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Mais que 8 a 2: os possíveis motivos que levaram Messi a desistir do Barça

Lionel Messi se lamenta durante derrota do Barcelona para o Bayern de Munique - Manu Fernandez/Pool via Getty Images
Lionel Messi se lamenta durante derrota do Barcelona para o Bayern de Munique Imagem: Manu Fernandez/Pool via Getty Images

Do UOL, em São Paulo (SP)

26/08/2020 04h00

A primeira temporada em 11 anos sem título e a eliminação vexatória da Liga dos Campeões, nas quartas de final, no 8 a 2 diante do Bayern de Munique, parecem ter sido o limite para Lionel Messi e fizeram o argentino exigir sua saída imediata do Barcelona.

No entanto, muito antes da crise desta semana, o craque já havia demonstrado descontentamento com alguns posicionamentos do clube catalão — tanto dentro quanto fora de campo. Segundo a cobertura da imprensa espanhola, as atuações dos dirigentes nos bastidores do clube também influenciaram na decisão do jogador de 33 anos.

Nos últimos anos, o time catalão colecionou derrotas históricas na principal competição europeia: contra a Roma, em 2017/18, e contra o Liverpool, em 2018/19. A humilhação contra os alemães acrescentou mais um capítulo nas páginas das decepções internacionais do time espanhol.

Além desses motivos, existem outras ações de Messi que ilustram o seu posicionamento de querer, neste momento da carreira, deixar a equipe.

Confira abaixo:

Resposta a Abidal

abidal - Soccrates Images/Getty Images - Soccrates Images/Getty Images
Imagem: Soccrates Images/Getty Images

Em 2018, o ex-jogador francês assumiu no Barcelona o cargo de secretário-técnico. O dirigente afirmou ao jornal 'Sport', em fevereiro deste ano, que muitos jogadores estavam descontentes com o trabalho de Ernesto Valverde (técnico naquele tempo, que acabou sendo demitido).

Ao ler a matéria, Lionel Messi postou em suas redes sociais uma resposta às declarações de Abidal: "Acho que quando se fala de jogadores deve dar nomes, pois, caso contrário, estaremos sujando todos e alimentando coisas que são ditas e não são verdadeiras".

Além disso, a publicação do argentino ainda sugeriu que o ex-jogador se preocupasse com as questões extracampo, ao invés de falar sobre os jogadores e o comando técnico.

O substituto de Neymar

Suárez, Neymar e Messi comemoram gol do Barcelona - AP Photo/Siu Wu - AP Photo/Siu Wu
Suárez, Neymar e Messi comemoram gol do Barcelona
Imagem: AP Photo/Siu Wu

Com o camisa 10 da seleção brasileira no clube, o Barcelona viveu momentos muito bons, conquistou a Liga dos Campeões e teve um trio de ataque que ficou imortalizado como MSN — Messi, Suárez e Neymar.

Porém, em 2017, Neymar deixou o clube rumo ao Paris Saint-Germain, e o time catalão não conseguiu encontrar um substituto a altura. Desde a saída do craque para o time francês, o Barça contratou Ousmane Dembele, Philippe Coutinho e Antonie Griezmann — que custaram aos cofres do clube 355 milhões de euros ao todo (cerca de R$ 2,31 bilhões na cotação atual) e não renderam nem perto do esperado.

'Descarte' de Suárez

Messi e Suarez comemoram gol contra o Betis - Marcelo Del Pozo/Reuters - Marcelo Del Pozo/Reuters
Imagem: Marcelo Del Pozo/Reuters

Lionel Messi sempre deixou claro em todas suas redes sociais que Luis Suárez é um amigo pessoal fora de campo - eles são vizinhos e suas famílias sempre estão juntas. O novo técnico da equipe, Ronald Koeman, avisou o atacante uruguaio que ele não faz parte dos planos da equipe e que deve procurar um novo time para a próxima temporada.

Esse fato teria incomodado o argentino, que antes de saber da dispensa, já teria afirmado em uma reunião com o comandante holandês se sentir mais fora do Barcelona do que dentro do clube.

Falta de perspectiva para o futuro

Messi lamenta chance perdida - Phil Noble/Reuters - Phil Noble/Reuters
Messi criou boas chances para o Barcelona no primeiro tempo, mas Liverpool foi para o intervalo em vantagem
Imagem: Phil Noble/Reuters

O Barcelona tem em seu atual elenco uma geração que foi vitoriosa no clube, como Piqué, Jordi Alba, Sergio Busquets, Ivan Rakitic, Messi e Luis Suárez. Todos os jogadores citados já ultrapassaram os 30 anos e não conseguem carregar o time como em outros momentos.

Apesar de ter boas promessas na equipe, a mescla entre as duas gerações não funcionou, e o futuro do Barcelona deverá ser reescrito com novos nomes — como ocorreu no início da 'era Guardiola'.

Pep Guardiola assumiu o Barça em 2008, quando o time terminou a temporada 2007/08 sem título sob o comando do holandês Frank Rijkaard e tinha nomes como Ronaldinho Gaúcho e Deco no elenco. Messi foi o principal nome desta retomada, liderando um elenco que ainda contava com Xavi e Andrés Iniesta.