Imprensa internacional comenta crise na CBF: 'Atmosfera nada tranquila'
A crise gerada entre a cúpula da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e a comissão técnica e os jogadores após a decisão de trazer a Copa América para o país repercutiu na imprensa internacional.
O francês L'Equipe afirma que Caboclo, afastado hoje da presidência da entidade pela Comissão de Ética, já estaria "pronto para substituir Tite e sua equipe", citando Renato Gaúcho como um possível substituto por um eventual "alinhamento" com o presidente Bolsonaro (sem partido). "Se tudo corre bem em campo, a atmosfera fora dele não é nada tranquila", analisou a Gazetta dello Sport, após a vitória da seleção por 2 a 0 sobre o Equador.
No espanhol Marca, a visão é de que a postura dos jogadores poderia ser menos combativa com a saída do dirigente. "Todos estão contra ele [Caboclo], e com a sua saída, os jogadores podem suavizar a postura. (...) O adeus de Caboclo pode tornar tudo mais fácil - o problema é que Caboclo e Bolsonaro estão bem conectados", analisou a publicação.
Os espanhóis também ironizaram a forma como a Conmebol trata o assunto."Falta uma semana para a Copa América, mas o pior é que a solução definitiva sobre a disputa (ou não) foi adiada até terça-feira, após Paraguai x Brasil. O que está descartado é que seja levada para um quarto local. A Conmebol continua com o Brasil e não tem um plano B, porque... Acredita que não vai precisar".
"A história pode ser feita na noite de terça-feira", frisou a ESPN norte-americana, levantando grandes expectativas para o momento em que os jogadores vão se posicionar.
Quando o torneio foi confirmado no Brasil, o americano The New York Times não poupou críticas ao governo brasileiro em abraçar a competição. "Insanidade completa: Infestado pelo vírus, Brasil concorda em sediar competição de futebol", escreveu em sua manchete. "O Brasil perdeu 207 mil vidas nos últimos três meses sozinho, mas o presidente Jair Bolsonaro decidiu receber a Copa América argumentando que 'Nós temos de viver", completou o texto.
Na sexta-feira (4), Casemiro afirmou que a posição da comissão técnica e dos jogadores era "unânime", mas não entrou em detalhes sobre o que os jogadores pretendem fazer - se vão de fato boicotar o torneio, algo nunca feito antes na história do futebol do país.
O volante disse que não poderia falar sobre o assunto, mas que os jogadores querem expressar suas opiniões em "momento oportuno" - após a partida contra o Paraguai. "Não sou eu nem os jogadores da Europa, como rolou. Falo em nome de todos os jogadores com Tite e a comissão técnica. É unânime".
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