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'Foi tudo armado', diz Fernando Prass sobre briga com Peñarol em 2017

Fernando Prass, ex-goleiro do Palmeiras e do Ceará, agora aposentado - GettyImages
Fernando Prass, ex-goleiro do Palmeiras e do Ceará, agora aposentado Imagem: GettyImages

Colaboração para o UOL, em São Paulo (SP)

20/05/2021 15h50

O ex-goleiro Fernando Prass, que passou por Ceará, Grêmio, Vasco e é ídolo do Palmeiras, contou ontem (19), no canal Pod Pah, do YouTube, como foi estar em campo na briga entre Peñarol e Palmeiras pela fase de grupos da Libertadores de 2017 no Uruguai.

Em 2017, Felipe Melo foi contratado pelo Palmeiras e deu uma declaração polêmica na época: "Se tiver que jogar no Uruguai e dar tapa na cara de uruguaio, eu vou dar". No mesmo ano, o Verdão caiu no grupo do Peñarol na Libertadores.

"Eu falei: Lá vai ser fogo e tinha o negócio do Felipe Melo ainda, de dar tapa na cara de uruguaio... E lá os caras armaram. Eles caíram fora. Eles perderam aqui (Allianz Parque) no último minuto, não sei se vocês lembram, gol do Fabiano no último minuto. Eles tinham saído ganhando de 2 a 0 e perderam. Lá eles também tinham saído ganhando de 2 a 0 e perderam de 3 a 2", relembrou Prass na entrevista.

Na vitória por 3 a 2 no Uruguai, os jogadores do Peñarol e do Palmeiras brigaram após o jogo. Fernando Prass relembrou o episódio:

"E aí, no último lance do jogo, o (Willian) Bigode tava marcando o zagueiro deles, o número 13, o grandão, e a bola lá, o Bigode abraçado no cara. Cruzaram a bola no segundo pau e o Bigode inocente ficou lá olhando a bola, aí o cara foi lá e PUM e deu no Bigode. Aí acabou o jogo e os caras foram pra cima do Felipe Melo, o cara pegou o Felipe Melo aqui (aponta para o pescoço). Eu sabia que os caras iam pra cima do Felipe Melo, então eu saí do gol, bati na mão do cara, tirei o Felipe Melo, joguei ele pra trás e fiquei aqui (na frente dos jogadores do Peñarol). Aí os caras largaram o Felipe Melo e vieram tudo em cima de mim. Aí que tem a foto do Borja lá olhando e três caras me dando soco na cara. Um de cada lado e um chutando no meu pé. Aí eu falei: só não posso cair aqui, pois se eu cair eu tô morto né".

Fernando Prass relembrou também a invasão dos seguranças do Palmeiras no campo, para salvar os jogadores na briga contra os uruguaios:

"Eu lembro que os seguranças do Palmeiras conseguiram derrubar o portão e entrar e aí o Andrezão, que é um grandão, pegou o Felipe Melo e levou pro canto e logo a polícia chegou. Aí eu pensei: bom, o Felipe Melo já tá tranquilo...tá com a polícia e o Andrezão. Aí saímos eu e o Roger Guedes, fomos lá pro escanteio, a gente foi pegar um banquinho do fotógrafo e o cara não quis dar, era fotógrafo deles né. O Roger Guedes meteu o empurrão no cara, pegamos o banquinho e fomos para perto da nossa torcida, ficamos com as costas pra eles pra ninguém pegar a gente por trás. Entraram uns 20 seguranças nossos e nós conseguimos sair pelo cantinho e ir pro vestiário. Foi tudo armado. Eles trancaram (os portões) com cadeado pra não poder sair (jogadores de campo) e os seguranças não poderem entrar (no campo). Os seguranças que conseguiram derrubar (o portão)".

Fernando Prass aproveitou a lembrança do episódio para criticar a postura da Conmebol, que não puniu os jogadores do Peñarol envolvidos na confusão.

"O Peñarol não foi punido, pegou não sei quantos jogos de suspensão mais multa, aí recorreram e pegaram um jogo de portão fechado, sendo que eles já estavam desclassificados. A gente não podia brigar porque a gente ainda estava na Libertadores. Imagina se a gente briga e tem 10 suspensos?"

Na edição da Libertadores em questão, o Peñarol foi eliminado ainda na fase de grupos e o Palmeiras se classificou na primeira posição, chegando até às oitavas de final, quando foi eliminado nos pênaltis pelo Barcelona de Guayaquil.

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