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Pacote involuntário de contratações do Palmeiras supera R$ 161 milhões

Dudu e Borja comemoram gol do Palmeiras contra o Cruzeiro em 2017 - Daniel Vorley/AGIF
Dudu e Borja comemoram gol do Palmeiras contra o Cruzeiro em 2017 Imagem: Daniel Vorley/AGIF

Dego Iwata Lima

De São Paulo

29/06/2021 04h00

O técnico Abel Ferreira baixou o tom em relação às críticas quanto à falta de reforços no Palmeiras para a temporada 2021 no último domingo —antes e depois da vitória verde sobre o Bahia pelo Brasileiro. Talvez, tenha feito as contas. De fato, apenas Danilo Barbosa chegou ao clube, por empréstimo. Mas ainda que não sejam necessariamente os nomes pedidos pelo treinador, alguns jogadores retornam ao Palmeiras depois de estarem em outros clubes. E o pacote não tem preço dos mais baixos, fosse o Palmeiras pagar pelas contratações.

Para trazer Dudu, Deyverson e Pedrão, além de Borja, cuja volta é incerta, o Palmeiras pagaria R$ 161 milhões, com base nos valores de mercado dos jogadores e nos montantes que o clube pede por parte ou totalidade de seus direitos federativos.

A conta ainda nem leva em conta os salários que o clube passa a pagar. Só Dudu, por exemplo, entre luvas e outros bônus, recebe cerca de R$ 1,2 milhão mês do clube. Borja recebe mais de R$ 500 mil. Tais montantes não estavam na planilha de provisionamento de custos do clube no início do ano.

Nenhum clube do Brasil passou sequer perto de desembolsar algo parecido com os R$ 161 milhões do valor dos jogadores do Palmeiras para reforçar seus elencos. O Atlético-MG gastou cerca de R$ 50 milhões por Nacho Fernández e Hyoran, ex-Palmeiras. O Flamengo, R$ 88,2 milhões por Pedro, por exemplo.

Deyverson chega valendo R$ 12 milhões a menos que em 2017

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De volta ao Palmeiras, Deyverson foi titular contra o Juventude no Brasileiro
Imagem: Pedro H. Tesch/AGIF

O atacante Deyverson, que estava no Alavés (ESP), tem valor de mercado na casa de 3 milhões de euros, o que equivale a cerca de R$ 17 milhões. Deyverson já está no clube há quatro rodadas, entrou no decorrer dos jogos contra Corinthians e Bahia, e foi titular diante de Juventude e América. Já anotou um gol, contra a equipe gaúcha.

Em 2017, o Palmeiras desembolsou 5 milhões de euros —R$ 29 milhões de hoje— para tirá-lo do mesmo Alavés.

Pedrão, quase vendido, foi indicação e observação de Abel Ferreira

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Pedrão, zagueiro do time sub-20 do Palmeiras
Imagem: Palmeiras/Divulgação

Outro reforço involuntário para o time de Abel Ferreira é o zagueiro Pedrão. O Palmeiras tinha tratativas concluídas para negociar 70% de seus direitos econômicos com o Nacional (POR) por R$ 3,6 milhões. Na segunda-feira (28), porém, o clube português recuou na negociação. Esse montante somado aos 30% do Palmeiras (R$, 1,6 mi) perfazem R$ 5,2 milhões.

Apenas para efeito de comparação, o Palmeiras decidiu não pagar 1 milhão de euros, R$ 5,8 milhões na cotação atual, para ficar em definitivo com Alan Empereur há duas semanas.

Palmeiras "vendeu" parte de Dudu antes de recebê-lo de volta

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Dudu em ação pelo Palmeiras contra a Inter de Limeira
Imagem: Thiago Calil/AGIF

Dudu é uma situação diferente e há muitas maneiras de se calcular o preço de sua "contratação".

Porque o Palmeiras efetivamente recebeu pelo empréstimo dele, por um ano, 7 milhões de euros (R$ 41 milhões). E receberia outros 6 milhões de euros (R$ 35 milhões) se o Al-Duhail (CAT) exercesse a opção de compra e ficasse com 80% dos direitos do jogador.

Esse tipo de negociação, com valor alto de empréstimo, normalmente embute parte do pagamento pela contratação total do atleta. É quase como um adiantamento. Mas os árabes recuaram e, desse modo, o Palmeiras fez um negócio excelente por apenas um empréstimo.

Se 13 milhões de euros pagam 80% do jogador, a cotação de Dudu nessa negociação seria de 16,2 milhões, nada menos que R$ 95 milhões. Mas considerando que o Palmeiras recebeu uma parte, pode-se dizer que o clube "pagou só" R$ 35 milhões pelo seu ex-camisa 7.

Borja desvalorizou pouco pelo que mostrou desde 2017

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Borja, durante partida entre Palmeiras e Grêmio
Imagem: Bruno Ulivieri/AGIF

Borja custou ao Palmeiras R$ 70 milhões em 2017, somados todos os valores desembolsados por sua contratação. O Palmeiras entende hoje, porém, que sua cotação gire em torno de R$ 44 milhões.

É a metade disso que o Alviverde entende que pode receber do Junior Barranquilla (COL), caso o clube caribenho decida adquirir 50% dos direitos do centroavante. A desvalorização foi pouca, se pararmos para pensar que Borja chegou por um valor inflacionado e jamais correspondeu em campo à expectativa em torno de seu nome.

Até o momento, a situação segue indefinida. O Palmeiras não recebeu propostas oficiais pelo jogador, nem do Junior, muito menos do Boca Juniors, conforme noticiou a imprensa argentina.