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"Me cuspiu e fomos pra porrada", diz Carlos Alberto sobre briga com Tevez

Carlos Alberto e Tevez tinham boa relação até trocarem socos em um treinamento no Corinthians - Jorge Araújo/Folhapress
Carlos Alberto e Tevez tinham boa relação até trocarem socos em um treinamento no Corinthians Imagem: Jorge Araújo/Folhapress

Bernardo Gentile e Vanderlei Lima

Do UOL, no Rio de Janeiro

27/04/2020 04h00

O relacionamento entre atletas nem sempre é bom. Quando o time é formado por estrelas, então, a chance de alguns desentendimentos acontecerem é bastante real. Foi justamente o que aconteceu no Corinthians de 2005. Após poucos meses de boa convivência, Carlos Alberto e Tevez, dois dos principais jogadores do elenco, brigaram feio em um treinamento.

"No início, a gente tinha um bom relacionamento. A gente até frequentava alguns ambientes juntos. Depois, essa relação começou a desgastar. Se deu num rachão. A gente teve uma discussão. A gente era moleque, também, tudo com 20 anos. Ele se destemperou e acabou me cuspindo, quase pega no meu rosto, pegou aqui [aponta para o pescoço]. Aí, nós fomos pra porrada [risos]", lembrou.

"Cada um tem as suas afinidades dentro de um grupo de trabalho, isso é normal. As pessoas, hoje em dia, deturpam muito essa situação. "Ah, o fulano não fala com sicrano". Eu tomo cerveja, o cara bebe leite. Eu não sou obrigado a beber o leite dele. Eu gosto de ir pro pagode, o cara gosta de rock. Eu gosto de samba, o cara gosta de pop. São gostos e individualidades que a gente tem que respeitar", completou.

A briga começou no treino e terminou no treino. Por mais que a amizade tenha ficado abalada, havia um compromisso com o Corinthians. E isso se manteve bem estruturado. "era uma relação de respeito mútuo", explicou. Mas é possível dividir espaço com alguém que você trocou socos há pouco tempo?

"Eu lembro que no dia seguinte após essa briga nossa, a gente teve um jogo que todo mundo estava preocupado se ele ia passar a bola pra mim, se eu ia passar a bola pra ele, e a gente se entendeu muito bem dentro do campo, que é isso que o jogador de futebol tem que pensar. Tem que funcionar dentro do campo. O que cada um faz dali por diante, se um vai, na hora do culto evangélico, na casa do outro, qualquer ritual religioso, isso é problema de cada um. Tanto que eu fiz um gol com passe dele", disse.

Carlos Alberto foi além. Tevez não foi seu único desafeto. Ou até mesmo o único companheiro de time que não tinha afinidade fora dos gramados. Ele, no entanto, disse que existe uma clara separação entre o trabalho e a vida pessoal. Portanto, é possível jogar futebol com alguém que não seja seu amigo.

"Tu acha que eu gostei de todo mundo que joguei, que eu levava todo mundo pra minha casa? Dá, porra. Eu falava: "Esse cara aí é um filho da puta fora do campo, mas eu preciso dele dentro do campo". Então, eu sempre fui muito focado em relação a essas coisas. Vivi muito bem com quem eu gostava, e respeitava quem... não é que não gostasse da minha turma ou de mim, é que não compartilhava dos mesmos gostos", finalizou.

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