Como fair play financeiro da Uefa pode ser decisivo para o futuro de Messi
Lionel Messi está de saída do Barcelona, o que fez com que grandes clubes da Europa iniciassem movimentos para contratar um dos melhores jogadores do mundo. Apesar disso, o argentino carrega consigo uma multa rescisória de 700 milhões de euros (R$ 4,5 bilhões de acordo com a cotação atual). Sendo assim, se a agremiação azul-grená não liberar o craque de graça, as equipes terão trabalho para comprar o atacante em meio às regas de fair play financeiro da Uefa.
O "fair play financeiro" foi criado pela Uefa para melhorar a saúde financeira do futebol europeu de clubes. O regulamento foi aprovado em 2010 e entrou em funcionamento em 2011. Desde então, as equipes não podem gastar valores superiores aos arrecadados.
De acordo com a entidade que regulamenta o futebol na Europa, a princípio, os clubes poderiam gastar até 5 milhões de euros a mais do que ganham por um período de três anos. Apesar disso, podem exceder esse limite desde que os donos dos respectivos times tenham como garantia um patrimônio para realizar esse pagamento.
Atualmente, esse déficit pode chegar aos 30 milhões de euros a mais do que o arrecadado. E tem mais: os times são permitidos de romper essa barreira dos 30 milhões desde que comprovem a existência de um plano de negócios para sanar as dívidas.
Vale destacar que investimento em estádios, centros de treinamento, formação de jovens e no futebol feminino estão isentos dessa regra.
Para isso, os clubes que têm o interesse em contratar Messi terão que analisar muito bem suas contas. Mesmo que o argentino seja liberado de sua multa rescisória, a equipe terá que colocar no orçamento um salário generoso para o jogador, que é um dos mais bem pagos do mundo inteiro.
O Manchester City, um dos destinos possíveis para Messi, já enfrentou problemas com a Uefa por violar o fair play financeiro ao inflacionar de forma falsa os valores do patrocínio com a Etihad. O mesmo aconteceu com o Paris Saint-Germain em 2014, outro clube candidato à contratação do argentino.
De acordo com o jornal espanhol "Mundo Deportivo", o City alcançou receita de 595,54 milhões de euros na temporada 2018/2019. Nesta temporada, segundo o "Transfer Markt", o clube britânico gastou 154, 43 milhões de euros com reforços e recebeu 114, 40 milhões com vendas.
É importante ressaltar que os números de arrecadação deste ano tendem a ser menores devido à crise econômica causada pela pandemia de coronavírus. Justamente por causa desse momento, a Uefa decidiu dar maior flexibilidade de tempo para a prestação de contas e divulgação dos balanços, mas os valores não mudaram.
elas dão maior flexibilidade de tempo para a prestação de contas e divulgação de balanços.
O PSG chegou aos 639 milhões arrecadados na temporada anterior. Na atual temporada, a equipe da capital da França gastou 73 milhões de euros com reforços e recebeu 129 milhões com as saídas.
O United vai pelo mesmo caminho que os rivais e teve um faturamento de cerca de 674 milhões de euros na última temporada. O time, para 2019-20, gastou 44 milhões de euros com reforços e recebeu 28,3 milhões com saídas.
A Internazionale de Milão, outro time que tem interesse em Messi, tem mais limitação econômica do que os seus concorrentes e teve a receita de 365 milhões de euros em 2018/2019. Nesta temporada, a equipe gastou 293,48 milhões de euros com reforços e arrecadou 198,85 milhões com saídas.
Desta maneira, considerando todo o contexto econômico do futebol mundial atualmente e o salário altíssimo de Lionel Messi, é de interesse de todos os clubes que a multa rescisória seja aliviada ou até liberada para a contratação do craque.
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