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Após B.O., jornalista agredida em campo pretende denunciar agressor e clube

Jornalista foi agredida enquanto trabalhava - Reprodução/Twitter
Jornalista foi agredida enquanto trabalhava Imagem: Reprodução/Twitter

Bruno Fernandes e Josué Seixas

Colaboração para o UOL, em Maceió

06/05/2021 04h00

A jornalista Emanuelle Madeira, agredida na noite de ontem (5) enquanto filmava um bate-boca entre o técnico Wallace Lemos, do Fluminense-PI, e o presidente do Altos, Warton Lacerda, após partida do Campeonato Piauiense, afirmou ao UOL Esporte que pretende denunciar o homem que a atacou e responsabilizar o clube pelas agressões. Após o jogo, a profissional, que trabalha na TV Clube, afiliada da Rede Globo no Piauí, teve o celular arrancado à força e foi agarrada pelo pescoço por um homem com a camisa da estafe do Altos.

"Amanhã [hoje], vamos ter uma reunião com o departamento jurídico para tentar oferecer uma denúncia contra a pessoa em específico por esse ato e responsabilizar o clube", disse a jornalista.

Imagens que mostram o exato momento da agressão logo viralizaram nas redes sociais e causaram revolta, inclusive entre torcedores da equipe rival.

"Ao final do jogo, o Altos venceu, e o técnico do Fluminense ficou revoltado com a situação do gramado que não deu condições de jogo. O presidente do Altos passou na hora, e eles começaram a discutir. O pessoal chegou para tentar separar, mas não teve jeito, e a confusão começou", explica a jornalista.

Emanuelle, ao ver a confusão, tentou filmar as imagens de longe, mas foi surpreendida pelo agressor. "Este rapaz, eu nunca tinha visto. Passei cinco anos longe do Globo Esporte, e não acompanhei os jogos do Altos, então, ele é uma figura completamente nova para mim, só que o pessoal fala que ele presta serviço ao clube, só não possui vínculo empregatício".

"Eu comecei a filmar o presidente do clube, e este homem apareceu por trás de mim, depois surgiu na frente da minha filmagem dizendo que não era para eu gravar. Eu pedi para ele não encostar e, nesse momento, ele tomou o celular e tentou apagar a filmagem. Ele queria que eu não filmasse e queria apagar o que já estava registrado. Eu fui pegar meu celular de volta, e foi quando houve as imagens mais fortes."

A jornalista deixou o estádio escoltada pela Polícia Militar e registrou um Boletim de Ocorrência contra o agressor. Apesar de o homem estar vestido com um uniforme do Altos, o clube nega que ele faça parte do seu quadro de funcionários

Xingamentos continuaram após o boletim

No fim da noite, a jornalista recebeu um áudio atribuído ao seu agressor no qual o homem diz ter sido agredido e a chama de "sapatão". "Eu fui agredido por essa sapatão, vagabunda. Fizeram foi me agredir sem eu saber de nada", diz trecho da gravação à qual o UOL teve acesso.

O agressor não foi localizado pelos policiais para prestar esclarecimentos sobre o ocorrido até o momento de publicação dessa matéria.