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Botafogo "contraria" Autuori, mas time deve ser dirigido por auxiliar

Paulo Autuori, técnico do Botafogo, não estará à beira do campo hoje, contra a Cabofriense, mesmo liberado - Vítor Silva/Botafogo
Paulo Autuori, técnico do Botafogo, não estará à beira do campo hoje, contra a Cabofriense, mesmo liberado Imagem: Vítor Silva/Botafogo

Leo Burlá

Do UOL, no Rio de Janeiro

28/06/2020 09h57

Punido por declarações contrárias ao retorno do Campeonato Carioca e à Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro, o técnico Paulo Autuori não deve dirigir o Botafogo no jogo contra a Cabofriense - hoje, às 11h, no estádio Nilton Santos.

A missão deve ficar a cargo do auxiliar Rene Weber, já que Autuori pretende marcar sua posição, ainda que o Bota tenha conseguido reverter a suspensão no STJD.

O treinador pediu que o clube não recorresse, mas, do ponto de vista institucional, o Alvinegro entendeu que era seu dever defender o treinador.

Na última sexta-feira (26), Autuori foi punido pelo TJD-RJ (Tribunal de Justiça Desportiva do Rio de Janeiro) com 15 dias de suspensão por críticas à Ferj. Em entrevista ao "Jornal O Globo", o treinador chamou a entidade de "Federação dos Espertos". O técnico é ferrenho crítico da política do futebol brasileiro, e chegou a se demitir após a decisão do retorno imediato do Campeonato Carioca, algo que já havia ameaçado anteriormente. Ele precisou ser convencido a ficar no cargo para não prejudicar o próprio clube.

O treinador afirmou na ocasião que iria ao jogo entre Botafogo x Cabofriense sob protesto, pois "não aceita se passar de bobo e otário": "É uma federação que não tem ideias. O que eu acho é que é uma grande mamata ali. Um feudo. Não vejo absolutamente nada em termos de ideias".

Autuori foi defendido pelo grupo "Esporte Pela Democracia", criado por atletas, ex-atletas e outros nomes ligados ao esporte. Ao UOL Esporte, o ex-jogador e comentarista Walter Casagrande Jr., um dos idealizadores do grupo, criticou a decisão do TJD-RJ. "A gente se posicionou em solidariedade ao Autuori por que achamos que a punição foi antidemocrática. Não respeitaram a opinião do Autuori, então fizemos uma carta com todas as pessoas que assinaram", explicou.