Deyverson como seu centroavante. Mais do que isso, ele foi simplesmente o autor dos dois gols na vitória por 2 a 0 pelo Campeonato Brasileiro —que acabaria ficando com o Corinthians.

Faz tanto tempo que essa vitória de 12 de novembro de 2017 aconteceu, que o UOL decidiu perguntar a Deyverson se ele se lembrava do jogo e se sabia que aquela havia sido a vitória mais recente do seu clube sobre o rival rubro-negro.

"Sim, nós sabemos que o Palmeiras não vence o Flamengo há algum tempo. Mas desde 2017, foram partidas sempre muito equilibradas", disse o centroavante. "Inclusive, na Supercopa [do Brasil], que assisti da Espanha. Eu não estava aqui em campo, mas a decisão foi para os pênaltis e o Palmeiras acabou jogando melhor, na minha opinião."

Com a autoridade que quem já conhece o caminho, Deyverson acredita em uma nova vitória e não se assusta com tanto tempo e tantos jogos —oito partidas, quatro empates— sem que o Alviverde tenha batido o time da Gávea. "Os tabus estão aí para serem quebrados, cada jogo é um jogo, e vamos fazer de tudo para voltar a vencer. É um rival importante, que vem disputando títulos ao nosso lado nos últimos anos", completou.

Deyverson chegou bem, mas seu rendimento oscilou um pouco

De volta ao Palmeiras desde junho, o camisa 16 deve ser opção de Abel Ferreira no banco, no domingo (12). Após um bom começo, com gol logo no primeiro jogo como titular —3 a 0 sobre o Juventude, em 16 de junho—, o centroavante caiu de produção, algo que ele mesmo reconhece.

"O Palmeiras tem um elenco de muita qualidade. Eu iniciei bem e acabei oscilando como qualquer outro atleta. Mas continuo bem focado. Contra o Athletico-PR, eu não fiz gols, mas pude dar uma assistência", ressaltou. "Sempre que entro, procuro ajudar, seja com assistências, gols, voltando para marcar, fazendo recomposição", diz.

Pamonha, pipoca, banana e lista de dispensa deram o tom há quatro anos

No dia da partida em que Deyverson se consagrou, o clima não era dos melhores. O ônibus do Palmeiras foi alvejado por bananas, pamonhas e pipocas ao deixar a Academia de Futebol, em protesto pela segunda derrota seguida na competição —1 a 3, ante o Vitória, depois de um 2 a 3, para o Corinthians— que praticamente tiraram qualquer chance de título na temporada.

"É... realmente havia um clima de crise. Mas o Palmeiras é assim, nossa torcida é exigente e tem todo direito de nos cobrar, da mesma forma que ela nos ajuda muito, nos incentiva. Isso é normal no Palmeiras. Assim como os torcedores, nós que vestimos essa camisa também queremos o melhor do clube. Em 2017, eu tive a felicidade de fazer os dois gols e, com certeza, melhorar o ambiente naquela oportunidade", relembra-se Deyverson.

Curiosamente, naquele dia, o atacante que seria o nome do jogo fez parte de uma lista de dispensa de jogadores divulgada pela Mancha Alviverde. Nela, estavam também, entre outros, o agora corintiano Róger Guedes; o volante Bruno Henrique, que seria capitão do decacampeonato no ano seguinte e só deixaria o clube em 2020; e o zagueiro Luan, que segue no clube e é titular intocável de Abel Ferreira.

Deyverson é rival do Flamengo desde criancinha

A rivalidade entre Palmeiras e Flamengo tem um peso cada vez maior. Em muito, fruto do desempenho sempre bom dos clubes nos campeonatos que disputam e da inexistência regional de rivais que façam frente ao Flamengo na briga por títulos para além do Rio. Estar em lado oposto ao dos rubro-negros é um sentimento que Deyverson conhece muito bem e há muito tempo.

Filho de uma flamenguista com um vascaíno, o pequeno Deyverson abraçou a Cruz de Malta na infância e vivia em clima de provocação com os irmãos dentro de casa, conforme Anderson Brum, irmão do atacante, disse ao UOL.

"Todo mundo sabe do meu carinho pelo Vasco. Meu pai é vascaíno, apesar do meu irmão torcer para o rival. Mas eu amo muito o Palmeiras, e minha família acaba torcendo pelo clube que eu defendo", diz Deyverson, sem deixar de reconhecer: "Jogar contra o Flamengo é diferente, porque é um rival histórico do clube, um clube grande", finaliza.