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"A constituição não permite", diz Luxemburgo sobre limitação de treinadores

Colaboração para o UOL, em São Paulo

25/03/2021 20h06

Vanderlei Luxemburgo compartilhou um vídeo no Instagram para comentar sobre a mais recente regra levantada pela CBF sobre a limitação de troca de técnico para a edição de 2021 da Série A do Brasileirão. Para ele, a medida ainda é alvo de muitos questionamentos e vai contra a constituição.

"Estamos aqui para falar sobre a decisão da CBF com respeito aos técnicos brasileiros e que venham a trabalhar no Brasil, que só podiam ser trocados uma vez no decorrer da competição, você pode tirar um e colocar outro. Não sei se isso funciona, a constituição não permite você cessar o direito de trabalho de ninguém. Acredito também que os clubes não venham a cumprir, porque não é constitucional, não é lei", começou por dizer Luxa, que completou:

"Deveria partir da Associação Brasileira de Técnicos de Futebol criar a lei e determinar uma regra do jogo para os técnicos e a CBF desse anuência e não colocar desta forma, como está colocado."

A fim de argumentar sobre seu ponto de vista, o ex-treinador do Vasco colocou uma situação para exemplificar alguns pontos, que para ele, estão em aberto nesta decisão.

"De repente você tem um treinador, manda embora, vai ter que escolher precocemente se ele é competente, ou não, aí vem o segundo. Aí ele por destino adoeceu. O que vai ser feito com o terceiro? Vai poder entrar? Será que vai ser obrigatório indenizar o treinador que está trabalhando e foi demitido para a chegada do outro? Isso vai existir?", analisou o profissional, que completou:

"Tem que pensar direito, acho legal, mas tem algumas coisas que estão bem em aberto para ser discutida. Não vejo como vai acontecer, tomara que aconteça, estamos buscando isso há muito tempo no futebol brasileiro, mas vejo com um pouco de dificuldade."

A regra:

O Conselho Técnico do Brasileiro da Série A aprovou a limitação de troca de técnico para a edição 2021. Pela nova regra, aprovada pelos times, o clube só poderá demitir uma vez o técnico para contratar um novo. Enquanto isso, o treinador só poderá pedir para sair uma vez ou não poderá mais dirigir o time na competição.

A regra foi uma proposta da CBF aprovada por 11 a 9 pelos clubes. Pela regra, que será colocada no regulamento do Brasileiro, o clube até pode demitir mais de uma vez o técnico. Mas, na segunda demissão, só poderá usar um interino que esteja na divisão de base da equipe ou seja da comissão técnico, isto é, esteja há seis meses na equipe. Substituições ou contratações de treinadores interinos, portanto, não contam.