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Jobson vê gol como afirmação após ano complicado: "Só eu sei a angústia"

Jobson e Kaio Jorge comemoram gol e vitória sobre o Defensa y Justicia pela Libertadores - REUTERS/Agustin Marcarian
Jobson e Kaio Jorge comemoram gol e vitória sobre o Defensa y Justicia pela Libertadores Imagem: REUTERS/Agustin Marcarian

Eder Traskini

Colaboração para o UOL, em Santos

04/03/2020 11h00

O jornada de Jobson no Santos vem sendo mais difícil do que se imaginou na época em que o volante foi contratado como destaque do Paulistão. Esquecido por Jorge Sampaoli, o novo camisa 8 ganhou chances com Jesualdo Ferreira e marcou um gol que pode ser o divisor de águas para ele no clube.

O volante entrou na segunda etapa do duelo contra o Defensa y Justicia, na Argentina, válido pela estreia do Peixe na Copa Libertadores e subiu ao ataque, enquanto o treinador pedia para ficar atrás, como elemento surpresa para completar de cabeça cruzamento de Soteldo. Minutos mais tarde, Kaio Jorge viraria a partida.

Para Jobson, o gol tira um peso das costas. Contratado no ano passado, o volante foi deixado de lado pelo ex-técnico Jorge Sampaoli e atuou apenas quatro vezes — mesmo chegando ao Peixe como destaque do estadual. Agora, ele já ganhou elogios importantes de Jesualdo e quer ter ainda mais sequência no time.

"Eu me cobro muito. Só eu e minha família sabíamos da angústia que eu vinha em não ter uma sequência de jogos. Somente com uma sequência de jogos, ganhamos mais confiança e podemos ter um desempenho ainda melhor. Apesar do gol, acredito que ainda tenho que melhorar. A falta de ritmo ainda atrapalha. Sobre o Sampaoli, só eu e as pessoas ao meu redor sabem o que passei, mas foram escolhas dele e procurei respeitar. Mesmo sem entender, eu sabia que eu não podia desistir e tinha que continuar em busca do meu sonho, que era ser feliz com essa camisa que eu tanto amo", disse Jobson em entrevista ao UOL Esporte.

O jogador de 24 anos começou no futebol em uma escolinha Meninos da Vila, mas teve de rodar bastante antes de conseguir chegar de fato ao Santos. Ele se declara ao falar da sensação de marcar um gol tão importante pelo clube que ama.

"Na verdade, é inexplicável. Como sempre torci pro Santos, eu dei meus primeiros passos no futebol na escolinha do clube. Quando fui contratado, chorei muito porque era um sonho se realizando. Depois eu já vinha sonhando com o momento de como seria o meu primeiro gol, mas nunca imaginaria que seria na minha primeira Libertadores e o primeiro do clube no ano de 2020. Quando fiz o gol, passou um filme na minha cabeça. Estou muito feliz e espero poder dar muitas alegrias a esse clube que está a realizar todos os meus sonhos", afirmou.

O gol anotado na vitória sobre o clube argentino foi dedicado ao segundo filho, que se chamará Jobson Filho — a esposa do volante está grávida de três meses. Ele lembrou que a paternidade costuma dar sorte dentro de campo.

"Esse gol foi pro meu filho que está a vir ao mundo logo logo, se Deus quiser. O nome dele é Jobson Filho, e moleque deu sorte, graças a Deus, igual a irmã dele, Maria Eduarda, quando acabei fazendo o gol do título pelo Náutico", lembrou o volante que marcou na vitória por 2 a 1 do Náutico sobre o Central-PE, que deu o título pernambucano de 2018 ao time.

No total, Jobson já atuou em cinco partidas nesta temporada, ultrapassando a marca do ano passado. Com Alison como dúvida para os próximos jogos, ainda entregue ao departamento médico, o camisa 8 tem chance de ganhar uma desejada sequência na equipe titular do Peixe.

O técnico Jesualdo Ferreira já afirmou que o volante é "capaz de coisas que nem ele mesmo sabe que é capaz", mas também cobrou melhores decisões do jogador com a bola nos pés. O Santos volta a campo neste sábado, às 19h30, quando recebe o Mirassol, na Vila Belmiro, pelo Paulistão.

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