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Abel elogia o Palmeiras: "Nunca treinei uma equipe com tanta qualidade"

Jogadores do Palmeiras comemoram a classificação à semifinal da Libertadores - Cesar Greco
Jogadores do Palmeiras comemoram a classificação à semifinal da Libertadores Imagem: Cesar Greco

Thiago Ferri

Do UOL, em São Paulo

16/12/2020 04h00

Se há no Palmeiras uma empolgação crescente com o trabalho de Abel Ferreira, o técnico também vive sentimento parecido. Em seu terceiro clube na carreira, o português diz que esta é a equipe mais talentosa que já trabalhou — ele passou antes por Braga (POR) e PAOK (GRE). Como resultado, garantiu ontem (15) a classificação à semifinal da Copa Libertadores, para festa no vestiário do Allianz Parque.

"Enquanto tivermos a atitude, seguramente estaremos mais perto de ganhar. Nunca treinei uma equipe com tanta qualidade, com homens. Não são bons jogadores que fazem grandes equipes, mas sim grandes homens. E aqui eles sabem que precisam mais, de espírito, união. Estamos construindo o espírito guerreiro e de muitas vezes, mesmo não fazendo um grande jogo, ir e ganhar. É assim que se constrói grandes equipes", celebrou.

Desde que Abel chegou, o Palmeiras sob o comando de sua comissão técnica conseguiu nove vitórias, três empates e apenas uma derrota. Além da classificação na Copa Libertadores, o time está na semifinal da Copa do Brasil e é quarto colocado no Brasileirão, crescendo de rendimento após a crise que gerou a saída de Vanderlei Luxemburgo.

Ao falar do grupo, Abel afirmou que seus jogadores são treinadores em campo, diante do entendimento da estratégia de jogo. Para ele, os atletas do Palmeiras têm "mente aberta e coração quente", com vontade de aprender.

Por isso, o técnico se coloca como culpado por aqueles que não estão bem. É o caso de Zé Rafael, que começou no banco de reservas na vitória sobre o Libertad. O comandante admitiu que forçou a utilização do camisa 8 em meio ao tratamento de entorse no tornozelo e agora pôde dar mais tempo para que ele se recuperasse melhor.

"Hoje [ontem] o Zé Rafael ficou fora e ele baixou de rendimento por minha culpa. Ele teve um grande entorse em casa, quando cheguei, em função das dificuldades no meio, temos usado o Emerson, o Luan, o Menino estava na lateral e agora está jogando ali, o Danilo começa a chegar agora. Mas temos muitas dificuldades para construir o meio-campo e todos deram uma resposta tremenda. Ele cheio de dores, e eu meti [em campo]. Se caiu um pouco, especialmente nos últimos dois jogos, foi por minha culpa. Hoje entrou muito bem, deu a estabilidade que precisávamos", analisou.

"Eu não penso só nos 11. Penso no banco de titulares que temos. Os jogadores estão sendo muito focados e o meio-campo tem sido muito mexido, talvez o setor com mais alterações, mas eles sabem o que precisam fazer. Quem faz a diferença são os jogadores. Com mente aberta e coração quente, mais fácil explicar o que você quer", concluiu.

A satisfação é tão grande, que Abel Ferreira recentemente recusou proposta do Al Rayyan, do Qatar, com o dobro do salário que recebe no Palmeiras. O português sonha em fazer história, mesmo que siga os exemplos de Jurgen Klopp, técnico do Liverpool (ING), e Pep Guardiola, comandante do Manchester City (ING), para frear a empolgação.

"Não pensamos no que vamos ganhar no futuro. Queremos recuperar os jogadores, e já temos de escalar novamente a montanha. No final, como nem o Guardiola nem o Klopp prometem títulos, eu também não posso fazer. Estou muito longe da capacidade que eles têm, mesmo assim, em um ano são campeões e no outro ficam com 20, 30 pontos de diferença e são os melhores do mundo. Vamos ser sempre sólidos e vamos lutar sempre para vencer. Só podemos prometer isso", concluiu.

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