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Ex-SPFC vive auge na China e não descarta reencontrar auxiliar no Palmeiras

Sérgio Mota em ação pelo Guizhou Hengfeng Zhicheng, da China - Divulgação
Sérgio Mota em ação pelo Guizhou Hengfeng Zhicheng, da China Imagem: Divulgação

Eder Traskini

Colaboração para o UOL, em Santos

12/04/2020 04h00

Quem viu Sérgio Mota atuando nas categorias de base do São Paulo e da seleção brasileira previu uma carreira de sucesso para o jogador. Se o meia não conseguiu o sucesso esperado no Brasil, hoje brilha do outro lado do mundo. No futebol chinês, ele conheceu Maurício Copertino, hoje auxiliar de Vanderlei Luxemburgo no Palmeiras, e enfileira boas atuações.

Em solo chinês, Mota vive seu melhor momento na carreira aos 30 anos. Atuando na segunda divisão do futebol do país, o meia marcou 15 gols em 2018 pelo Zhejiang Yiteng e se transferiu no ano passado para o Ghizou Hengfeng, clube em que balançou as redes mais 11 vez. Ele nunca pensou que chegaria ao auge tão longe do Brasil.

"Estou na melhor fase da carreira. Sonhei que chegaria no meu melhor momento, mas não na China. Porém, desde cedo soube que o futebol muda com muita frequência e procurei me preparar para agarrar as oportunidades quando chegassem. Para a grande maioria, o futebol da China é apenas financeiro, porém eles tem investido muito, e creio que em pouco tempo as pessoas não irão pensar mais assim", afirmou Sérgio Mota, em entrevista ao UOL Esporte.

O idioma na China é complicado. A cultura também é diferente do Brasil, mas procurei ir com a cabeça aberta para aprender a viver da melhor forma possível. Em alguns lugares que frequento, muitos chineses me reconhecem, mas eles são bem tranquilos em questão de se aproximar.

O meia está bastante adaptado ao país e não pensa em voltar ao Brasil tão cedo. Ele tem carinho especial pelo São Paulo, clube que o projetou no futebol, e diz não guardar mágoa do clube, mas não esconde que acredita que o Tricolor queimou etapas com ele.

"Voltaria ao São Paulo, não tenho problema algum com o clube. Tenho gratidão, foi o São Paulo que me projetou. Na minha época o elenco era muito qualificado e com muitos jogadores experientes, talvez por isso a base não tinha muitas oportunidades. Tinha um relacionamento bom, mas era meio moleque, e aí não tínhamos muito diálogo", lembrou.

Do São Paulo, clube em que bicampeão brasileiro em 2007 e 2008 apesar de atuar apenas sete jogos nos dois anos combinados, Sérgio Mota foi emprestado ao Ceará, ao Icasa e ao Santo André, mas sem sucesso. Ao fim do vínculo com o Tricolor, rodou por outros cinco clubes brasileiros e não conseguiu se firmar. Se deu melhor na Luverdense, somando 62 jogos e sete gols pelo clube do Mato Grosso.

Falei algumas vezes do suporte [que faltou no São Paulo], porém não tiro as responsabilidades que na época eu não tinha por ser imaturo, como levar as coisas mais a sério e ir atrás das oportunidades.

Sérgio Mota ainda viveu uma experiência nos Estados Unidos quando fechou com o Seattle Sounders, que disputa a MLS, maior liga americana. No entanto, ele nunca pôde jogar a principal divisão.

"Viver nos Estados Unidos foi muito bom, mas tive que jogar pelo segundo time, pois o primeiro tinha ultrapassado as inscrições de estrangeiros. Depois, na negociação de um novo contrato, não entramos em acordo, e resolvi voltar para o Brasil", lembrou.

Apesar da gratidão ao Tricolor, o meia não fecha outras portas no Brasil. Ele tem relação próxima com Maurício Copertino, atual auxiliar técnico do Palmeiras e ex-técnico de Sérgio Mota no Yiteng, e não rejeitaria um convite para defender o rival de seu ex-clube.

"Foi o Maurício que me levou para a China, e lá foi um paizão para mim. Trocamos mensagens por rede social, e sou muito grato a ele por tudo que fez por mim e minha família. Aceitaria sim, tenho uma gratidão enorme pelo São Paulo, mas sou profissional e não vejo o porquê de não aceitar", revelou.