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Obsessão de Sampaoli e "não" de Jesus podem acirrar 'velho' Fla x Galo

Jorge Sampaoli, treinador do Atlético-MG, pode ajudar no resgate da rivalidade com o Flamengo - Bruno Cantini/Divulgação/Atlético-MG
Jorge Sampaoli, treinador do Atlético-MG, pode ajudar no resgate da rivalidade com o Flamengo Imagem: Bruno Cantini/Divulgação/Atlético-MG

Thiago Fernandes

Do UOL, em Belo Horizonte

11/03/2020 04h00

Atlético-MG e Flamengo fizeram grandes clássicos do futebol brasileiro na década de 1980. Rivais à época, os times protagonizaram confrontos inesquecíveis por Libertadores e Copa União. Quase 40 anos mais tarde, a dupla pode acirrar a rivalidade novamente.

Independentemente dos planos de Jorge Sampaoli de brigar com a equipe carioca nos cenários nacional e internacional, há elementos nos bastidores que apimentam o sentimento de disputa entre os clubes. A obsessão do argentino em rivalizar com o Fla e a negativa de Jorge Jesus ao Galo são aspectos que fomentam o confronto.

Desde o período em que treinou o Santos, durante todo o ano anterior, Jorge Sampaoli tinha uma rivalidade aguçada com o Flamengo. Não à toa colocou força máxima em campo na 38ª rodada do Campeonato Brasileiro a fim de conquistar um resultado positivo e uma vitória convincente. O Alvinegro Praiano venceu o adversário por 4 a 0 na ocasião.

Ao fim da temporada, a obsessão de disputa em alto nível com o Flamengo ficou ainda mais evidente. Nas negociações com Santos, Palmeiras e Atlético-MG, o técnico deixou claro que tinha o desejo de brigar com os cariocas nesta temporada. As exigências por contratações eram todas visando a disputa de títulos com o time liderado por Jorge Jesus.

Ele pediu R$ 100 milhões em reforços a Santos e Palmeiras. Em ambos os casos, escutou respostas negativas. Na Cidade do Galo, aceitou reduzir o valor investido para R$ 60 milhões, mas nem assim chegou a um acordo com os mineiros.

Na nova conversa, a exigência foi por pelo menos cinco nomes para o elenco. Ele quer goleiro, zagueiro, meio-campista e dois atacantes. Lucas Veríssimo, do Santos, e Róger Guedes, do Shandong Luneng, estão na mira do treinador no mercado da bola. Ele crê que, com a chegada de outros reforços, é possível brigar contra o time do Rio de Janeiro pelo título brasileiro já em 2020.

Mas não é só o objetivo de Jorge Sampaoli que estimula a rivalidade. Há outro fator por trás e que mexe também com o ego do atleticano. Antes de acertar a sua mudança para o Flamengo, Jorge Jesus recebeu uma proposta para comandar o Galo. Na ocasião, porém, recusou os mineiros sob o pretexto de estar à procura de um time com condições de brigar por títulos no Brasil.

"Houve uma possibilidade do Atlético, um agente me falou nesta possibilidade, vim ver o jogo, recebi o convite para vir, curiosamente foi o jogo entre Atlético e Flamengo. Jantei na casa da pessoa dona do banco BMG [Ricardo Guimarães], onde conversamos e eles foram extremamente simpáticos, não vou me esquecer da forma com que eles me receberam. Mas não era isso que eu queria, tinha outras perspectivas esportivas e, se viesse ao Brasil, sem ofender ninguém, sem desprezar ninguém, tinha que ser uma equipe que me desse pelo menos a ideia que pudesse brigar pelo título", disse ao canal Fox Sports.

À época, Jesus assistiu à vitória do Atlético por 2 a 1 sobre o Flamengo, então comandado por Abel Braga, no estádio Independência. Ele assistiu ao confronto ao lado de Ricardo Guimarães, executivo do Banco BMG, Ruben Menin, presidente da MRV Engenharia, e do empresário Lucca Bertolucci, filho de Giuliano Bertolucci.