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Emissoras avaliam efeitos da MP e custos por possível acordo com o Flamengo

Arrascaeta, do Flamengo, comemora gol contra o Bangu, pelo Carioca. Transmissão do Carioca está em questão - Thiago Ribeiro/AGIF
Arrascaeta, do Flamengo, comemora gol contra o Bangu, pelo Carioca. Transmissão do Carioca está em questão Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF

Gabriel Vaquer e Leo Burlá

Do UOL, em Aracaju e no Rio de Janeiro

20/06/2020 04h00

A Medida Provisória 984 que dá ao clube mandante a prerrogativa de negociar os direitos de seus jogos mexeu com o mercado de transmissão e gerou um debate interno nas emissoras.

Como o Flamengo não chegou a um acordo com a Globo pelo Carioca, algumas concorrentes tentam medir os efeitos da medida e as possíveis consequências para comprar essa briga. O clube chegou a flertar com a Record, mas a conversa não avançou, visto que a emissora não tem o esporte como foco em sua grade e também passa por dificuldades financeiras.

O entendimento da Globo é de que a MP só poderia ser aplicada para contratos futuros e não poderia se sobrepor a acordos vigentes. A emissora carioca optou por não exibir a partida de quinta (18) entre Bangu, o mandante, e Flamengo. Mesmo com contrato com o Alvirrubro, a TV não se sentiu numa posição confortável sob o ponto de vista jurídico. A gigante acompanha com atenção os passos desta trama. Ao confirmar a transmissão do jogo de amanhã entre Vasco x Macaé (ambos parceiros comerciais), a rede reforça seu entendimento sobre a regra vigente.

A Turner, que possuiu contrato ativo com oito clubes do Campeonato Brasileiro, está estudando os efeitos da nova MP nos contratos que tem (do Brasileiro). Mesmo que esteja em litígio com Palmeiras, Bahia, Santos, Ceará, Fortaleza, Athletico-PR, Internacional e Coritiba, o jurídico da programadora está estudando a portaria e deve ter uma posição apenas na semana que vem.

Um fato é que, caso a MP seja considerada válida para os acordos já firmados, a Turner chegaria a ter 152 partidas. A programadora, no entanto, está insegura quanto a este cenário, que poderia render processos de outras empresas de TV. "A Turner está analisando a medida provisória e avalia possíveis impactos da nova regulação", informou a empresa.

Ante todo este imbróglio, há ainda a questão técnica para ser superada para um eventual negócio com o Fla. A interpretação unânime de pessoas ouvidas pelo UOL Esporte é de que colocar uma partida na televisão é um processo que demanda tempo e dinheiro. Além de profissionais como narrador, comentarista e repórter, a viabilidade técnica é o ponto principal. Os custos para colocar um jogo no ar são altos e o aluguel de uma unidade de transmissão externa móvel em alta definição, por exemplo, não sai por menos de R$ 200 mil a partida.

Na próxima quarta-feira, o Flamengo recebe o Boavista no Maracanã. O clube avalia ainda se irá transmitir a partida em seu canal do YouTube, mas o martelo ainda não está batido de forma definitiva.