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Sylvinho: série invicta alivia, mas Corinthians "tem muito o que melhorar"

Yago Rudá

Do UOL, em São Paulo

09/07/2021 00h52

Técnico do Corinthians há 12 partidas, Sylvinho demonstrou estar contente com as melhorias coletivas e individuais de sua equipe neste início de Campeonato Brasileiro. Depois da vitória fora de casa diante da Chapecoense, o comandante do Timão fez elogios aos atletas, mas ponderou que ainda está longe do ideal e, por isso, há muito trabalho a ser feito no CT Joaquim Grava.

"Não me lembro de uma semana aberta desde que eu cheguei, são todas quarta e domingo. Não dá tempo de contar nada, nem a invencibilidade no caso. Vejo o time como um todo, um time que está melhorando e se organizando. Tem muita coisa para fazer, tem muita coisa para melhorar. Os atletas estão se entregando e isso é o que a gente mais quer. Tem mensagens que serão dadas com o tempo e estou feliz com a resposta dos atletas, entendimento das ideias. É bom, mas tem que melhorar bastante", cravou o treinador em entrevista coletiva.

Com o triunfo em Chapecó, o Corinthians chegou aos 14 pontos no Campeonato Brasileiro e assumiu a décima colocação na tabela. Os números, embora ainda modestos, representam uma invencibilidade de seis jogos na competição nacional, com quatro empates e duas vitórias, e apontam para a melhor defesa do torneio com apenas sete gols sofridos após dez rodadas disputadas.

Na visão de Sylvinho, que no início do Brasileirão optou por não colocar uma meta para o clube em termos de classificação, o objetivo segue o mesmo: trabalhar jogo a jogo e construir uma equipe cada vez mais competitiva.

"O objetivo é o time, é o grupo. É entregar, organizar, somar pontos e sair feliz com todo o desempenho em todos os sentidos. O objetivo é ir a cada jogo", explicou o treinador.

O próximo compromisso do Corinthians na temporada acontece no domingo (11), contra o Fortaleza, no Castelão. Como a delegação está em Santa Catarina, o clube optou por embarcar direto para o Nordeste sem voltar para a capital paulista. A logística foi criada para evitar o desgaste dos atletas e oferecer um maior tempo de preparação ao grupo.

Confira as outras respostas de Sylvinho:

Sobre queda de rendimento no segundo tempo

"Tivemos um primeiro tempo muito bom, jogando no campo do adversário durante muito tempo. Tivemos várias oportunidades e isso causa um desgaste físico e, muitas vezes, mental. Você cria situações de gol e não consegue estar em vantagem no marcador. No segundo tempo voltamos bem novamente para o jogo, sabíamos que dependíamos de um nível de concentração e de entrega ainda maior. Conseguimos o gol. Tivemos a chance de fazer o 2 a 0, não conseguimos, e o time sente sim. Não é físico, é um sentimento, uma situação, uma queda por não terminar o resultado, não fechar a partida. O adversário também faz mudanças, coloca jogadores na sua área e em qualquer bola longa ele pode empatar esse jogo. É em decorrência do desgaste e de não termos fechado a partida um pouco antes".

Sobre o posicionamento e o rendimento de Mateus Vital

"Temos algumas alternativas no time. A gente acelera algumas etapas, mas pulá-las jamais. Os atletas têm respondido bem, o Araos já entrou por ali, o Marquinhos entrou também. Temos outros atletas que podem ocupar a função. Estou muito feliz com a entrega de todos. Vamos buscando soluções. Estou contente com a entrega do Vital, é um atleta que tem melhorado bastante. Muitas vezes essa profundidade não ocorre, mas é um jogador que tem drible, tem força, tem o cruzamento de pé contrário e a gente pode continuar trabalhando e resultar em gols. No primeiro tempo, ele teve uma grande chance de gol".

Sobre as jogadas de beirada do campo

"Até onde eu lembro, um jogo de muito cruzamento e muitos deles forçados inclusive foi o segundo jogo contra o Atlético-GO, quando tínhamos a obrigação de vencer e continuar vivos na Copa do Brasil. Ali usamos muito dos cruzamentos, aceleramos as jogadas e nós não conseguimos conclusões. Ficou fora de tom. Os demais (jogos) não. Tínhamos uma superioridade no campo e, dali, vieram cruzamentos por baixo e em potencial. Felizmente, no segundo tempo conseguimos fazer na jogada do Gustavo e na conclusão do Jô".

Sobre as alterações na equipe e por não fazer trocas no intervalo

"Não existe um padrão, eu não tenho um padrão de substituição. Eu vejo o time como um todo e eu entendo que se nós, comissão técnica, pudermos potencializar o time temos que fazê-lo, mas nunca fora de ordem, nunca que não seja conclusiva para potencializar o time. Nós estamos mais organizados, mais fortes e isso permite com que o atleta volte. Não vejo como um padrão, vejo como uma potencialização do time".

Sobre o rendimento de Jô

"Ele teve um período em que não era titular na nossa chegada. Ele esteve no banco, não jogou em alguns momentos, acho que até fora por uma pequena lesão de panturrilha. Vinha jogando pouco e se recuperando fisicamente. Em um determinado momento, esse é o futebol, nós precisamos de um centroavante em um determinado jogo e o atleta respondeu, tem qualidade. Temos pedido para o Jô uma retenção, alguns posicionamentos e ele tem atendido. O atleta responde, nós colocamos conceitos, mas ele tem respondido bem. É algo bom para o Corinthians e as coisas vão caminhando".

Sobre o trabalho de recuperação de Gil e Jô

"Vejo como mérito dos próprios atletas. São atletas que têm para responder, têm para dar, têm história no clube. O Cantillo tomou o protagonismo, tem qualidade, é um atleta que tem nos dado condição. O que fortalece os atletas é um esquema, o treinamento. Eles vão crescendo e vão ganhando corpo. Não vamos pedir nada para um atleta que ele não possa dar, estou feliz pelo grupo".

Sobre projeções para a equipe

"Nosso trabalho é estar todos os dias com o elenco, com os atletas. Temos a versatilidade de alguns deles. Temos insistido com o Araos no meio. Há outros atletas. O Marquinhos pode jogar pelo meio e pela direita. São atletas que nos dão opções, são versáteis e é bom tirarmos o máximo de cada atleta".

Sobre Cantillo

"Houve um choque no tornozelo. É muito recente, ainda não vimos. Parece não ser sério, mas ainda temos que falar com o departamento médico. O atleta saiu andando, não aparentou tanta dor, mas vamos ver amanhã em que nível de lesão, de limitação ele pode ter ou não".

Sobre planejamento para Rodrigo Varanda e Gabriel Pereira

"Os atletas estão todos ali com muito desejo e vontade de acertar, de desenvolver, de maturar. Vejo isso no olho de todos. Em uma viagem com dois jogos, houve a necessidade de trazer mais atletas em decorrência de problemas de cartão ou de lesão. São atletas com qualidade, assim como os demais, uns estão no banco, outros estão jogando até como titular, outros estão entrando ao longo da partida. Vai chegar o momento de cada um deles. São bons, estão com desejo e tem um tempo para todas as coisas. O bom é que eles estão com vontade e entendendo o que estamos passando".

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