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Morre Paolo Rossi, o carrasco da seleção brasileira de 82

Do UOL, em São Paulo

09/12/2020 23h57Atualizada em 10/12/2020 09h20

O mundo do futebol está novamente em luto. Morreu o ex-atacante Paolo Rossi, aos 64 anos. O Bambino d'Oro, como era conhecido, se notabilizou em nosso país por marcar os três gols da vitória da Itália, por 3 a 2, que eliminou a seleção brasileira da Copa do Mundo de 1982, além de ter sido o protagonista do título italiano naquele Mundial. Segundo a imprensa italiana, a causa da morte foi câncer no pulmão.


Nos últimos anos, Paolo atuou como comentarista nos canais Mediaset e Rai, da Itália. Ele deixa sua esposa, Federica, e três filhos: Sofia Elena, Maria Vittoria e Alessandro.

Nascido na cidade de Prato, na região da Toscana, o ex-atacante foi revelado pelas categorias de base da Juventus. Foi emprestado ainda aos 19 anos para o Como. No entanto, sua primeira passagem de destaque foi pelo Vicenza, onde venceu o título da segunda divisão e foi artilheiro na surpreendente campanha que deu ao pequeno clube o vice-campeonato italiano na temporada seguinte.

Tal início promissor, que rendeu suas primeiras convocações à seleção italiana e a participação na Copa de 78, foi freado em 1980 por uma suspensão de três anos pela acusação de envolvimento em um esquema de manipulação de resultados conhecido como Totonero. A punição foi posteriormente reduzida para dois anos, o que possibilitou sua convocação para o Mundial de 1982.

O desempenho de Rossi na Espanha, entretanto, esteve longe do ideal nos três jogos da Itália na primeira fase daquela Copa do Mundo. Ele passou e branco nos três empates da Azzurra, que só não voltou mais cedo para casa pelo critério de gols marcados. Após cair num grupo com Argentina e Brasil, o fim da linha parecia uma questão de tempos para os italianos, mas foi aí que o Bambino d'Oro passou a deixar seu nome marcado na história do futebol.

Uma boa exibição na vitória por 2 a 1 contra a Argentina foi apenas uma amostra do que estava por vir. Rossi fez a partida de sua vida contra a seleção brasileira, que muitos consideram uma das melhores equipes da história do futebol, e protagonizou a eliminação da Canarinho com três gols num jogo que, para nós, se tornou conhecido como a Tragédia do Sarriá, nome do estádio em Barcelona no qual o jogo foi disputado.

Marcou outros dois tentos na semifinal contra a Polônia e também deixou sua marca no gol que abriu o placar da vitória italiana por 3 a 1 sobre a Alemanha Ocidental, na decisão.

Após o Mundial, voltou a se destacar pela Juventus, onde foi bicampeão italiano e campeão da Liga dos Campeões da UEFA, em 1985. Venceu o prêmio de melhor jogador da Copa do Mundo de 1982 e também a Bola de Ouro da revista France Football naquele ano. Se transferiu ao Milan em 1985, onde teve uma passagem apagada, e encerrou a carreira no Verona, na temporada 1986/87, antes de completar 31 anos, após uma lesão ligamentar no joelho.

Em 2004, foi eleito por Pelé como um dos 123 melhores futebolista vivos, em lista promovida pela Fifa para celebrar o centenário da entidade máxima do futebol.