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Por que Felipe Conceição não deseja um camisa 10 clássico no Cruzeiro

O técnico Felipe Conceição abdica de um camisa 10 de origem para atuar no esquema 4-3-3 - Gustavo Aleixo/ Cruzeiro
O técnico Felipe Conceição abdica de um camisa 10 de origem para atuar no esquema 4-3-3 Imagem: Gustavo Aleixo/ Cruzeiro

Guilherme Piu

Do UOL, em Belo Horizonte

19/05/2021 04h00

Apesar das cobranças de parte da torcida, o Cruzeiro não tem um camisa 10 clássico, um armador em sua lista de potenciais reforços para o restante de 2021. Como o UOL Esporte já publicou, o clube está em busca de três a quatro peças, sendo essas lateral direito, volante e atacante.

Mas qual o motivo para isso? É que Felipe Conceição tem o costume de trabalhar com o esquema 4-3-3. E, na linha de meio-campo, ele tende a usar um volante que tenha poder de marcação, mas saiba dar saída de bola ao lado de dois jogadores com obrigações de atacar e marcar, municiando um trio de atacantes.

Contra o América-MG, no jogo de volta da semifinal do Campeonato Mineiro, essa trinca no meio-campo foi formada por Adriano, Rômulo e Matheus Barbosa. Matheus, por sinal, é dos jogadores com mais partidas (15) até aqui na temporada —reforço para este ano, virou um dos homens de confiança de Conceição.

Nessa busca por reforços, o departamento de futebol cruzeirense tem priorizado jogadores que possam ser contratados sem custos e que possam agregar valor ao elenco. O time vai começar sua saga em busca do acesso à Série A em 2022 em 29 de maio.

Cadê o camisa 10?

Atualmente, o atacante Rafael Sóbis é quem veste o número 10 no Cruzeiro. E todos sabem que esse o veterano não é um meia de criação. Ele ainda prefere atuar mais à frente no setor ofensivo e de frente para o gol. No atual grupo, o meia de origem é Marcinho, um dos destaques do Sampaio Corrêa no ano passado. Uma das contratações para esta temporada, ele ainda tenta conseguir o seu espaço no time titular.

"O Marcinho é o meia clássico, que trabalha por dentro, próximo do centroavante, jogador que bate bem na bola, distribui bem o jogo, próximo da área tem bom chute, a bola parada também é muito boa. A maneira que a gente jogava no Sampaio Corrêa contribuiu para ele se destacar. Jogávamos praticamente com duas linhas de quatro e deixávamos ele bem solto próximo ao Caio Dantas [atacante e artilheiro da Série B com 17 gols]", contou ao UOL Esporte Léo Condé, que treinou Marcinho no ano passado.

E justamente essa característica de Marcinho não é contemplada pelo estilo de jogo adotado por Felipe Conceição. Fato que o ex-treinador do próprio meia levantava antes mesmo de o atleta ser anunciado pela Raposa.

"Acredito que o Marcinho tenha essa qualidade para vestir a 10 do Cruzeiro. Vai depender muito da ideia de jogo do Felipe [Conceição, técnico do Cruzeiro]. No Guarani ele [treinador] não jogava com esse 10 centralizado, jogava com o volante fixo e dois jogadores de corredor. Não sei qual a ideia dele", ponderou Léo Condé sobre o meia, o melhor da sua posição na Série B do ano passado, de acordo com o site Sofascore, especializado em estatísticas esportivas.

Palavra do presidente

Em entrevista recente ao canal Clube Ligados, no Youtube, o presidente Sérgio Santos Rodrigues ressaltou o estilo de jogo do atual treinador cruzeirense e como ele pede outro tipo de jogador para o meio-campo.

"O Felipe prefere jogadores de intensidade, igual a gente fala, que corram muito, que cheguem e façam o gol, e voltem para marcar, do que você ter um camisa criativo. Então, são perfis diferentes de estilo de jogo. E joga como a gente quer, com posse de bola, atacando muito", declarou Sérgio Santos Rodrigues.

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