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Fla muda de identidade para vencer e dá sustos em estreia de Renato

Gabigol conversa com Renato Gaúcho em jogo do Flamengo na Libertadores - Getty Images
Gabigol conversa com Renato Gaúcho em jogo do Flamengo na Libertadores Imagem: Getty Images

Leo Burlá

Do UOL, no Rio de Janeiro

15/07/2021 04h00

A camisa e os jogadores estavam lá, mas o Flamengo que venceu por 1 a 0 o Defensa y Justicia (ARG), em jogo válido pelas oitavas da Libertadores, foi um Rubro-negro que em pouco lembrou a equipe que proporciona rotineiramente momentos de bom futebol para a torcida.

Na noite da estreia de Renato Gaúcho no comando, o Fla deixou Florencio Varela festejando muito a vitória, mas o desempenho abaixo da média intrigou torcedores e criou um desafio a curto prazo para o novo comandante.

Ao contrário do habitual, o Rubro-negro foi um time que não teve a posse de bola como traço característico e sofreu muito com os erros de passe na saída de bola. As ausências de Rodrigo Caio, Willian Arão, Diego e Bruno Henrique pesaram muito, mas chamou a atenção uma mudança tão brusca.

Com uma equipe menos móvel, os rubro-negros não assustaram, foram amassados pelos argentinos e devem muito a Diego Alves, que fez algumas defesas decisivas para o triunfo. Com baixas importantes na zaga e entre os homens de meio, o time de Renato jogou de forma mais espaçada e isso fez com que Everton Ribeiro, Arrascaeta e Gabigol, por exemplo, fossem peças quase decorativas.

Sem a conhecida pressão na saída do adversário, o Flamengo chamou o Defensa para o seu campo e ficou em apuros para sair da armadilha. Em uma noite sem inspiração, a luta e a entrega foram os combustíveis que garantiram a vantagem.

"Não adianta praticar um futebol bonito e de repente perder a partida. Se perguntar ao torcedor se gostaria de jogar bem e perder o jogo ou jogar mal e vencer o jogo, tenho certeza que a opinião deles é igual a minha. O torcedor pode ficar tranquilo que, quando todos estiverem à disposição, o grupo estará muito mais forte", disse Renato.

O discurso otimista não impediu o treinador de admitir que sua equipe não fez um bom jogo, mas ele ressaltou diversas vezes que a vitória foi o ponto mais importante na partida de ida. Sem tempo para treinar e ainda com muitas peças importantes fora, ele sonha com os retornos o quanto antes.

"A equipe principal já tem aquele entrosamento. No momento que você mexe bastante na equipe devido as lesões, fica difícil. Ao mesmo tempo, não é fácil ganhar fora, Libertadores é sempre jogo difícil. Hoje, prevaleceu mais a vontade", afirmou ele, que completou:

"Você pode fazer uma partida maravilhosa e vencer que sempre vamos ter problemas para serem resolvidos. A gente não está tendo tempo para treinar, é na base da conversa e na base do vídeo. Mas eu tenho um grupo maravilhoso, com uma qualidade muito grande".

Espremido pelo calendário, Renato terá um tempo curto até seu novo desafio. No domingo (18), os rubro-negros encaram o Bahia, às 18h15, em Pituaçu. O duelo decisivo pelo torneio continental será na próxima quarta-feira (21), às 21h30, e deve ser disputado no Mané Garrincha.