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Diniz lamenta jogo travado do Grêmio e critica conivência de árbitro

Fernando Diniz, durante a partida entre São Paulo e Grêmio - Marcello Zambrana/AGIF
Fernando Diniz, durante a partida entre São Paulo e Grêmio Imagem: Marcello Zambrana/AGIF

Do UOL, em São Paulo

31/12/2020 01h44

O São Paulo não conseguiu desenvolver seu jogo criativo e de toque de bola na semifinal da Copa do Brasil contra o Grêmio. E o motivo da eliminação, após o empate sem gols na noite de quarta-feira (30), no Morumbi, foi a forte marcação dos gaúchos. Segundo o técnico Fernando Diniz, o estilo de jogo truncado e a falta de criatividade do time paulista determinaram a desclassificação. Na partida de ida, a equipe gaúcha havia vencido em casa por 1 a 0.

"É sempre difícil jogar contra um time que joga assim como o Grêmio. Tentamos fazer uma circulação mais rápida da bola. Fazer com que a marcação do Grêmio se deslocasse mais de um lado para o outro. O Grêmio teve uma marcação muito bem feita. O Grêmio nem teve contra-ataque. Foi uma proposta para não tomar gol, nem era pra fazer gol de contra-ataque. O Volpi nem encostou na bola. O Pepê estava mais marcando o Juanfran do que se posicionando para contra-ataque", lamentou o treinador são-paulino. Registre-se, de todo modo, que o único lance de efetivo perigo durante toda a partida foi contra sua meta, quando o lateral Victor Ferraz acertou a trave, após bola alçada na área.

Embora tenha visto mérito na estratégia do Grêmio, Diniz também condenou a atuação do árbitro Bruno Arleu de Araújo. Para o técnico tricolor, que reclamou diretamente com o juiz assim que terminou a partida, houve conivência em relação ao tempo gasto pelos jogadores adversários nas diversas paralisações da partida.

"A arbitragem foi muito conivente com o tipo de jogo que o Grêmio se propôs a fazer desde o primeiro minuto. Isso não quer dizer que, se tivesse mais 10 minutos ou 30, a gente iria fazer o gol. Se contar os dois jogos, não fizemos em 180 minutos. Mas, às vezes, pode fazer, ninguém sabe o que vai acontecer", criticou.

"Rotineiramente os times que não querem jogar são beneficiados pela arbitragem. Hoje ele deu 7 minutos (de acréscimo). Era um tempo ok. Depois, o jogo parou quatro minutos. Então, efetivamente ele parou antes dos 52 minutos ainda. Ele deu 3, não foi 7. Ninguém tem bola de cristal para saber se o gol vai sair ou não. A arbitragem não pode ser conivente."

Leia outros trechos da entrevista de Fernando Diniz:

Erros em Porto Alegre

Não dá para desconsiderar o jogo de Porto Alegre. Lá tivemos as chances mais claras para poder sair vencedor e não conseguimos. Eles trouxeram a vantagem para cá e conseguiram fazer um jogo com base forte na marcação. Tem muito mérito do Grêmio nisso. E a gente teve dificuldade para criar, criamos pouco. A proposta do Grêmio era tentar levar o 0 a 0 até o final, e eles conseguiram.

Tempo perdido

Se somar os jogos daqui e de lá, foram jogos entre duas equipes que primam por jogar futebol, mas não teve jogo. Teve muito pouco jogo lá, teve 10 jogadores caindo no chão, aqui também, muita substituição, demora pra repor tiro de meta. E em nenhum momento a arbitragem sinalizou que daria cartão amarelo. Se desse mais acréscimo, a gente podia até perder, qualquer um podia fazer gol. Não estou reclamando só desses jogos. Isso é uma rotina, o jogo para muito. Se continuar assim, o negócio é ter tempo cronometrado no futebol. É muito pouco jogo e se fala pouco disso. Não estou desviando (o assunto). O Grêmio teve mérito e não conseguimos criar. Isso é uma coisa. Outra é a conivência da arbitragem de maneira em geral com jogador que cai no chão. Hoje o Diego Souza caiu no chão, entrou o carrinho, ele não saiu e começou a caminhar.

Ausência dos titulares

Não gosto muito de falar individualmente. Os jogadores que estão com mais confiança, como o Luciano e o Reinaldo, que deve ser o líder de assistência no Brasileiro. Pela continuidade, pela confiança, era bom poder contar com eles. Mas o Léo fez uma partida ok. Não gosto de fazer essas análises individuais porque a gente acaba desmerecendo quem jogou. A equipe como um todo não funcionou. Não foi por conta de um ou outro jogador.

Futuro no Brasileirão

O Brasileirão não tem nada a ver a eliminação de hoje. Brasileiro é um outro campeonato. A gente vai treinar, trabalhar e se esmerar para conseguir nosso objetivo. Pressão tem e vai ter mais agora. Vamos fazer de tudo para ganhar o campeonato. Não tem como falar que não tem pressão. Vamos trabalhar internamente. Temos que fazer de tudo, jogo a jogo, não tem como relaxar um segundo. É trabalhar muito forte e encarar todos os jogos como se fossem uma final.

Lesão de Luciano

Luciano teve um desconforto pequeno no adutor contra o Corinthians. Hoje estourou um cisto no joelho. Contra o Fluminense, ele estava completamente recuperado. Ele joga em sequência sem problema. Queria jogar contra o Fluminense e, na parte fisiológica, ele estava completamente recuperado. Não é nada grave, mas o líquido acaba extravasando pela perna, sente dor. E demora de três a quatro dias para drenar. Não tem nada a ver uma lesão com a outra. E contra ao Fluminense ele estava apto a jogar.