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Clube carioca e dirigentes são condenados por testes falsos de covid-19

Mesquita Futebol Clube foi condenado pela 7ª Comissão Disciplinar do Tribunal de Justiça Desportiva do Rio de Janeiro  - iStock
Mesquita Futebol Clube foi condenado pela 7ª Comissão Disciplinar do Tribunal de Justiça Desportiva do Rio de Janeiro Imagem: iStock

Colaboração para o UOL

21/04/2021 23h22

O Mesquita Futebol Clube foi condenado pela 7ª Comissão Disciplinar do Tribunal de Justiça Desportiva do Rio de Janeiro (TJD-RJ) por ter falsificado duas vezes laudos de exames de Covid-19. Além da agremiação, que disputou a Série B2 do Campeonato Carioca em 2020, responderam o processo o ex-presidente Cleber Louzada, o atual Ângelo Benachio e o gestor Antônio Carlos Dias de Souza. Responsabilizado pelas falsificações, o último recebeu multa de 30 mil reais e foi suspenso por 1440 dias.

O caso teve início em fevereiro, quando o Mesquita foi denunciado pelo próprio presidente Ângelo Benachio. Após investigação da Procuradoria do TJD-RJ, o clube e os dirigentes foram citados no artigo 234 (falsificação de documentos) e 258 (conduta antiética desportiva).

No julgamento realizado por videoconferência, o diretor técnico do laboratório de análises clínicas Unigranrio, José Roberto Lannes Abib, confirmou que dois laudos enviados pelo presidente do Barcelona-RJ, Antônio Augusto Gonçalves Vieira, foram conferidos e verificados como falsificados.

"Perguntado pelo procurador, se este reconhecia os exames realizados no dia 29/12/20 e 07/01/21, respondeu o senhor José Roberto que não reconhecia. Perguntado ainda pelo procurador se reconhecia os padrões gráficos de imagens e textos nos exames apresentados a ele, respondeu que não e por fim ratificou o depoimento prestado na fase de inquérito", diz documento publicado pelo TJD-RJ sobre o julgamento.

Antônio Vieira disse que foi procurado por Benachio, que o enviou dois exames e pediu para que fossem conferidos. "Perguntado pelo relator se o telefonema que ele havia recebido do presidente do Mesquita era sobre a desconfiança de exames falsos, o depoente respondeu que sim e que a preocupação era porque os documentos chegavam impressos via e-mail e quando foi folhear achou estranho e por isso pediu auxílio do depoente", diz o relatório do processo.

Após depoimento de Antônio Vieira, como testemunha de defesa, e de Cleber Louzada, ex-presidente do Mesquita, o TJD-RJ responsabilizou o gestor Antônio Carlos de Dias Souza como principal culpado. O dirigente, que sequer enviou defesa, foi multado em 30 mil reais e recebeu 1440 dias de suspensão. Já Louzada e Benachio foram condenados a 120 dias de suspensão e o clube recebeu uma multa de cinco mil reais. Além disso, partes do processo serão encaminhadas para o Ministério Público do Rio de Janeiro. Os dirigentes ainda podem recorrer da pena em duas instâncias.