Diário do Palmeiras: o que Abel e o time têm feito nas duas semanas cheias?
Da última vez que teve duas semanas cheias de trabalho —sem disputar partidas—, Abel Ferreira levou a campo um Palmeiras muito bem ajustado e com uma nova estratégia de jogo para bater o São Paulo por 3 a 0 e classificar a equipe à semifinal da Libertadores. Em entrevista coletiva pós-jogo, o técnico revelou que passou as duas semanas desenvolvendo trabalhos para o jogo da volta com o rival tricolor, ainda que os jogadores não soubessem disso. Não deve ter sido diferente agora.
Quis a tabela das Eliminatórias para a Copa do Mundo que o português voltasse a ter um longo período de trabalho às vésperas de outras duas decisões: a semi do Continental contra o Atlético-MG e o rival Flamengo pelo Brasileiro, no domingo (12).
Com a pandemia, ninguém alheio ao cotidiano do clube tem acesso presencial aos treinos —dos quais não têm participado o goleiro Weverton, o zagueiro paraguaio Gustavo Gómez e o lateral uruguaio Joaquín Piquerez, convocados por suas seleções. Mas o departamento de comunicação alviverde divulga, no site oficial, qual a movimentação proposta pela comissão técnica a cada sessão de trabalho. E com essas informações, é possível concluir, em linhas gerais, o que o técnico trabalhou dos pontos de vista físico, técnico, tático e também psicológico.
Visita à Sala de Troféus e jogo-treino no Allianz Parque não foram acaso
Abel trabalhou o psicológico do grupo. Logo no segundo dia dos trabalhos (dia 2/9), comissão técnica e jogadores visitaram a recém-reinaugurada Sala de Troféus do clube.
Lá estão diversas taças que o Palmeiras conquistou ao longo de seus 107 anos —o que inclui as três [Paulista, Libertadores e Copa do Brasil 2020] com as quais esse grupo contribuiu. Às vésperas de decisões, relembrar os jogadores do que foram capazes e ressaltar a importância e a grandeza do Palmeiras estimula os atletas.
Assim como o jogo-treino uniformizado que o elenco disputou no dia 4, no qual um trabalho semelhante ao de dias de jogos foi simulado. Assim como nos treinamentos, a comissão técnica cobrou muita competitividade dos jogadores na partida disputada no Allianz Parque, que opôs um Palmeiras branco a um Palmeiras verde, com direito a tarja de capitão. Sem jogos no horizonte, o trabalho serviu para que os jogadores não se desconectassem do ambiente do estádio e do clima de decisão.
Treinador apostou alto no campo reduzido e em "curingas" --com Jorge
Em praticamente todos os dias, Abel Ferreira fez trabalhos com campo reduzido com e sem ter o gol como objetivo. A ideia era disputar a posse de bola. Prática adotada por dez em cada dez técnicos, o trabalho tem diversas utilidades. No Palmeiras, o exercício certamente passa também por aumentar a intensidade, a agilidade e a autonomia para tomadas de decisão rápida dos jogadores, inclusive em situações de um contra um —fundamentais em um time que aposta em jogo de transição.
Outra ferramenta foi a utilização de jogadores "curingas" nos jogos reduzidos. Nesse tipo de treinamento, há alguns jogadores que trocam de time de acordo com a posse da bola. Esse trabalho serve para gerar situações de inferioridade numérica na defesa e de superioridade no ataque, outra característica dos jogos de transição.
E o fato de Jorge ter sido curinga em alguns desses treinos (dias 1º e 6) evidencia dois pontos. Primeiramente, que o lateral está mais perto de ser aproveitado, conforme disse Daniel Gonçalves, coordenador científico alviverde, ainda que esteja fazendo alguns trabalhos de recuperação física. E que o Palmeiras vai apostar nos corredores laterais para chegar à frente.
Problema das finalizações foi atacado
Principal deficiência do time, as finalizações também tiveram atenção específica. No treino do dia 3, Abel trabalhou triangulações, trocas de posições e arremates de média e longa distância. Nas recentes derrotas para Cuiabá e Fortaleza, o Palmeiras criou boas chances, mas desperdiçou um alto percentual delas.
A polêmica caixa de areia volta à tona
Xodó de Antônio Mello, escudeiro e preparador físico das comissões de Vanderlei Luxemburgo, a caixa de areia costuma ser alvo de críticas de alguns profissionais. Mas no dia 2, o Palmeiras fez um trabalho na superfície. Defensores do método afirmam que a caixa trabalha força e intensifica velocidade —o que casa com o estilo de jogo do Palmeiras.
Com mais dois dias de trabalho antes da partida com o Flamengo, Abel ainda pode inovar com algum exercício. Mas nada que fuja do que ele fez até agora, com todos os treinamentos focados e apontados para as decisões.
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