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Bicho-papão voltou? Fla espanta trauma após humilhação e já assusta rivais

Leo Burlá

Do UOL, no Rio de Janeiro

08/10/2020 04h00

Em meio a seu momento mais delicado da temporada, o Flamengo se reinventou na crise. Após o massacre por 5 a 0 para o Independiente del Valle, o Rubro-Negro realizou uma espécie de nova era do trabalho de Domènec Torrent a partir do trauma, se refez e já respira novos ares.

O arsenal rubro-negro com Dome, que não andava muito afiado até então, passou a funcionar a todo vapor. Se até o jogo em Quito a equipe (com o técnico) tinha marcado 14 vezes em 11 jogos, a performance depois da goleada é muito mais significativa. Em só cinco partidas, o Fla anotou nada menos que 13. Neste quesito, o atacante Pedro se destaca, com seis neste intervalo. Ontem (7), o camisa 21 marcou dois no triunfo por 3 a 0 sobre o Sport.

Curiosamente, a produtividade do setor coincide com a perda de Gabigol, que se lesionou nos dois confrontos contra os algozes equatorianos, que viriam a ser goleados dias depois no Rio de Janeiro. Outra peça importante, Pedro Rocha também não esteve à disposição e só voltou a ser relacionado ontem (7). Bruno Henrique, por sua vez, vai reencontrando sua melhor forma.

"A cada dia estamos melhores. Temos de entender o que houve no Equador. No dia do jogo contra o Independiente, jogamos com [casos] positivos [de Covid-19]. Esse dia foi chave para todos. Sou novo no Flamengo, mas sei o quão importante é esse time no mundo. O Pedro finaliza muito bem, mas não só isso. Ele traz muitas outras coisas positivas. Quando você tem problemas, pode descarregar a bola nele", disse Dome.

O espanhol, um dos que foi infectado pela Covid, acompanhou de longe o setor defensivo também dar respostas importantes. Depois do revés na capital equatoriana, o Fla fechou a casinha e foi vazado só três vezes. Até a fatídica goleada, o Rubro-Negro somava 18 gols sofridos em 11 compromissos. Este momento de estabilidade conta com a participação decisiva de jovens como Noga, Ramon, Natan, Otávio e Hugo.

Del Valle x Flamengo - Pool/Getty Images - Pool/Getty Images
Imagem: Pool/Getty Images

"Eles [jovens] vão jogar, tenho confiança em todos eles. Meu sonho é jogar com 50% do elenco da base. Estou acostumado ao Barcelona, que trabalha com a base. Eles não vão jogar sempre, ninguém vai jogar sempre. Meu sonho, se tiver tempo, é jogar com 50% de jogadores da nossa base", acrescentou o técnico.

A crescente dos atuais campeões do Brasil e da América do Sul já desperta a preocupação dos rivais. Com os resultados da rodada, o Fla tirou três pontos de vantagem para o líder e colou no Atlético-MG, que foi superado pelo Fortaleza. Passado o choque, o Flamengo se reencontra e mostra suas armas, mas Torrent prefere deixar a euforia de lado e não cansa de repetir o tamanho do desafio que é seguir sendo dominante.

"Ganhar novamente é muito difícil, mas vamos tentar todos títulos possíveis. O calendário é muito apertado, mas temos um elenco que está melhor agora. Os jovens ajudaram muito. Em 12 dias serão cinco jogos. Mas somos Flamengo, vamos tentar até o último segundo ganhar um título, outro título, outro título."

Em alta e de astral renovado, os rubro-negros já voltam as suas baterias para o próximo compromisso. No sábado (10), o time encara nada menos que o rival Vasco, às 17h, em São Januário. Passado o período mais conturbado do ano, o Fla já mira o topo da tabela e assusta os adversários.