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Luxa melhora aproveitamento do Cruzeiro com medalhões e espaço para jovens

Vanderlei Luxemburgo tenta aumentar sequência de vitórias neste início de trabalho no Cruzeiro - Bruno Haddad/Cruzeiro
Vanderlei Luxemburgo tenta aumentar sequência de vitórias neste início de trabalho no Cruzeiro Imagem: Bruno Haddad/Cruzeiro

Guilherme Piu

Do UOL, em Belo Horizonte

26/08/2021 04h00

Vanderlei Luxemburgo chegou ao Cruzeiro há 23 dias e a terceira passagem do treinador pelo clube começou animadora. Em cinco jogos até aqui, Luxa comandou a Raposa em três vitórias e dois empates, somando aproveitamento de 73,33%. Essa marca, caso mantida até o final do segundo turno da Série B do Campeonato Brasileiro, possivelmente daria ao time celeste a tão sonhada vaga novamente na Primeira Divisão.

Segundo o departamento de matemática da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), um clube que atingir 64 pontos tem 99,4% de chances de ser promovido à Série A. O Cruzeiro para chegar a esse patamar precisaria de mais 40 pontos, já que atualmente soma 24. Seria necessário manter um aproveitamento alto, praticamente um desempenho de campeão (74%), tendo em vista que 54 pontos ainda estão em disputa.

As últimas edições da Série B registraram acesso do quarto colocado com 64 ou menos pontos. Em 2016, o Bahia subiu alcançando 63; em 2017, o Paraná teve 64; em 2018, o Goiás somou 60, enquanto em 2019, o Atlético-GO subiu sendo quarto colocado com 62 pontos; e o Cuiabá, com 61 no ano passado.

Missão complicada

Para tentar atingir esse objetivo numa missão que é bastante complicada, Luxemburgo tem apostado em uma receita antiga do futebol: mesclar experiência com juventude. Jovens atletas como o lateral esquerdo Matheus Pereira, os volantes Adriano e Flávio, os meias Marco Antônio e Claudinho, e os atacantes Thiago e Dudu têm recebido oportunidades junto de conhecidos medalhões. São esses mais experientes o goleiro Fábio, o volante Rômulo, o meia Giovanni Piccolomo, além dos atacantes Rafael Sóbis e Marcelo Moreno.

A busca de Luxemburgo, segundo o próprio treinador, é por um time que tenha equilíbrio. "Quero time equilibrado, mas que esteja produzindo, independente de ter experiência, que tenha nome ou não tenha nome. Isso [idade] para mim não interessa (...) Quero produtividade. Claro que a experiência conta bastante, mas desde que seja usada em benefício de alguma coisa. Experiente não quer ser cobrado. Mas os experientes serão os mais cobrados, o técnico vai ser o mais cobrado", analisou.

Não é a primeira vez no próprio Cruzeiro que Luxemburgo usa a base. Em 2003, ano mágico na história do clube, o treinador usou o jovem zagueiro Gladstone em uma final de Copa do Brasil, contra o Flamengo, já que não teria os titulares Edu Dracena e Thiago Gosling, suspensos, Cris estava lesionado e Luisão voltando de contusão.

"Eu não tenho medo de colocar moleque para jogar. Não dá para eu jogar, não dá para o [preparador físico Antônio] Mello, para o Maurício [Cupertino, auxiliar técnico] jogar. Então, tem que jogar essa molecada mesmo, dar oportunidade para eles", ressaltou Luxemburgo.

No último jogo do Cruzeiro, a vitória por 1 a 0 em cima do Confiança, Luxemburgo colocou em campo praticamente todos os jovens que têm sido aproveitados pelo treinador. Jogaram Matheus Pereira (titular), Claudinho (entrou no decorrer), Marco Antônio (entrou no decorrer), Adriano (titular), Flávio (entrou no decorrer) e Dudu.

"Adriano [21 anos], Thiago [20 anos], Dudu [22 anos], Marco Antônio [21 anos], o próprio Matheus [Pereira, 20 anos] são jogadores de potencial. Mas não podemos jogar a responsabilidade do Cruzeiro neles. Eles são coadjuvantes que podem se tornar atores principais", ressaltou o treinador, que fez elogios especiais a Adriano.

"Ele conseguiu marcar e dar o início de jogo. Tem potencial muito grande, potencial para crescimento, ficar forte, aprender a ver a jogada com um pouco mais de clareza. Virada de bola. Ele carrega ainda muito a bola para tocar, pode tocar a bola ainda mais de longe. Mas tudo é ensinamento. Mostrar ao moleque o que tem que ser feito", comentou.

Quem também teve seu papel comentado foi Marco Antônio, que vinha sendo esquecido por outros treinadores, mas passou a ser enxergado por Luxemburgo.

"Ele [Marco Antônio] não é meia esquerda, que jogou na base e na seleção de base. Ele é segundo jogador de meio de campo. Quando joga de frente, vê a jogada clarear e bate para o gol. Ele também precisa entender que precisa aumentar a intensidade. Tem que ver com treinamento. Ele tem que treinar, aperfeiçoar a parte física. Igual o Flávio deu, com intensidade, ocupando espaço. Na ausência. Estamos formando elenco para brigar pela subida. É difícil, mas não é impossível. Temos condição. Temos dois [jogos] fora, depois em casa. Vamos passo a passo. O importante é caminhar", explicou.

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